quinta-feira, 3 de novembro de 2016

ANTES DE TODAS AS COISAS, DEUS.
Texto básico: Sl 90.1-17
1 Oração de Moisés, homem de Deus. SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.
2 Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.
3 Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens.
4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.
5 Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce.
6 De madrugada floresce e cresce; à tarde corta-se e seca.
7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos angustiados.
8 Diante de ti puseste as nossas iniquidades, os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto.
9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; passamos os nossos anos como um conto que se conta.
10 Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oi-tenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.
11 Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor.
12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.
13 Volta-te para nós, SENHOR; até quando? Aplaca-te para com os teus servos.
14 Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.
15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
17 E seja sobre nós a formosura do SENHOR nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.
Vamos verificar que mensagens podem descobrir com esta pergunta.
I- Deus é antes de todas as coisas
Deus é antes de todas as coisas – Cl 1.17. Ou, como o primeiro versículo da Escritura coloca, no princípio, Deus... . Antes não havia nada, senão Deus, o Incriado, Deus é Autoexistente. O salmista disse: De eternidade a eternidade, Tu és Deus – Sl 90.2. Nunca houve um tempo em que Deus não tenha existido. De fato, Ele existiu desde sempre, antes de todas as coisas. Ele é chamado de “o Primeiro” e o “Alfa” (Ap 1.8; 1.17; 21.6). Frequentemente, a Escritura refere-se a Deus existindo antes que o mundo existisse – Jo 17.5; cf. Mt 13.35; 25.34; Jo 17.24; Ap 13.8; 17.8.
Deus não existia somente antes de todas as coisas, mas existia antes do próprio tempo. Isso quer dizer que Ele é Eterno. Deus existia antes dos tempos eternos – II Tm 1.9 (ARA). Por final, Deus trouxe o tempo à existência quando fez o universo – literal “as eras” (Heb 1.2). Somente Deus possui imortalidade – I Tm 6.16. Nós recebemos a imortalidade como um Dom (Rm 2.7; I Co 15.53; II Tm 1.10). Nossa existência tem um começo; a de Deus, Pv. 8.23 - “Desde a eternidade fui estabelecida; desde o princípio, antes do começo da terra”.
Deus simplesmente é. A Bíblia não começa com um grande conjunto de provas para provar a existência de Deus; não começa com uma abordagem de baixo para cima; nem começa com algum tipo de analogia adjacente ou semelhante. Apenas começa: “No princípio, Deus.” Agora, se os seres humanos são o teste para tudo, isso não faz o menor sentido, porque, então, nós temos o direito de sentar e julgar se é provável que Deus exista, avalie a evidência, e venha com: “Há uma certa probabilidade que talvez Deus de uma maneira ou de outra exista.”[1]  E assim nós nos tornamos os juízes de Deus. Mas o Deus da Bíblia não é assim. Apenas começa: “No princípio, Deus.” Ele é. Ele não é o objeto que nós avaliamos, ele é o Criador que nos criou. Isso muda toda a dinâmica.

II- Deus é Autoexistente.
Esta afirmativa não é encontrada nas Escrituras, mas é reconhecida por todos nós, ateísta Bertrand Russel escreveu em seu livro “Por que não sou um Cristão” que, se é verdade que todas as coisas precisam de uma causa, então Deus também precisa de uma causa. A partir daí ele concluiu que se Deus precisava de uma causa, então Deus não era Deus (e se Deus não é Deus, então, logicamente, não há Deus).
Enquanto as Escrituras afirma que Salmo 90:1-2 diz: "Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.";
Podemos ainda citar “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” Êxodo 3.14; “E plantou um bosque em Berseba e invocou lá o nome do SENHOR, Deus eterno” Gênesis 21.33; “Mas tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim” Salmo 102.27.
“A razão pela qual sabemos que Deus existe é porque Ele nos disse e a nós Se revelou... Deus não só existe, mas Ele também nos comunicou este fato. Ele nos contou sobre quem Ele é, como Ele é e qual o Seu plano para o planeta Terra. Ele revelou essas coisas à humanidade através da Bíblia”. [2]
Deus é eterno. Ele não tem começo nem fim. Assim, é totalmente auto-suficiente, não precisa de nada além dele mesmo para existir e agir.[3]  Deus tem uma relação voluntária com tudo o que criou, mas não tem uma relação necessária com coisa alguma além dele próprio.[4]
II- Deus existia em glória sublime.
A "teologia de processo", uma antiga heresia com uma roupagem moderna, fala de um "deus limitado" que se encontra no processo de tornar-se um deus "maior". Contudo, se Deus é Deus, da forma como entendemos essa palavra, então ele é eterno e não precisa de nada; ele é onisciente, onipotente e onipresente. A fim de ter um "deus limitado", é preciso, antes de tudo, redefinir a palavra "Deus", pois de acordo com a própria definição desse termo, Deus não pode ser limitado.
Além disso, se Deus é limitado e "está se expandindo", qual poder o está tornando maior? Esse poder teria de ser maior do que "Deus" e, portanto, ser Deus! Isso não faria, então, com que tivéssemos dois deuses em vez de um?[5]  Porém, o Deus da Bíblia é eterno e não tem começo. Ele é infinito e não possui qualquer limitação de tempo ou espaço. Ele é perfeito e não tem como "melhorar"; por ser imutável, não tem como sofrer qualquer alteração. O Deus que Abraão adorava é o Deus eterno (Gn 21:33), e Moisés disse aos israelitas: "O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos" Dt 32.17; Hc.1.12; 3. 6; Rm 16.16; ITm. 1.17.
III- Deus vivia em unidade e em Amor.
Jo 17.5 aquela glória que tinha contigo A. que o mundo existisse. Jo 17.24 deste; porque tu me hás amado A. da criação do mundo. Aqui em 17.5, o Filho anseia pela glória de regozijar-se na alegria de seu povo salvo, exaltam ente o povo cuja salvação ele (junto com o Pai e o Espírito) planejara desde a eternidade, antes da fundação do mundo. Deus sempre tem prazer em suas próprias obras. O Filho se gloria na glória do Pai, e se regozija na alegria de todos os redimidos. Quando eles cantam, ele canta! (Sf 3.17). [6]
A glória a respeito da qual Jesus fala é a sua própria. Ele se refere a ela como “minha glória que me deste”. O Filho deseja que todos os crentes possam contemplá-la para sempre, ou seja, o brilho de seus atributos divinos como eles são refletidos em sua natureza humana exaltada (embora, é claro, eles nunca se tornem parte dessa natureza humana) e no caráter transformado, a alegria indizível, o amor sem fim, a paz perfeita de todos aqueles que entram no descanso que perdura para o povo de Deus. Esta é a glória que o Pai deu ao Filho.
IV- A Trindade deliberou todas as coisas antes da criação
O maravilhoso plano de redenção não foi algo improvisado para o povo de Deus escolhido em Cristo "antes da fundação do mundo" (Ef 1:4; Ap 1 7:8) e entregue ao Filho pelo Pai tanto para pertencer a seu reino (Mt. 25:34) quanto para participar de sua glória (Jo 17:2, 6, 9, 11,12, 24). A morte sacrificial do Filho não foi um acidente, mas sim um compromisso (At 2:23; 4:27, 28); pois ele "foi morto desde a fundação do mundo" (Ap 13:8).
Nas deliberações eternas, a Divindade decidiu criar um mundo que incluiria seres humanos feitos à imagem de Deus. Não só o Pai (Gn 1:1; 2 Rs 19:15; At 4:24), mas também o Filho (Jo 1:1-3, 10; Ci 1:16; Hb 1:2) e o Espírito Santo (Gn 1:2; SI 104:30) participaram da criação. Deus não criou o mundo porque precisava de alguma coisa, mas sim para que pudesse compartilhar seu amor com suas criaturas que, diferentes dos anjos, são feitas à imagem de Deus e podem corresponder a seu amor livremente.
A Divindade determinou que o Filho viria à Terra e morreria pelos pecados do mundo, e Jesus veio para fazer a vontade do Pai (Jo 10:17, 18; Hb 10:7). As palavras de Jesus vinham do Pai (Jo 14:24), e suas obras eram comissionadas pelo Pai (Jo 5:17-21, 36; At 2:22) e investidas do poder do Espírito (At 10:38). O Filho glorifica o Pai (Jo 14:13; 1 7:1, 4), e o Espírito glorifica o Filho (Jo 16:14). As Pessoas da Trindade trabalham em conjunto para realizar a vontade de Deus.
De acordo com Efésios 1:3-14, o plano da salvação é trinitário: somos escolhidos pelo Pai (vv. 3-6), redimidos pelo Filho (vv. 7-12) e selados com o Espírito (vv. 13, 14) - tudo isso para o louvor da glória de Deus (vv. 6, 12, 14). O Pai concedeu autoridade ao Filho para dar vida eterna àqueles que ele entregou ao Filho (Jo 17:1-3). Tudo isso foi planejado antes mesmo que o mundo existisse![7]
V- Deus é o início e o fim de todas as Coisas
Deus acha seu fim a) em si mesmo; b) em sua própria vontade e prazer; c) em sua própria glória; d) em tomar conhecido seu poder, sua sabedoria e seu santo nome. Todas estas afirmativas podem ser combinadas no seguinte, a saber, que o supremo fim de Deus na criação não é nada fora de si mesmo, mas é a sua própria glória – na revelação da perfeição infinita do seu próprio ser, nas criaturas e através delas.
Rm. 11.36 - “Para ele são todas as coisas”. Cl. 1.16 - ‘Todas as coisas foram criadas ... para ele (Cristo)”; compare Is. 48.11 - “por amor de mim, por amor de mim o farei... e minha glória não darei a outrem”; e 1 Co. 1 5 .2 8 “... se sujeitou aquele que todas as coisas lhe sujeitou para que Deus seja tudo em todos”.



[1] D. A. Carson. O Deus Presente: O Deus que Criou Todas as Coisas – Palestra da Ed. Fiel.
[2] McDOWELL, Josh. STEWART, Don. Respostas Àquelas Perguntas: O que os céticos perguntam sobre a fé cristã. São Paulo: Editora Candeia, 1997.
[3] Warren W . Wiersbe. Comentário Bíblico Expositivo Antigo Testamento Volume I — Pentateuco. 2010.
[4] Tozer , A. W. The Knowledge of the Holy. Nova York: Harper and Brothers, 1961.
[5] Aquilo que conhecemos hoje como "teologia de processo" teve origem nos ensinamentos do filósofo inglês Alfred North Whitehead (1861-1947), amplamente difundido por seu discípulo Charles Hartshore, e pelo rabino Harold Kushner em seu livro ‘Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas’ (São Paulo: Nobel)). De acordo com Kushner, no momento, Deus é fraco demais para fazer alguma coisa sobre o câncer, as guerras e as tragédias da vida; mas, à medida que confiamos nele e fazemos o bem, nós o fortalecemos para que ele alcance maiores realizações.
[6] Hendriksen, William. O Evangelho de João . Tradução de Elias Dantas e Neuza Batista - São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.
[7] Warren W. Wiersbe. Comentário B íblico Expositivo Antigo Testamento Volume I — Pentateuco. 2010.

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