Definições de
Liderança Cristã
Podemos aplicar as seguintes definições de liderança,
vamos começar com Coty missionário da
JOCUM desde 1988, para ele “ O líder vem antes da liderança”[1],
Coty acredita que liderança é amizade ( pg 31) , pois para ele não se pode ter
uma liderança se não houver uma submissão, mas que esta submissão acontece e se
revela no campo do respeito e
voluntariedade, pois sem elas a submissão desaparece, revelando que o que
existe é desconfiança e inimizade.
O Pastor batista Ed Rene Kivitz
acredita que “O exercício da liderança é um privilégio e uma responsabilidade
de poucos. Líderes são responsáveis pela eficácia (fazer as coisas certas) e a
eficiência (fazer as coisas da maneira certa) da organização. Quando você tem
um problema de liderança, você tem um problema de líderes, e não de liderados”[2].
Neste mesmo artigo para o Pastor Kivitz o líder precisa aprender com três situações:
A capacidade de conviver coma solidão, capacidade de tomar decisões impopulares
e a capacidade de viver com as críticas.
Em um livro interessantíssimo
‘Liderança Cristã Transformadora’ no seu capítulo 3, e quem escreve estas
paginas é Juarez Marcondes Filho, pastor da Igreja presbiteriana de Curitiba,
cujo título Fundamentos Para uma Liderança Contemporânea, para uma definição de
líder e liderança, Juarez apresenta que o líder é alguém que vai a frente, alguém
que toma iniciativa, alguém que puxa a corda, este líder também devem estar
atentos às transformações, e respondendo corretamente e de prontidão as
necessidades que as mudanças trouxeram, sem com isto venha a ferir os valores
fundamentais das doutrinas e ética bíblica.
Queremos agora trabalhar uma
definição de liderança segundo um dos maiores nomes da fé cristã neste século
John Stott assim ele defini liderança “ir adiante, mostrar o caminho e inspirar
outras pessoas para que o sigam”[3].
Stott examina a autodescrição de Paulo,
mostrando que não há mais apóstolos hoje em dia, pois eles formavam um grupo
único com três características principais: tinham sido pessoalmente escolhidos
por Jesus Cristo; foram testemunhas do Jesus histórico e de Sua ressurreição
(At 1.21,22); foi-lhes prometida uma inspiração especial do Espírito (Jo
16.12-15), de modo que eles escreveram o Novo Testamento (1Ts 2.13).
Para John Stott a liderança é exercida entre poder
e fraqueza, e para isto apresenta esse assunto em três partes. Primeiro, ele
examina o poder por meio da fraqueza no próprio evangelho, em 1.18-25. Ele
afirma que, assim como naquele tempo, ainda hoje a cruz é um escândalo para
todos os que adoram o poder, loucura para os que são intelectualmente
arrogantes, mas o poder e a sabedoria de Deus para o Seu povo. Em segundo
lugar, ele apresenta o poder por meio da fraqueza nos convertidos de Corinto,
em 1.26-31. Eles eram em si mesmos loucos, fracos e humildes, para que nenhum
deles se orgulhasse, mas Cristo Jesus se tornou para eles sabedoria, que é a
justiça (salvação passada), santificação (salvação presente) e redenção
(salvação futura). Em terceiro lugar, Stott fala do poder por meio da fraqueza
no evangelista Paulo, em 2.1-5. Paulo não pregou o evangelho com sabedoria
(filosofia humana), mas com Jesus Cristo e este crucificado. Ele também não
pregou o evangelho com ostentação de linguagem (retórica humana), mas em
fraqueza, temor e grande tremor. Em resumo, a sua pregação foi demonstração de
Espírito e de poder em meio à fraqueza.
Por fim Stott apresenta alguns
modelos de ministério. Em primeiro lugar, os pastores são os ministros de
Cristo (4.1a), cuja ideia é de subordinação a Cristo. Desse modo, eles são
responsáveis perante Cristo por seu ministério. Em segundo lugar, os pastores
são os despenseiros de Cristo (4.1b,2). A ideia é que aos pastores foram
confiadas as verdades antes ocultas, mas agora reveladas. Assim, os pastores
são essencialmente professores, devem ensinar apenas o que foi confiado por
meio das Escrituras e devem ser fieis. Em terceiro lugar, os pastores são a
escória de todos (4.8-13), onde Paulo fala sobre o sofrimento do ministério. Em
último lugar, os pastores são os pais da família da Igreja (4.14-21), não no
sentido de terem a autoridade de um pai (Mt 23.9), mas a afeição de um pai (1Ts
2.7)[4].
Continuando nosso tema, uma
definição interessante de liderança vem do teólogo Roger L. Smalling, em seu
livro ‘Liderança Cristã: Princípio e Prática’, para Roger liderança é simples,
isto não significa para ele que ela é fácil, assim ele se explica “Por simples
quero dizer que os princípios essenciais são fáceis de compreender e simples de
aplicar se temos a coragem moral para fazê-lo”[5].
Pois para ele tudo que um líder precisa saber sobre liderança pode ser
encontrada na Bíblia basta este procura-lo e realiza-lo.
Para o teólogo Smalling “Os
paradigmas administrativos do mundo dos negócios mudam constantemente. As
organizações cristãs com frequência publicam ou recomendam livros baseados
nestes paradigmas. Por quê? Porque os cristãos falham em perceber o paradigma
bíblico” (Smalling Pg 8). Na sua simplificação, mas entusiástica afirmação, que
concordamos, Smalling acredita que “A Bíblia ensina a ÚNICA[6]
filosofia de liderança cristã, a que Cristo resumiu e moldou em Mateus 20. Os
princípios de serviço e sofrimento são a base da relação do líder com seus
subordinados, desde que o líder mostre respeito para com seus colegas de
ministério, considerando-os como iguais” ( Smalling pg 10).
Para o pastor John MacArthur Jr.
em sua definição de liderança se faz necessária devido as enormes mudanças, que
se apresentam de forma equivocadas, é o paradigma do exercício pastoral, onde
para ele segundo suas palavras “ Alguns
líderes modernos de igrejas imaginam-se a si mesmos como homens de negócios,
personalidades da mídia, promovedores de entretenimento, psicólogos, filósofos
ou advogados. Essas ideias e conceitos se contrastam, nitidamente, em todos os
seus detalhes, com o tom da simbologia que as Escrituras utilizam para
descrever os líderes espirituais”[7].
Assim para MacArthur Jr. “Liderar
a igreja (estou falando sobre todos os aspectos da liderança espiritual, não
somente da função do pastor) — não é um manto de status a ser conferido à
aristocracia da igreja. Não é obtido pela idade avançada, comprado com dinheiro
ou herdado por laços de parentesco. O ministério de liderar não recai
necessariamente sobre aqueles que são bem-sucedidos em seus negócios ou em suas
finanças. Liderar a igreja não é distribuído com base na inteligência ou no
talento. As exigências para a liderança são pureza de caráter, maturidade
espiritual e, acima de tudo, disposição de servir com humildade”[8].
Em sua conclusão MacArthur Jr. Chega
a seguinte declaração “Filipenses 2.3-4 nos dá as prescrições para uma igreja
saudável: ‘Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade,
considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em
vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros’.
Como devemos ministrar? Procurando honrar as outras pessoas e satisfazer as
necessidades delas. Se as pessoas de uma igreja estão brigando por posições e
autoridade, ali haverá o mesmo tipo de caos que houve entre os discípulos,
quando perguntava a Jesus qual deles era o maior (Mt 20.20-21, Mc 9.33-35, Lc
22.24)...Temos de liderar com humildade o nosso povo. Os pastores determinam a
direção do rebanho. Nenhuma igreja será bem-sucedida, se os seus líderes
falharem em sua tarefa. E nenhum rebanho sobreviverá e prosperará, se os seus
pastores tentarem barganhar seu ministério por tronos”.
Para o pastor brasileiro batista
Isaltino Gomes liderar é “Basicamente, é capacidade de aglutinar pessoas ao
redor de um fim comum”. Esta definição nos abre muitos horizontes.
(1) É aglutinar pessoas e não
coagir pessoas ou obrigar pessoas. É ser um agregador de pessoas. Um líder
ajunta pessoas e não as dispersa. O maior exemplo é Neemias. Sacerdotes,
militares, sitiantes e perfumistas trabalharam como construtores dos muros de
Jerusalém.
(2) É ao redor de um fim comum.
Um projeto comum. O manipulador usa as pessoas para projetos pessoais. O líder
cultiva um projeto comum com a equipe. Não necessariamente ao redor de si. Ele
é secundário. O projeto é de todos e continua sem ele. O maior exemplo é Jesus.
Seu projeto continua sem ele. E, contraditoriamente, o projeto é ele.
(3) Se é comum, os demais
participam de sua confecção. No caso de uma igreja, o pastor que é líder sabe
que não é o dono, mas coordenador. E se souber ser líder, será um coadjuvante,
deixando que os outros emerjam e opinem. Os outros podem direcionar e ele se
sente seguro. Como dizia meu amigo Dewey Mulholland: “As grandes cabeças correm
na mesma direção. Um grupo bem liderado ganha uma identidade “[9].
Um das maiores autoridade que
desenvolveu recentemente uma teologia pastoral Eugene Peterson, nos deixou um
legado enorme de literatura sobre ministério e liderança cristã, para ele oque
está acontecendo é uma vertiginosa transformação de comportamento pastoral “Os
pastores estão abandonando seus postos, desviando-se para a direita e para a
esquerda, com frequência alarmante. Isso não quer dizer que estejam deixando a
Igreja e sendo contratados por alguma empresa. As congregações ainda pagam seus
salários, o nome deles ainda consta no boletim dominical e continuam a subir ao
púlpito domingo após domingo. O que estão abandonando não é o posto, mas sim o
chamado”[10].
Para Peterson “Existem três
atividades pastorais tão básicas, tão críticas, que determinam a forma de todas
as outras: oração, leitura da Bíblia e orientação espiritual. Além de básicas,
essas tarefas são silenciosas, não chamam a atenção, de modo que, muitas vezes,
são negligenciadas”[11].
[5]
Smalling, Roger L. LIDERANÇA CRISTÃ Princípios e
Prática; acessado em monergismo.com/wp
content/uploads/lideranca-crista_smalling.pdf de RRL Smalling - 2005 -
Artigos relacionados.
[6]
Ênfase do autor.
[7] MacArthu Jr, John. Pastorado, um Plano-Mestre
para a Liderança da Igreja. Publicado em português na Revista Fé para Hoje,
n.24, ed. Fiel.
[8] Ibdem.