A PLURALIDADE DAS INTERPRETAÇÕES TEOLÓGICAS GEROU UNIÃO OU
DISPERSÃO DA IGREJA DE CRISTO?
INTRODUÇÃO
É notório
que o presente momento é de grande turbulência teológico, onde ideologias e
novas concepções surgem a cada momento, atacando e afrontando as maneiras
tradicionais e ortodoxa de se crer nas doutrinas. Diante dessa conjuntura é
preciso que sejamos objetivos quando somos abordados acerca da razão de nossa
esperança cristã; por que cremos assim? Qual a nossa concepção de Deus? Qual a
cosmovisão em que estamos estribados? Enfim, qual é a definição teológica dos
evangélicos em contraste com as demais teologias? Pois se soubermos distinguir as
transformações dais quais realmente se acredita está acontecendo, poderá fazer
um trabalho missional sem medo, e ou receio, além de proporcionar uma sã
formação doutrinária a este neófito cristão.
Em sua maioria, ao serem abordados acerca da fé que
proferem, observa-se uma certa estagnação na forma que se encontra o ensino nas
igrejas, aceitam o ensino básico que ocorrem nos cultos, se apostatando no
conhecimento, néscios que são tragados por ventos de doutrinas não
ortodoxos.
Visto que Deus fez dos homens os instrumentos imediatos de
toda a revelação, a fé evangélica deve ser em parte fundada sobre o testemunho
humano. O Antigo e o Novo Testamento foram escritos pelos homens inspirados por
Deus, observa-se que uns mais que outros. Desta forma, os homens se julgam
capazes de rejeitar alguns dos evangelhos, capítulos ou versículos.
Com a
pluralidade das interpretações teológicas, identifica-se cada indivíduo na
parte da doutrina que o favorece, facilita e aprova o que dantes era definido
como pecado e agora permitido.
A gênese da doutrina cristã outrora ensinada, tem sido
tratada de forma desleixada por alguns e alterada, por outros, o mais sensato
seria dizer deturpada ao longo de séculos por concílios, teorias filosóficas,
teses, interpretações das doutrinas teológicas de forma pagã e até mesmo as
teodiceias do filósofo alemão Leibniz.
A problemática em questão são as consequências, para os
doutos e indoutos, que estão em uma constante busca de Deus de forma plena, mas
não conseguem em sua maioria, discernir se estão no caminho certo, pelo
constante surgimento de novas interpretações doutrinárias e linhas de
pensamento.
É neste segmento que desenvolveremos o nosso trabalho, a fim
de detectar os entraves teológicos, e superar para defender, e propagar o
legítimo sistema teológico, que seria aquele mais próximo nas propostas dos
autores apostólicos.
1. DOUTRINA
1.1 Conceituação da Doutrina.
Doutrina é definida como um conjunto de princípios que
servem de base a um sistema, que pode ser literário, filosófico, político e
religioso. Doutrina também pode ser uma fonte do direito.
Doutrina está sempre relacionado à disciplina, a qualquer
coisa que seja objeto de ensino, e pode ser propagada de várias maneiras,
através de pregações, opinião de pessoas conhecidas, ensinamentos, textos de
obras, e até mesmo através da catequese, como uma forma de doutrina da Igreja
Católica.
Doutrina também está presente nas ciências jurídicas, onde
também é chamada de direito científico, que são estudos desenvolvidos por
juristas, com o objetivo de compreender os tópicos relativos ao Direito, como
normas e institutos. A definição da palavra doutrina é ampla, desta forma
facilita em inúmeros âmbitos a criação de novas correntes doutrinárias. [1]
Na teologia A palavra doutrina se origina do grego:
“didache”,[2] que significa ensino ou instrução dos apóstolos. Entendemos que a
sã doutrina é a revelação do Eterno Deus por meio das sagradas escrituras e
representa o alicerce e o sustentáculo da verdadeira fé cristã.
1.2 A Teologia e a Pluralidade de Interpretação da Doutrina.
A
teologia e a sua pluralidade de interpretação da doutrina, tema deste trabalho
no sentido etimológico é "o assunto acerca de Deus",[3] o assunto
mais elevado de que é capaz de se ocupar a mente humana, por isto é reconhecida
por muitos teólogos como a rainha das ciências[4].
Vários métodos de teologia já propostos como por exemplo os
métodos especulativo, racionalista, dogmático e místico, têm conduzido os
homens a conclusões contrárias às Escrituras, as que violam também nossa
natureza moral. Afinal, a pluralidade de interpretações teológicas gerou união
ou divisão da Igreja de Cristo?
O
método teológico nesse processo, requer grande diligência, preocupação e
exaustivo trabalho. Os grandes fatos da Bíblia devem ser aceitos conforme se
apresentam e a partir deles ser edificado o sistema teológico, a fim de
abraçá-los em toda integridade. A Bíblia é para o teólogo o que a natureza é
para o cientista: a fonte
de fatos concretos. O teólogo reverente adota, para
averiguar o que a Bíblia ensina, o mesmo método que o filósofo adota para
averiguar o que a natureza ensina[5].
Em
busca de respostas as suas indagações, teólogos mergulham em suas teses de
interpretações bíblicas, de forma a tornar a sã doutrina em loucura. Ao longo
da história do pensamento cristão, observa-se as múltiplas interpretações,
trazendo consigo discordâncias de forma tão veemente, que o corpo de membros
das congregações, têm-se dividido e dispersado, dando vazão a novas
denominações.
Teólogos em busca do conhecimento se perdem, tentando compreender;
· As
Escrituras, a necessidade dela, a inspiração e veracidade.
· Deus e a sua
existência, natureza, atributos e trindade.
· Os anjos,
Satanás e espíritos maus.
· O homem, a
origem, natureza e imagem de Deus no homem.
· O pecado,
buscam sua origem, natureza e suas consequências.
· Jesus
Cristo, pesquisam sua natureza divina e humana, seus ofícios e obras.
· Estudam a
expiação no velho e no novo testamento.
· A salvação,
é tema deveras debatido, a natureza da salvação, justificação, regeneração,
santificação e segurança acerca do temeroso Apocalipse.
2. A EVOLUÇÃO DA PLURALIDADE
A
teologia cristã procura a razão no interior da fé cristã. Segundo a fórmula de
Anselmo de Canterbury, a teologia éfides quaerens intellectum ("a fé que
procura a inteligência")[6]. Trata-se, pois, de uma tentativa da
inteligência racional de abordar a fé por meio das categorias filosóficas
(gregas, no início e, posteriormente, modernas). Encontra-se expressa,
basicamente, em quatro grandes seções: teologia sistemática, teologia
bíblica/teologia exegética, teologia prática, teologia histórica.[7]
Após a reforma protestante, popularmente considerado como
tendo começado na Alemanha em 1517, quando Martinho Lutero publicou suas 95
Teses, como uma reação contra abusos na venda de indulgências pela Igreja
Católica Romana, que pretendia oferecer remissão de pecado aos seus
compradores.[8] No entanto, o termo deriva da carta de protesto dos príncipes
luteranos alemães em 1529 contra o édito da Dieta de Speyer, que condena os
ensinamentos de Martinho Lutero como heréticos[9].
Embora existissem rupturas anteriores e tentativas de
reforma da Igreja Católica Romana - notadamente por Pedro Valdo, John Wycliffe
e Jan Hus — somente Lutero conseguiu desencadear um movimento mais amplo,
duradouro e moderno.[10] No século XVI o pensamento de Lutero se espalhou pelo norte da Europa,
pincipalmente na Dinamarca, Suécia, Letônia, Estônia e Finlândia.
Já as denominações que seguiram os princípios de Calvino
alcançaram parte da Alemanha, Paises Baixo (atual Holanda) Hungria, Escvócia,
Suiça e França, pelos reformadores João Calvino, Huldrych Zwingli e John
Knox.[11]
A separação política da Igreja da Inglaterra do papa sob o
governo do rei Henrique VIII fez surgir o anglicanismo na Inglaterra e no País
de Gales, parte do movimento mais amplo da Reforma.[12]
As novas denominações e interpretações teológicas também
trouxeram divergências nas novas denominações. Surgindo inúmeros movimentos pós
reforma.
2.1 Movimentos Pós Reforma
· Adventismo.
·
Anglicanismo.
·
Anglo-Catolicismo.
· Arminianismo
(reação ao Calvinismo): soteriologia que afirma que o homem é livre para
aceitar ou rejeitar o dom de Deus da salvação; identificado com o teólogo
holandês reformista Jacobus Arminius, desenvolvida por Hugo Grotius, defendido
pelos Remonstrantes, e popularizado por John Wesley. A doutrina chave das
igrejas Anglicanas e Metodistas, adotada por muitos Batistas e alguns
Congregacionalistas.[13]
· Calvinismo:
Tipo de soteriologia avançada criada pelo Reformador protestante francês João
Calvino, que defende as opiniões de Santo Agostinho sobre a eleição e rejeição;
Afirma a Predestinação, a soberania de Deus e a incapacidade do homem para
realizar sua própria salvação por acreditar na regeneração;[14]
· Movimento
carismático: Movimento em muitas igrejas protestantes e algumas católicas que
enfatiza os dons do Espírito e no contínuo trabalho do Espírito Santo no corpo
de Cristo; frequentemente associada ao falar em línguas e a cura divina.[15]
·
Congregacionalismo: Sistema utilizado por Congregacionalistas, Batistas,
Pentecostais e igrejas, em que cada congregação se auto-regula e é independente
de todos os outros.[16]
·
Contra-Reforma (ou Reforma Católica): A resposta da Igreja Romana
Católica a Reforma Protestante.
· Panenteísmo.
· Deísmo: A
doutrina geral que nenhuma fé é necessária para justificar a existência de Deus
e/ou a doutrina de que Deus não intervém nos assuntos terrestres (contrasta com
Fideísmo).
·
Dispensacionalismo: Crença hermenêutica bíblico e na filosofia da
história que vê o desdobramento histórico em várias dispensações de Deus para a
humanidade.
·
Evangelicalismo: Tipicamente conservadora, predominantemente
protestante. Prioriza maiormente as perspectivas evangelistas das outras
atividades da Igreja acima mencionadas.
· Fideísmo: A
doutrina que a fé é irracional, que a existência de Deus transcende a lógica, e
que todos os conhecimentos de Deus funcionam na base da fé (contrasta com o
Deísmo).
· Liberalismo:
Crença em interpretar a Bíblia de forma a permitir o máximo de liberdade
individual.
· Metodismo:
Forma de funcionamento da igreja e doutrina usada na Igreja Metodista.
· Modernismo:
Crença que a verdade muda, assim a doutrina deve evoluir em função de novas
informações ou tendências.
· Mormonismo:
Crença de que o Livro de Mormon e outros volumes literários poderão ser também
considerados Escrituras divinas; crença em profetas e apóstolos; considerada
como uma doutrina diferente ou pseudo-cristã por algumas outras denominações
cristãs; refere-se especialmente às crenças de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias.[17]
· Novo
pensamento: Movimento baseado na Inglaterra durante o século 19 que acredita no
pensamento positivo. Várias denominações surgiram disso, incluindo a Igreja
Unida e a Ciência Religiosa.
·
Anti-conformismo: Advoga a liberdade religiosa; inclui os Metodistas,
Batistas, Congregacionalistas e Salvacionistas.
·
Anti-trinitarianismo: Rejeição da doutrina da Trindade.
·
Pentecostalismo: Vide página 11
·
Presbiterianismo: Forma de governança usada nas igrejas Presbiterianas e
Reformadas.
· Puritanismo:
Movimento para purificar o Episcopalismo de qualquer aspecto ritual.
·
Supersessionismo: Acredita que a Igreja Cristã, o corpo de cristo, é o
único povo eleito de Deus na era da Nova aliança.
·
Restauracionismo: Tentativa de retornar ao modelo de Igreja do Novo
Testamento. Em que uma das doutrinas fundamentais considera a idade média como
um período conhecido como apostasia, gerando a necessidade de um retorno à real
teologia cristã em sua "totalidade" e "pureza" por meio de
uma restauração divina da ordem sacerdotal cristã.
·
Tractarianismo: Movimento de Oxford. Levou ao Anglo-Catolicismo.
·
Ultramontanismo: Um movimento do século 19 da Igreja Católica romana
para enfatizar a autoridade papal, particularmente durante a Revolução Francesa
e a secularização do Estado.
·
Unitarianismo: Rejeita a Trindade e também a divindade de Cristo, com
algumas exceções.
·
Universalismo: De várias formas, a crença que todas as pessoas no final
serão reconciliadas com Deus. [18]
Pontos distintos de doutrina podem variar desde um pequeno
número de proposições simples até uma quantidade numerosa de elementos,
dependendo de cada grupo. Alguns grupos são relativamente estáticos, enquanto
outros mudaram dramaticamente suas definições ao correr do tempo. Como exemplo,
antes do Iluminismo, mestres cristãos que negassem a doutrina da Santíssima
Trindade (dogma amplamente sustentado, tratando das relações entre Deus Pai,
Deus Filho e o Espírito Santo, formulado, a nível terminológico, a partir de
passagens do Novo Testamento ao longo dos quatro primeiros séculos da era
cristã) seriam expulsos de suas igrejas e, em alguns casos, exilados ou mesmo
destituídos da proteção da lei.
2.2 Novos Segmentos Doutrinários: Fugindo da Ortodoxia
Atualmente, algumas tradições de fé reivindicam não ser
descendentes de nenhum dos grupos históricos, mas não deixam de se considerar
cristãos na sua essência
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (também
conhecida como Mórmon), por exemplo, entende a Santíssima Trindade de forma
diferente: para eles, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são seres distintos
entre si. Esta denominação é algumas vezes agrupada entre as igrejas
protestantes, embora não se caracterize a si mesma como tal. Sua origem,
durante o Segundo Grande Despertamento, foi paralela ao surgimento de inúmeras
outras religiões norte-americanas, incluindo os Adventistas e o movimento de restauração.
Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser cristãs,
também não se consideram parte do protestantismo apesar de alguns críticos as
tentarem assim catalogar. Seus adeptos crêem que praticam o cristianismo
primitivo e que não são fundamentalistas no sentido em que o termo é comumente
usado, mas sim rigorosos no cumprimento do Cristianismo. Aceitam a Jesus como
criatura, de natureza divina, seu líder e resgatador, rejeitando a crença na
Trindade e ensinando que Cristo é o filho do único Deus Todo Poderoso, Jeová
bem como acreditam que o Espírito Santo é a força ativa de Deus, Jeová.
Outros movimentos deram origem ao Unitarianismo, que
renunciou formalmente às suas origens cristãs em 1961 e existe como uma
organização religiosa separada. Apesar de sua virtual abstenção de qualquer
doutrina formal, no entanto, há unitarianos que se auto-identificam como
cristãos, apesar de serem uma minoria
Em 1980 a Igreja Adventista do Sétimo Dia alterou suas
crenças fundamentais adicionando a doutrina da Santíssima Trindade como uma
crença básica. Essa doutrina era muito combatida pelos pioneiros fundadores
dessa denominação. Muitos membros não concordam com a mudança ao tomarem
conhecimento da posição dos pioneiros e aqueles que se expressam contrários à
mudança são destituídos do rol de membros e vários deles juntam-se aos
unitarianos, formando movimentos independentes.
2.3 O Pentecostalismo
O pentecostalismo teve 3 ondas (até agora), cada uma delas
se distanciando mais da verdade:
A primeira onda – Pentecostalismo Clássico. Teve início em
1901, quando a sra. Agnes Ozman, nos Estados Unidos, disse ter recebido o
batismo do Espírito Santo e falado línguas. A prática foi incorporada ao
movimento Holiness. Um outro evento mais conhecido deu-se em 1906, quando se
relatou o falar em línguas em uma igreja na rua Azusa (Azusa Street Mission),
estado da Califórnia. Desses dois eventos procede a maioria das igrejas
pentecostais históricas, como a Assembleia de Deus e a Igreja do Evangelho Quadrangular.[19]
A segunda onda – Pentecostalismo recente ou Renovação
Carismática. Semelhantemente ao movimento pentecostal anterior, enfatizou os
“dons extraordinários”, com grande ênfase ao “dom de línguas”. A grande
diferença é que as linhas denominacionais foram quebradas e a visão doutrinária
pentecostal atingiu várias igrejas. O ano de 1960 marca o início desta onda, em
uma igreja Episcopal da Califórnia, na qual se observou o falar em línguas. A
própria imprensa secular deu destaque ao acontecimento. O movimento, nos
Estados Unidos, se espalhou pelas universidades, entre organizações
para-eclesiásticas, tais como a ABU. Além de atingir denominações tradicionais,
como luteranos, presbiterianos e metodistas, penetrou nos católico-romanos,
partindo da universidade de Notre Dame, formando o movimento dos “católicos
carismáticos”, que perdura até hoje. A maior característica desse período foi a
determinação dos persuadidos pelos ensinamentos pentecostais, a permanecerem
nas denominações de origem, “renovando-as”.
A terceira onda – O movimento de sinais e maravilhas – o
Neopentecostalismo
A designação
“terceira onda” foi cunhada por Peter Wagner, em 1983, um dos proponentes do
movimento de crescimento de igrejas. Ele escreveu que as duas primeiras ondas
continuavam, mas agora o Espírito estaria vindo em uma “terceira onda” com
sinais e maravilhas. Temos aqui, também, o surgimento do movimento Vineyard,
que conseguiu adeptos e transformou-se em uma denominação, propagando o que
ficou conhecido como “evangelismo do poder” (power evangelism) – o evangelho é
propagado e demonstrado por sinais e maravilhas sobrenaturais. O dom de
línguas, neste estágio, recebeu uma ênfase menor do que o de “profecias”, curas
e realização de efeitos especiais e sobrenaturais – muitas vezes sem razão ou
conexão aparente – tais como: quedas, risos, urros, etc. – Outras
características são a teologia da prosperidade e/ou as grosseiras aberrações
usando algo FÍSICO que vem da superstição pagã e até do demonismo aberto
(dentes de ouro; vômito / sopro / cola do Espírito; gargalhada de Toronto;
latidos santos; água magnetizada; óleo de Israel; fogueira santa; amuletos,
patuás e despachos; etc.).[20]
2.3.1 As Três Ondas Pentecostais no Brasil
A Primeira Onda Pentecostal - No Brasil, o Movimento
Pentecostal pode ser dividido em três ondas: começou em 1910 com a fundação da
Congregação Cristã no Brasil e as Assembleias de Deus em 1911. Depois, da
América, chega a Igreja de Cristo no Brasil (1932, Mossoró, RN) e entra em
conflito com as outras duas por defender que o Batismo com o Espírito Santo
dava-se no momento da conversão e não com a experiência posterior de falar em
línguas. Em seguida, surgiu a Igreja Evangélica do Calvário Pentecostal (1935,
Catalão, GO) que depois se funde com a Igreja de Deus de Cleveland, EUA, e se
tornou a Igreja de Deus no Brasil. No ano seguinte surgiu a Igreja de Nosso
Senhor Jesus Cristo (1936, São Paulo, SP) e, três anos depois, de origem
americana, a Missão Evangélica Pentecostal do Brasil (1939, Manaus, AM). Novas
denominações vão surgindo até 1950. A Primeira Onda Pentecostal, portanto, vai
de 1910 a 1950.[21]
A Segunda Onda Pentecostal: Começou em 1950 quando dois
missionários da International Church of The Foursquare Gospel vieram ao Brasil
e fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular (I.E.Q), construindo um pequeno
templo (1951, São João da Boa Vista). Em 1952, a convite do pastor da Igreja
Presbiteriana do Cambuci viajaram à capital de São Paulo e realizaram uma
cruzada de evangelização e milagres. Em seguida, conseguiram uma tenda de lona
no mesmo bairro e, através do rádio, revolucionaram o evangelismo pentecostal,
com reuniões em tendas a que compareciam milhares de pessoas. Nascia assim a
Cruzada Nacional de Evangelização, com a tenda número 1 percorrendo todas as
cidades do estado de SP. Sempre que a tenda se mudava, deixava uma I.E.Q. no
local. Desta Igreja surgiram muitas outras denominações como O Brasil para
Cristo, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, A Casa da Bênção, Igreja Cristã
Pentecostal da Bíblia do Brasil, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Ministério
Cristo Vive, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras. A Segunda
Onda Pentecostal vai de 1950 a 1970.[22]
A Terceira Onda Pentecostal: Começou em 1970 e deu origem a
um novo ciclo chamado de Neopentecostal (onde Neo quer dizer Novo), por serem
mais liberais, pois a maior parte das denominações pentecostais anteriores
proibiam, inclusive, ouvir-se rádio ou assistir tv, e eram rígidas com relação
a usos e costumes. De 1977 a 1992 surgiram as Igreja Universal do Reino de
Deus, fundada pelo Bispo Edir Macedo (1977, Rio de Janeiro), a Igreja
Internacional da Graça de Deus, fundada pelo Missionário R. R. Soares, (1980,
Rio de Janeiro), a Comunidade Cristã Paz e Vida, fundada pelo Pr Juanribe
Pagliarin (1982, São Paulo), Igreja Renascer em Cristo, fundada pelo Apóstolo
Estevan Hernandes (1986, São Paulo), Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra,
fundada pelo Bispo Robson Rodovalho (1992, Brasília) [23] e Igreja Mundial do
Poder de Deus, fundada pelo Apóstolo Valdemiro Santiago (1998, São Paulo). A
Terceira Onda Pentecostal está em pleno movimento.
Quase todas as Neopentecostais surgiram por divergências.
Ex.: a Universal surgiu por divergência entre Edir Macedo e o Pr McAlister,
fundador da Igreja de Nova Vida. As Igrejas da Graça e Mundial por divergência
de R.R. Soares e Valdemiro Santiago com Edir Macedo. A Sara Nossa Terra surgiu
por divergência entre os Bispos Rodovalho e Cesar Augusto, quando presidiam a
Comunidade Evangélica de Goiânia.
Renovados: Várias denominações passaram a experimentar as
manifestações Pentecostais, sendo chamadas de "Renovadas".
Católicos Carismáticos: Nos anos mais recentes, até a Igreja
Católica Apostólica Romana, seja para fazer frente aos Neopentecostais ou como
busca por algo maior, deu origem à Renovação Carismática Católica, onde padres
tentam pregar e se vestir como pastores, leem a Bíblia, limpam seus templos dos
ídolos e oram para curas pela fé. Ocorre que, apesar dessa “renovação”,
continuam orando para Maria e colocando-a como medianeira entre Deus e os
homens, em oposição à Tm 2:5. [24]
3. AS CONSEQUÊNCIAS
Diante de todas denominações citadas, observa-se que seguem
inúmeras linhas teológicas, em alguns pontos concordam e em maioria discordam,
desta forma, acaba-se em algum momento, deparando em estudos com algumas dessas
linhas teológicas: Teologia moral, natural, liberal, gnóstica, espiritual, da
prosperidade, da libertação, contemporânea, pentecostal, do corpo, da missão
integral, reformada, católica, calvinista, cristã Franklin Ferreira, luterana,
apofática, arminiana, afrodescendente, agostiniana, batista, feminista,
filosófica, humanista, hebraica, interconfessional, judaica, joanina,
metodista, medieval, mística, negativa ou
ortodoxa, pastoral, puritana, quântica, relacional, rabínica, tomista,
triunfalista, da trindade, universalista, visual, messiânica, kantiana,
wesleyana, inclusiva (negros, mulheres e homossexuais), entre outros.
A natureza e o valor da doutrina se foram, saíram do foco,
esqueceram a ligação existente entre a teologia e a religião.
Religião origina-se da palavra latina ligare, que significa
“ligar”; religião apresenta as atividades que ligam o homem a Deus em
determinada relação. A teologia é o conhecimento acerca de Deus. Assim, a
religião é a prática, ao passo que a teologia é o conhecimento. A religião e a
teologia devem coexistir na verdadeira experiência cristã. Contudo na prática,
às vezes elas se encontram de tal maneira distanciadas que é possível ser
teólogo sem ser verdadeiramente religioso; por outro lado, a pessoa pode ser
verdadeiramente religiosa sem possuir um conhecimento doutrinário sistemático.
[27]
Do latim religio, que significa “louvor e reverência aos
deuses”. Os etimologistas discutem bastante a respeito sobre a real origem
etimológica da palavra “religião”. No entanto, muitos acreditam que tenha
surgido a partir da junção do prefixo re, que funciona como um intensificador
da palavra que o sucede, neste caso ligare, que significa “unir” ou “atar”.
Assim, religare teria o sentido de “ligar novamente”, “voltar a ligar” ou
“religar”. Neste caso, o termo era utilizado como um ato de “voltar a unir” o humano
com o que era considerado divino.[28] A mensagem de Deus ao teólogo é: “Se
sabes estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes”[29] (Jo 13.17); e a
mensagem de Deus ao homem espiritual é: “ Procura apresentar-se a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (2Tm 2.15). [30]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como Jeroboão I, a igreja contemporânea diz onde,
quando e como Deus deve ser adorado, cada um segundo sua linha teológica,
interpretação, posição filosófica e etc, causando conflitos semelhantes
existente entre judeus e samaritanos, a origem dos judeus (moradores do reino
do sul, de Judá) não se darem com os samaritanos (judeus misturados com outros
povos e que habitavam o reino norte) deu-se porque judeus viam os samaritanos
como israelitas não puros devido a essa mistura não só de casamentos com pessoas
de outras nações como desse culto misto. Cada um crendo e se seguindo seus
próprios preceitos, como convém.
1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos
trabalhosos;2 porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos 3 sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes,
cruéis, sem amor para com os bons, 4 traidores, obstinados, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus, 5 tendo aparência de piedade, mas
negando a eficácia dela. Destes afasta-te. 2Timóteo 3.1-5 [31]
Desta
forma, aqueles que congregam em denominações que não são do mesmo seguimento,
são considerados pecadores e blasfemos. Se falam em línguas, pulam, batem
palmas, se glorificam alto, fazem coreografias ou adoram em ritmos não
tradicionais, adquirem o mesmo julgamento, e aqueles que seguem de forma
tradicional são cognominados de arcaicos. Com todas as pluralidades teológicas
existentes e que estão porvir, com o ser humano e seu antropocentrismo, guarda-se
um capítulo, da segunda carta do apóstolo Paulo a Timóteo, como referência de
como proceder no presente marasmo de centralidade espiritual.
13 Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior,
enganando e sendo enganados. 14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e
de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15 e que, desde a
infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação
pela fé em Cristo Jesus. 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a
fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda
boa obra.[32] (2 Timóteo 3:12-17)
Enquanto os homens gloriam-se em suas vãs concepções,
segundo os padrões desta era, Deus adverte, na ordem hierárquica Deus é o
centro, pois Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Romanos 11:36).
18Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem
por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. 19 Porque a sabedoria
deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: "Ele apanha os
sábios na sua própria astúcia. 20 E outra vez: "O Senhor conhece os
pensamentos dos sábios que são vãos".21 Portanto, ninguém se glorie nos
homens; porque tudo é vosso:22 seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o
mundo, seja a vida, a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso,23 e
vós, de Cristo, e Cristo, de Deus.[33] (1 Coríntios 3:18-23)
A genuína igreja de Cristo chora, sofre por viver o
evangelho de amor, compaixão e solidariedade. Chora ao ouvir os sermos,
pregações, ensinos nas escolas bíblicas de forma a favorecer seus egos
gigantescos, igreja que se vê como Maria Madalena “E disseram-lhe eles: Mulher,
por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o
puseram.” (João 20:13)
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