sexta-feira, 2 de outubro de 2020

UMA PALAVRA SOBRE SUICÍDIO

Devido a depressão ser hoje uma dos piores males psicológicos na sociedade contemporânea, a questão do suicídio vem ganhando cada vez mais um debate sério, principalmente nos contornos bíblicos e cristão, a grande questão é que por um bom tempo o suicídio foi considerado pecado, e praticá-lo implica na perda da salvação do indivíduo.

O suicídio contemporâneo tem ganhado força nas perspectivas psicológicas, pois acreditam que o suicídio é fundamentalmente uma expressão da busca existencial de uma pessoa por um significado, já que em vida nunca a alcançou. Existencial se refere à existência ou vida das pessoas. As pessoas encaram a vida de certa maneira e seu objetivo é encontrar e experimentar o significado da vida.

Para muitos suicidas questionam, de forma franca ou não, o significado de sua vida. Por que esse sofrimento mental se abateu sobre mim? O que eu fiz errado? O que eu fiz da minha vida? Quem sou eu de fato? Como posso viver com esse sofrimento mental? Como posso viver com outras pessoas? Qual é o meu futuro? Quando o sentido da vida é perdido, a própria vida pode se tornar uma insuportável e desesperadora condição existencial.

Hoje atualmente este perfil tem mudado drasticamente, pastores e pesquisadores, principalmente na psicologia e psicanálise, tem defendido uma visão mais tolerante com respeito ao suicídio, mais diretamente ao tipo de suicídio provocado pela depressão, pois este modelo de suicídio não é causado por uma pessoa mentalmente saudável, antes atormentada emocionalmente, e com isto sem forças comete este suicídio, pos veem como sua única forma de sair desta dor.

No Brasil, foram registrados 13.467 casos, a grande maioria (10.203) entre homens, segundo a entidade. O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito. E a cada 40 segundos uma pessoa se suicida, sendo que 79% dos casos se concentram em países de baixa e média renda.

O suicídio foi proibido pela Igreja numa tentativa de impedir o automartírio por inúmeros cristãos, outro fator que levava ao suicídio, principalmente pelos donatistas, é que após o batismo nenhum cristão poderia pecar, pois por este pecado perderia sua salvação, um erro gravíssimo sobre santificação concertada na Reforma. Assim como não poderia ser re-batizado, estes cristão se suicidavam em penhascos, se afogavam em rios caudalosos, se martirizavam se crucificando, etc., pois criam que com o ‘batismo pelo sangue’ (era assim que eles chamavam es automatírio) alcançavam seu perdão e assim sua salvação. Para inibir estas práticas a Igreja decretou o suicídio em pecado, e a proibição de receber uma cerimônia cristã ao suicida.

Existe um grande consenso social sobre a inviolabilidade da vida. Isso é fundado em uma tradição filosófica e religiosa ocidental, especificamente o pensamento de Aristóteles e Tomás de Aquino, existem três argumentos éticos contra o suicídio: é uma ofensa do homem contra si mesmo, contra a sociedade e contra Deus.

Para Aquino o suicídio é uma ofensa à própria vida, porque as pessoas têm um natural tendência de autopreservação, as pessoas querem viver naturalmente e se esforçam para preservara vida delas. A razão humana ensina que a vida é um bem e a morte um mal. Consequentemente, a autopreservação da vida pertence à lei natural. Preservação da vida, portanto, é um bem ético, enquanto o suicídio é um mal.

Continuando em Aquino um segundo argumento é que o suicídio é um crime contra a sociedade, sem a presença de indivíduos que lutam pelo bem comum, nenhuma comunidade é possível de se sustentar, se manter e preservar a humanidade. Pessoas que morrem por suicídio causam danos à sociedade porque a sociedade não pode mais contar com sua contribuição para o desenvolvimento desta, imagine se todos começasse a ter o direito de suicidar, criaríamos um caos da sobrevivência desta humanidade.

Levando para o pensamento religioso, Aquino entende que este suicídio também é uma ofensa contra Deus, crendo que Deus é o Criador da vida. Por amor, Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Quando as pessoas causam danos à vida ou tentam da fim ou acabar com a sua própria vida, eles também ofendem o Criador. A vida é um presente de Deus. No mesmo tempo Deus também é o Senhor da vida e Ele deseja que esta vida seja cuidada, preservada,  e devemos lutar para sua sobrevivência.

Deus no seu quinto mandamento 'não matarás’, também traduzido por  ‘assassinar '. 'Matar' apenas descreve o ato de acabar com a vida das pessoas, principalmente por defesa própria,  enquanto 'assassinato' acrescenta algo a esta ação, a saber, que essa morte não tem justificativa. O caráter injustificado é então determinado pela intenção ou os motivos, e pelas circunstâncias ou contexto, neste caso o suicídio se encontra nesta esfera, por isto torna-se pecado, e um tipo de pecado que não consegue perdão, pois a morte é irreversível.

Cremos que o debate do suicídio mudou na teologia atualmente, o suicídio reprovado pela ética cristã exige uma nova postura, creem que o suicídio precisa ser interpretado no contexto pessoal, do individuo. Nosso propósito sempre será pela vida, pela superação, pelo triunfo e por aquilo que as Escrituras defende.

O ASSUNTO NÃO ESTÁ ESGOTADO BREVE IREMOS AMPLIAR O TEMA.


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