sábado, 24 de fevereiro de 2024

 

Hypéretè ὑπηρέτης  (hypéretès), “servo” , “ajudante”, “assistente”; (ihypèreteó), “servir”, ‘ ‘prestar, serviços”, “ser útil”.

 

Esta palavra que aparece nos textos do N.T. tem trazido siginificativa controvérsias, há pelo menos três propostas que aqui iremos apresentar. Ela ocorre aproximadamente 20 vezes, com duas variantes hypéretès, e ihypèreteó.

A primeira vem significar ‘servo’, ´é traduzida como ‘ministro’, quanto a isto não há embates e mudanças a esta tradução da palavra. Ela ganha controvérsia quando tentam associar hypèretès a uma espresseão marítima, ‘remador’, ou um ‘remador’ inferior.

Dentre eles Klaus Hess[1], D.A. Carson vai discordar desta definição de ‘remador’, Carson afirma que “Há mais de um século, R. C. Trench[2] popularizou o conceito de que vinjpérriç deriva do verbo kpèaoiò, "remar".[3] Carson continua afirmando que Trench descreveu que “O significado básico de ὑπηρέτης então, é ‘remador’. Trench diz explicitamente que um ὑπηρέτης ‘originalmente era o remador (de épêosso)’".

Carson continua denunciando que tal ideia está equivocada ao mencionar ainda o exagero colocado da seguintes forma por “A. T. Robertson e J. B. Hofmann foram além e afirmaram que morfologicamente ὑπηρέτης vem de duas palavras gregar, a primeira hypo e eretes[4]

Carson concorda que eretes é mencionado por Homero como ‘remador’, Hess cita Heródoto referindo-se o termo como ‘remador’, Carson continuando com Hofmann ao explicvar que para este “ Hofmann faz uma clara associação com a morfologia, concluindo que um ὑπηρέτης  era basicamente um ‘sub-remador’, ‘assistente de remador’ ou ‘remador subalterno’". Carson denuncia que Trench não tinha ido tão longe: ele não identificou em irô qualquer subordinação.

Carson cita também Leon Morris, concluindo que um ὑπηρέτης era um servo de nível inferior; e William Barclay avançou ainda mais e definiu  ὑπηρέτης como o remador no banco mais baixo de um barco de três remos.[5]

Concordando com Carson, chegamos a seguinte conclusão “nunca é aplicado a "remador" na literatura clássica e certamente não é empregado assim no Novo Testamento.”[6] Continuando com Carson “O ὑπηρέτης no Novo Testamento é um servo, e geralmente há pouco ou nada que o distinga de um διάκονος.”[7]

A conclusão que chegamos, conforme descrito por Hess “é que no N.T. normalmente sigfica o “servo” (armado) de uma pessoa de autoridade, um ‘oficial’ do tribunal da justiça”.[8]

O termos ocorre apenas em: Mateus 5:25 (NVI guarda; ARC oficial; NVT oficial, ARA oficial da justiça) ; 26:58 (ARC criado; NVI e NVT guarda, ARA serventuário); Marcos 14:54 (NVT e NVI guarda, ARC servidor, ARA serventuário) ; 14:65 (ARC servidor; NVI e NVT guarda); Lucas 1:2 (NVI e NVT servo, ARC ministro) ; 4:20 (ARC ministro, ARA, NVI e NVT assistente); João 7:32 (ARC servidores, NVI e NVT guarda); 7:45 (NVI e NVT guardas, ARC servidores); 18:3 ( ARC oficiais, NVI guardas); 18:12 ( ARC servos, NVI guardas); 18:18 (ARC servos, NVI guardas); 18:22 (NVI guardas, ARC criados; 18:36 (ARC servos, ARA ministros, NVI servos); 19:6 (NVI guardas, ARC guardas); Atos 5:22 ( NVI guardas, ARC servidores) ; 5:26 ( NVI guardas, ARC servidores)  ; 13:5 (ARA auxiliar, NVI auxiliar, ARC cooperador); 26:16 (NVI servo, ARC e ARA ministro); 1 Coríntios 4:1 ARC  e ARA ministro, NVI e NVT servo).

Podemos observar que ὑπηρέτης é usado a ofício religioso 5 vezes, destas 1 para um oficial da sinagoga Lc 4.20, nos demais a cristãos Lc.1.2; At. 13.5, 26.16 e ICo4.1. Nos demais, sempre se referindo a funcionário de Roma ou dos sacerdotes.

Concluimos que Carson estava certo,  nos textos do N.T. ὑπηρέτης em nenhum momento foi usado a algum trabalhador ou pertencendo a serviços marítmos, ou de remador, e ὑπηρέτης junto com διάκονος, realça nosso serviço a Deus como aqueles que servem ao propósito do Reino de Deus.



[1] Dicionário internacional de Teologia do Novo Testamento. Colin Brown, Lothar Coenen (orgs.); tradução Gordon Chownl. -- 2. ed. - Sâo Paulo: Vida Nova, 2000. Pg. 984, vol 2.

[2] R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (1854; Marshalltown: NFCE, s/d), 32; In, CARSON; D. A..A Exegeses e Suas Falácias, 2007; Pg 27.

[3] CARSON; D. A..A Exegese e Suas Falácias, 2007; Pg 27.

[4] A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament, 4 vols. (Nashville: Broadman, 1931), 4:102; J. B. Hofmann, Etymologisches Wõrterbuch des Griechischen (Munique, Oldenbourg, 1950), s. v. In CARSON; D. A..A Exegese e Suas Falácias, 2007; Pg 27.

[5] CARSON; 2007; Pg 27.

[6] CARSON;  2007; Pg 27.

[7] CARSON;  2007; Pg 27.

[8] Dicionário internacional de Teologia do Novo Testamento. Colin Brown, Lothar Coenen (orgs.); tradução Gordon Chownl. -- 2. ed. - Sâo Paulo: Vida Nova, 2000. Pg. 985, vol 2.

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