quarta-feira, 29 de junho de 2016

TEOLOGIA PASTORAL



INTRODUÇÃO
Teologia Pastoral pode ser definida como uma disciplina teológica prática que incide sobre o ministério em seu cuidado das almas. Como teologia prática, teologia pastoral põe sistematicamente em efeito prático ou utilização, o conhecimento sobre Deus adquirido com as escrituras e outras disciplinas teológico. Para fazer isso de forma eficaz, a teologia pastoral reflete sobre as escrituras e teologia, à luz do ministério. A disciplina Teologia Pastoral possui a tarefa concreta de estabelecer princípios que auxiliarão no pastoreio ou ministrar às pessoas como um líder na Assembleia cristã, com o fim último de salvar almas.[1] Enquanto o pastoral teólogo tem a tarefa de estruturar uma assembleia cristã de tal forma que o ministério pode ser realizado de forma eficaz.
A necessidade de Teologia Pastora
A necessidade de teologia pastoral é derivada da necessidade natural do ser humano para Deus. Quando e onde as pessoas têm fome e sede de Deus, eles também têm fome e sede de alguém para levá-los a Deus, a teologia pastoral cientificamente e sistematicamente ordena o processo através do qual as pessoas são levadas a Deus. Há muitas razões pelas quais as pessoas são atraídas a Deus. Alguns simplesmente querem a Deus para suprir suas necessidades, curá-las, ou trabalhar alguns milagres em seu favor. Alguns são atraídos para adorar a Deus, e receber os sacramentos, enquanto outros querem adquirir um conhecimento mais profundo sobre Deus. Alguns querem ouvir a palavra de Deus, com a prática da oração com eles em uma situação particular em suas vidas. Tem pessoas que buscam uma relação espiritual íntima com Deus ou para aprofundar sua fé enquanto alguns podem ter problemas pessoais ou dúvidas sobre Deus, que eles podem querer esclarecer. Há alguns que podem ter tido certos dons ou experiências espirituais, e quer ter mais. Ainda há aqueles que precisam de orientação, o conselho de Deus à luz das exigências encontrada nas suas vidas pelas experiências diárias. Todas essas pessoas precisam de um guia pastoral que pode ministrar a eles, tornando presente ou mediar a eles a palavra de Deus na sua situação de vida concreta. Esta é a tarefa específica do praticante da teologia pastoral.
O objetivo de Teologia Pastoral
De todo o exposto, pode ser possível para que você possa facilmente identificar o objetivo da teologia pastoral tão eficaz na teoria e prática. O ministério pastoral é ordenado para a salvação das almas. Para atingir este objetivo, a teologia pastoral teoricamente funciona nos princípios de ação pastoral, identificando os agentes pastorais competentes, agentes pastorais e atividades pastorais que orientam o praticante para um ministério bem sucedido. A teologia pastoral visa, assim, na busca a melhor maneira possível para prestar serviço para aqueles que precisam de Deus, se é no ensino, pregação, administração, adoração, canto, orando, o aconselhamento, a vida sacramental ou a vida espiritual. Teologia pastoral treina o ministro pastoral a ler os sinais dos tempos, e aplicar o escrituras e teologia para o diferente ou especial situação da vida encontrou na prática do ministério. Neste sentido, a teologia pastoral emprega os elementos e frutos de análise social, a fim de entender a dinâmica e as necessidades da sociedade em que o ministério está a ser realizadas.[2] Desta forma, a teologia pastoral adapta a teologia às necessidades especiais de todas as idades, pessoas e cultura, de modo que o seu objetivo específico de ministério pastoral pode ser efetivamente alcançada.
Através do uso da abordagem contextual, teologia pastoral procura, em o exercício do ministério, a serem criticamente consciente sempre que houver mudança seja em  situações cultural, contextos sociais, ambientais política, bem como o teólogo da próprias experiências pessoais vividas e as experiências pessoais vividas de outras. A abordagem do contexto é importante tendo em conta o fato de que até mesmo as escrituras foram escrita a partir da perspectiva contexto sociocultural judaico helenístico, e o estudioso fazer teologizar estes contextos individuais. Estes contextos tornam possível para que os escritores abordem questões sobre Deus em relação à vida concreta ou situações específicas. Não se pode, portanto, descartar ou acabar com contexto,[3] sendo criticamente consciente do contexto moderno do ministério pastoral, o teólogo pastoral visa aplicar as escrituras e teologia em questões de preocupações atuais, relacionados, assim, os frutos das reflexões bíblica e teológicas ao ministério em diversos contextos de hoje.
A fim de envolver a abordagem contextual, teologia pastoral dá grande atenção ao ambiente local onde o ministério é exercido, em relação às áreas, tais como sistema de crença, língua, educação, saúde, economia, dinâmica cultural, símbolos, autoridade e sócio realidades políticas. Em seguida, ele iria orientar a prática pastoral no sentido de tornar uma resposta a estas realidades contextuais. Na sua resposta, a teologia pastoral poderia aceitar ou rejeitar, corrigir ou contestar estas realidades contextuais e os seus efeitos, à luz das escrituras, tradição eclesial e da razão. A resposta do teólogo pastoral pode também ser orientada para a criação de consciência, conscientização, proporcionando uma forma de assistência pastoral ou de outra, e ajudando as pessoas a ajudar a si mesmos. O objetivo principal da teologia pastoral em fazer isso seria para exercer ministério, e não filantropia ou para qualquer ganho material.
Apresentamos alguns tópicos que tem trazido debates no campo pastoral:
Como seu edifício está matando seu crescimento.
Como manter as pessoas que estão chegando.
Quando um Pastor Falha, é a restauração possível?
Quando suas ofertas da igreja pode estar em declínio.
Uma membresia heterogenia, que tipo de sermão pregar?
O secularismo praticante dentro da membresia cristã, como reverter este comportamento?


A NATUREZA DO MINISTÉRIO PASTORAL
O objetivo do ministério pastoral é ministrar como o fez Jesus Cristo, uma vez que Jesus Cristo é o principal pastor da comunidade cristã, e o modelo supremo do ministério, que Jesus Cristo fez durante sua vida terrena, o que ele mandou, e que se acredita que poderia ter feito se ele foi ao mundo de hoje e são geralmente considerados como princípios orientadores do ministério pastoral. Uma vez que Jesus Cristo veio para servir e não ser servido, ministério pastoral tem no serviço (diakonia ) como seu principal alvo. Serviço de Deus e do próximo é a base de todos os ministérios pastorais. O ministério pastoral não tem como orientação principal o ganho financeiro, mesmo se uma determinada remuneração financeira pode ser parte do mesmo.[4] Tal remuneração financeira se for caso disso, deve normalmente ser destinado a satisfazer a despesa corrente normal de fornecer um ministério pastoral sem preocupação.
Outro aspecto da prática ministerial é a promoção do reino de Deus. Uma vez que envolve uma comunidade, a cada exercício do ministério pastoral é uma a ação pública não privada, o ministério pastoral de ser exercidas dentro desta comunidade. Nenhum batizado pode ser excluído do ofício pastoral, exceto em certos casos especificados.
Assim o batismo em uma comunidade cristã é considerado como proporcionando um cristão a oportunidade de participar do ministério de Jesus Cristo, através da promoção do reino de Deus, ministrada por este líder ministerial.
Ministério é, portanto, a vocação, privilégio e responsabilidade de todos os batizados Cristãos. Todos os membros de uma comunidade eclesial, no entanto, não podem ser excluídos, e nem haver exclusivismo.[5] A participação no ministério deve ser visto como uma atividade do Espírito Santo, que compartilha os dons do ministério de acordo com a vontade de Deus, em consonância com as necessidades da comunidade cristã. Assim, as comunidades eclesiais em sua diversificação e diferentes reserva-se o direito de serem e receberem orientações, com base na sua história e tradição, e em linha como ensino das escrituras, nas modalidades de forma ordenada na participação no ministério.
Aspectos da Pastoral
A prática pastoral implica muitas coisas. Isso ocorre porque o evangelho de Jesus Cristo deve abordar todas as necessidades humanas. Ministério pastoral, portanto, atende às necessidades de uma comunidade cristã adorando em muitas áreas como liderança na liturgia ou adoração, celebração e administração dos sacramentos, pregando, ensinando, cantando, orando e promovendo campanhas de oração, planejamento e executando de programas evangélicos e missionários, organização de grupos e associações, de estudo bíblicos, o apoio da Igreja e de financiamento, os projetos da Igreja e administração geral da Igreja ou gestão.
O pastoral deve também atender a desafios da comunidade mais amplas em áreas como aconselhamento indivíduais / grupo, saúde, política, a educação, a justiça e a paz, o respeito pelosa vida, a vida familiar, a moralidade, a libertação e desenvolvimento humano.
Além disso, o ministério pastoral se engaja na pastoral de uma série de pessoas em necessidade na igreja e na sociedade, tais como órfãos, crianças, jovens, solteiros, noivos, casados, idosos, os doentes, os de luto, refugiados, imigrantes, viúvas, mulheres subjugadas, trabalhadores oprimidos, álcool e drogas, os sem-abrigo, os pobres, os desempregados, os deficientes físicos, pessoas vivendo com doenças crônicas, prisioneiros, estudantes, a depressão, a solidão. Através do ministério pastoral, que devem ser distinguidas neste caso, de filantropia, esta gama de pessoas se beneficiam da pastoral da comunidade cristã, que é inspirado no exemplo de Jesus Cristo, e pelo poder do Espírito Santo para participar do plano de Deus para a salvação para o mundo.

MINISTÉRIO PASTORAL: VOCAÇÃO E FUNÇÃO:
O ministro pastoral é aquele que traz à prática da realidade o que é teoricamente proposto em teologia pastoral. Assim, sem as atividades do ministro pastoral, teologia pastoral faria permanecer como uma disciplina especulativa.
O ministro pastoral é, portanto, aquele que responde positivamente a uma chamada ou vocação de Deus, e quem estão autorizado ou encomendado por uma comunidade eclesial envolver-se em tarefa pastoral ou serviço pastoral. A chamada para o ministério pastoral poderia vir a um indivíduo como um anseio interior ou  provavelmente desde a infância, ou na sequência de oração, de reflexão, um compromisso, uma experiência, ou que flui para fora de seu dom natural ou de um dom carismático.
Ele também poderia vir por um  sugestão externa seja de amigos, familiares ou pessoas em posição de autoridade.[6] Embora Deus também pode e não providencialmente e misteriosamente chamar pessoas para o ministério de forma dramaticamente místicas, a afirmação de um indivíduo a uma revelação divina especial em uma chamada para o ministério deve ser manuseado com extremo cuidado, prudência e bom senso. Isto é, em virtude da elevada possibilidade de influências que poderiam ser enganoso inerente em tais reivindicações e experiências.
Aquele que se sente chamado para se envolver em um determinado ministério pastoral deve sinceramente procurar em seu próprio eu interior, considerando os seus dons, habilidades, capacidades, limitações, atitudes, tendências, experiências, possibilidades e estilo de vida pessoal, a fim de discernir se ou não estes estão em consonância com as exigências do ministério específico para que se sente chamado. Pode ser também responsabilidade de outros especialmente aqueles que foram confiados por uma comunidade eclesial de admitir um em um ministério específico, para discernir a própria vocação chamada ou a exercer o ministério. Tal discernimento é muitas vezes realizada, seguindo comumente aprovou os critérios e com a fé na orientação do Espírito Santo. Ministros pastorais que foram chamados e escolhidos para o ministério pastoral poderia, após um período adequado de treinamento ou de formação, ser ordenado, instalado, comissionado, promovido, cooptados, nomeado, professada, ou simplesmente pediu para começar como um ministério público ou privado, por uma autoridade competente, em conformidade com o costume e tradição eclesial. Desta forma, é a comunidade eclesial que chama formalmente um para o ministério, e assume a responsabilidade para o ministério.
MINISTRO pastoral como LIDER:
A prática pastoral envolve, portanto, uma liderança pastoral. O que realmente a liderança pastoral implica? Como diferente é liderança pastoral de outros modelos de liderança? Há dois tipos importantes de modelos de liderança pastoral: liderança pastoral como serviço e liderança pastoral como fortalecimento.

Liderança Pastoral como Serviço
Na sociedade secular, a liderança é facilmente concebido como um meio de se fazer a própria autoridade ou poder sentida por outros. Aquele que é um líder Seria, portanto, ser percebido como aquele que detém um enorme poder, enquanto outros permanecem subordinados a ele ou ela. Este modelo de liderança não tem lugar na liderança pastoral cristã. Aqui, o líder pastoral é como Jesus Cristo, o Bom Pastor, que dá a sua vida pelas suas ovelhas (João 10: 1-18). Como Pedro, ele ou ela é chamada para cuidar e alimentar as ovelhas que Jesus deixou para trás (João 21: 15-19). Para fazer isso exige uma atitude de serviço humilde. Assim, seguindo a exemplo de Jesus o Senhor e mestre, o líder pastoral lava os pés de outros (Jo. 13: 12-17) como líder servo. Isso faz com que o líder pastoral tornar-se auto-sacrifício e auto-esvaziamento como Jesus (Filipenses 2: 5-8). Portanto, o ministro pastoral como líder não está envolvida no ministério de material ou ganhos políticos, mas para o serviço de auto-esvaziamento.
Em termos concretos, como um líder pastoral, o ministro pastoral responde as necessidades dos outros em qualquer situação, e está sempre pronto para entrar na vida dos outros, a fim de compreender os seus desejos, sentir sua solidão, partilhar as suas esperanças, sentir seus medos, estar conscientes do seu amor, e conhecer o suas opressões. Pondo de lado conforto e preferências pessoais e colocando o outro em primeiro lugar, com uma vontade de mudar o mundo do outro para o melhor, o ministro pastoral torna-se uma auto-sacrifício líder, um verdadeiramente ao serviço dos outros.
Boa liderança pastoral, portanto, não enfatizar a importância ou de outra forma da posição que este líder ocupa. Também não se concentrar no posto elevado, seja o destaque na sua comunidade eclesial, e também clerical. Em vez disso, concentra-se no papel de serviço que o líder tem que desempenhar no seio da comunidade eclesial, na sociedade em geral, ou para aqueles em necessidade especial. Não Avocar privilégios, e nem vantagens pessoais, benefícios materiais e status. Em vez disso, ele procura para cada oportunidade de fornecer os incentivos necessários, consolo, discernimento e desafio positivo. Ele evita interesse egoísta, mas promove o amor de Deus e ao próximo como a principal motivação para o ministério.
Liderança Pastoral como Fortalecimento:
Boa liderança pastoral identifica e nutre as potencialidades das pessoas. Ele encoraja, fortalece, motiva e desafia todos os batizados a participar no ministério pastoral de qualquer tipo. Ao fazer isso, o ministro pastoral, em todos os momentos, gera e incentiva o trabalho em equipe, fornece metas claramente definida. Isso significa que o líder pastoral tem a capacidade de confiar nos outros, comunicar efetivamente, supervisionar os outros sem ser excessivamente dominador, e ouvir atentamente para os outros. O líder pastoral deve ter uma bom relacionamento inter- pessoal com os outros, delegar adequadamente, gerir o tempo, estar aberto para aprender, receber e dar, nutrir  diálogos, a ser sensível às necessidades dos outros e motivar os outros a efetiva participação no ministério pastoral. Pela afirmação dos outros, liderança pastoral capacita-los para maior serviço, com o resultado que todos se transformar uma servirem outros em um espírito de amor e de comunhão mútua.
O efeito de uma capacitação de liderança é que ele mantém a comunidade cristã unida. Através dela os membros estão ansiosos para passar algum tempo juntos, vontade de participar boas reuniões, resolver conflitos de forma amigável, compartilhar seus recursos com amor, e participar ativamente e com alegria em cada projeto ou atividade que visa promover o reino de Deus na terra. Uma líder pastoral tem como objetivo a capacitação de novas liderança, leva-los à adoração serem cheio do Espírito; isto leva a uma boa organização de todas as atividades, e uma boa colaboração no ministério, em que o pé não diz: "Porque eu não sou mão, eu não pertenço ao corpo ", ou o ouvido," Porque eu não sou olho, não pertenço ao corpo "(1 Cor.12: 15-16). Em vez disso, todos na comunidade cristã têm o poder de contribuir para a construção da comunidade de acordo com sua vocação, de acordo coma capacidade  pessoal.

MINISTÉRIO NO VELHO TESTAMENTO:
Conforme o Antigo Testamento, o povo de Israel tinha “no cultivo do rebanho de ovelhas sua principal riqueza e total subsistência”. A ovelha servia de alimento para os israelitas, a lã era utilizada como vestuário e servia para a fabricação de tendas. O que excedia era usado como permuta comercial. A vida daquele povo dependia quase que totalmente do rebanho. Por isso e também porque a ovelha era “dos principais animais do sistema de sacrifício” é que a pessoa encarregada de cuidar delas desempenhava função da maior importância: era o pastor.
Em outro contexto e anteriormente ao período em que Israel conferiu conteúdo teológico â imagem e função do pastor, os povos da Mesopotâmia designavam seus reis e chefes de pastor, o Rei era entronizado como pastor. Também era pastor no sentido de reunir e proteger o povo, cuidando-lhe dos bens terrestres e guardando a justiça, o pastor é o guardião da justiça. Os homens de Israel já tinham, pois, tudo para assumir tal simbólica e teologi-zá-la. Assim os fundamentos remotos da imagem e função do pastor estão na prática dos povos da antiguidade, na interpretação cultural dada pelos povos mesopotâmicos e na reinterpretação teologizada por Israel.
Para Israel, Deus era o Pastor por excelência (Salmos 23.1). Todo aquele que participava e zelava pela vida do povo podia, igualmente, ser reconhecido e incumbido do pastoreio. Na concepção vétero-testamentária de Deus como “O Pastor” articulam-se, dialeticamente, dois componentes fundamentais: força e afeição. Pastor é autoridade e solicitude, poder e carinho, vigor e ternura. Deus é o excelso soberano, Adonai, mas ao mesmo tempo o terno Pai. Deus é aquele que vigia, comanda, conduz as ovelhas, mas fá-lo com o afeto carinhoso de quem conhece as ovelhas, chama-as pelo seu nome. Essa alegoria chegou a um ponto alto da teologia véterotestamentária no Salmo 23.
Ser pastor em Israel implicava em ater-se fielmente ao chamamento à Missão do Povo. Quando o pastor deixa de inserir-se fielmente na vida e Missão do Povo ele é exortado e criticado. O texto de Jeremias (21.11- 23.2) denuncia os pastores desobedientes e infiéis. Em contraste coma infidelidade dos pastores, Deus se desvela como O Pastor fiel ao seu compromisso histórico com o Povo.
Ezequiel, igualmente, condena os pastores infiéis e Deus “... reivindica para si o pastorado ...” (Ezequiel 34.15). Podemos salienta ainda que este texto de Ezequiel, lido por ocasião da celebração anual da consagração do templo, é a referência de Jesus ao proclamar-se como o Bom Pastor (João 10.1-22). Jesus coloca-se ao mesmo tempo dentro da tradição e teologização israelita da figura do pastor e inova ao sinalizar uma etapa decisiva na história da salvação. Ele, à semelhança de Ezequiel, comove-se ao ver a multidão cansada, abandonada, “como ovelhas sem pastor” (Marcos 6.34). Jesus critica os escribas e fariseus por terem se afastado do verdadeiro Pastor e do povo, impedindo o acesso deste ao Reino (Lucas 11.52). Jesus inova ao apresentar-se como o Bom Pastor, como aquele que dá a vida por suas ovelhas (João 10.15). Nestas palavras registradas no Evangelho de João, relacionadas à paixão e morte de Jesus, manifesta-se a “missão última e radical do pastor” que é a expressão do amor às ovelhas por meio da doação de sua vida por elas. Jesus assume na prática um papel teológico e político ao afirmar “ser guia de todo o povo” (João 10.16).
A partir das profecias bíblicas contra os pastores infiéis de Israel pode-se perceber as dificuldades encontradas pelos israelitas em atribuir a pessoas títulos e designações exclusivos de Deus. Havia em Israel uma profunda consciência do caráter “inteiramente outro” de Deus; portanto, não se igualava aos chefes políticos e religiosos e aos pastores infiéis. Por isso a aplicação do termo pastor aos chefes humanos não ocorreu sem conflitos. A infinita solicitude de Javé Pastor contrasta com a ganância e os interesses mesquinhos de seus representantes. Em vez de conduzir as ovelhas às verdes pastagens, eles se pastam, a si mesmos. Em vez do cuidado atencioso do pastor carinhoso, eles conduzem as ovelhas com violência e dureza.
Havia também o emblema dos sacerdotes, estes sacerdote israelita era esperado para cuidar do santuário, administrar os presentes trazidos lá, e os seus bens temporais. Entre as necessidades das pessoas foi consultar Deus em seus esforços (Êxodo 18:15), consultar a Deus, se uma missão seria ou não seria bem-sucedidas (Juízes 18: 5-6), e trazer suas brigas antes Deus (Êxodo 18:19). Assim era o dever dos sacerdotes para dar oráculos ou falar em nome de Deus. Assim o pastorado tem uma característica sacerdotal. Os sacerdotes eram também professores , que instruiu o povo, especialmente ema lei de Deus ( Torá ). De acordo com Malaquias 2: 7: "Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e as pessoas devem procurar a instrução de sua boca, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos "(Veja também Deut31: 9-13, 25-26; Os 4: 6). Era, portanto, parte do ministério do sacerdote para instruir as pessoas sobre o que Deus queria ou não queria (Lev10: 10-11; Ez 22:26; 44:23). Eles ensinaram a moralidade pessoas e religião através dos seus conhecimentos e sua capacidade de interpretar a lei. Esse papel sacerdotal de ensinar a lei foi posteriormente assumida pelos escribas.
Outra imagem ministerial era a do profeta, embora esse papel de vidente estava em um momento associado com Antigo Testamento os profetas ( 1 Sam 9: 9), tinham em sua responsabilidade mais tarde e primário para as pessoas não estava em ver o futuro, mas em servir a consciência delas. Eles eram porta-vozes de Deus, como o significado da Palavra grega profetes (Porta-voz) sugere. Como porta-voz de Deus que perturbou o povo de Israel, entregando suas mensagens e agitar na consciências das pessoas de forma fundamental, estavam também ligados a questões sociais, políticas e religiosas. Eles constantemente lembravam as pessoas sobre a palavra e a lei de Deus. É porque eles fossem de Deus porta-vozes que os profetas eram considerados como ministros de Deus e ministros das pessoas.

Jesus Cristo, o Bom Pastor: O paradigma Pastoral
Quando falamos em ministério estamos falando do próprio Cristo. “Ele é o Ministro por excelência e Seu é o ministério. Sua Pessoa e missão é a única e prima fons de onde exaurimos toda a riqueza, sentido, unidade, diversidade, poder, eficiência para o cumprimento de todo e qualquer ministério. Para compreendermos, portanto, os ministérios é necessário sempre redescobrir qual o sentido do ministério de Jesus e sua ação na história estão, decisivamente, na raiz da natureza do atuar cristão, a ortopra-xia.
Em que sentido Cristo é Modelo? Ou quais são alguns elementos que compõem o paradigma cristológico? Alguns testemunhos da Igreja das origens registrados nas Escrituras esclarecem o conteúdo e significado do paradigma cristológico. “O paradigma mais elevado e exigente" - que é Cristo - é apresentado em Filipenses 2.5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.
A passagem litúrgica de Filipenses 2.5-11, uma das primeiras confissões kerigmáticas da Igreja, remete-nos à teoria kcnótica (do grego kenosis, esvaziar-se) segundo a qual Cristo despojou-se de sua divindade e assumiu a forma de servo. O conteúdo essencial de Filipenses 2.5-11 é cristológico e soteriológico. Esse texto fala-nos de duas dimensões que se harmonizam em Cristo: kenosis (ekenosen): “fazer-se vazio”, “fez-se a si mesmo nada”, “tornou-se pobre”; hyperypsosen: “super-exaltação”, “entronização”. Essas duas dimensões atestam a dimensão do encontro real com o homem e a mulher, no caminho da obediência até à morte, a qual culmina com o encontro perfeito com Javé, Deus-Pai, na dimensão do hyperypsosen. Ambos os momentos resumem a atitude pessoal e o comportamento comunitário do ministério de Jesus. E aí que os cristãos encontram os critérios de seu comportamento.
A prática pastoral simboliza e relembram aos fiéis a Pessoa e o Ministério de Jesus Cristo. Ele é o "tema e fonte maior” do ministério pastoral ( II Coríntios 4.6; Lucas 4.18-19; Isaías 61.1-2 ).Podemos afirma que a realidade objetiva que se coloca diante das pessoas no anúncio evangelizador e na solidariedade pastoral é Jesus Cristo, isto é. o nosso Deus torna-se disponível e pessoal, para nós, em Cristo.
Ensinamento de Jesus sobre Ministério
A partir do ensinamento de Jesus sobre o ministério nos evangelhos, pode-se aprender sobre algumas características importantes do ministério:
Ministério é uma Chamada
Jesus chamou Pedro e André para o ministério: "Sigam-me, e eu farei pescadores de homens "(Mt 4:19; Marcos 1:17; Lc 5:10). E deixaram tudo e o seguiram (Mateus 4:22; Marcos1:20; Lucas 5:11), quando Deus chamadas, deve-se responder afirmativamente. Família, mesmo com grave considerações não deve nos parar de aceitar a chamada. Assim, para o homem que queria ir enterrar seu pai primeiro antes de seguir Jesus disse: "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas, quanto a ti, vai e proclamar o reino de Deus "(Lucas 9:60; Mt 8: 21-22). Além disso, aquele que respondeu à chamada para o ministério não deve olhar para trás, para: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus "(Lucas 9:62). Depois de chamar os seus discípulos, Jesus preparou-os antes de enviá-los em missão (Lucas 10: 1-12).
Ministério é uma tarefa difícil
Enviando os seus discípulos ao mundo para proclamar o reino de Deus, Jesus estava ciente de que ele estava dando-lhes uma tarefa difícil. Ele saiu os discípulos em nenhuma ilusão de que eles seriam odiados e perseguidos. E se pessoas odiado e perseguido Jesus, os discípulos também sofreria o destino (João15: 18-21). Eles não estavam a esperar honra e reconhecimento até mesmo de suas próprias pessoas e famílias, para " E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa." (Mat13:57; também Marc 6: 4; Luc. 4:24; João 4:44). Jesus por tanto, preparou suas mentes: "Veja, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos "(Mt 10:16). No entanto, eles devem confiar no poder do Espírito, para vir em seu auxílio: "Quando vos entregarem, não se preocupe sobre como você é para falar ou o que haveis de dizer; para o que você está a dizer vai ser dado a você naquele momento; pois não é você que falará, mas o Espírito do Pai falando através vós "(Mt 10: 19-20). Uma vez que eles seriam odiados e perseguidos por conta o nome de Jesus, eles devem usar seu bom senso: Apartir de serem "prudentes como as serpentes e simples como as pombas" (Mt 10:16), eles devem aprender a obter-se fora do problema. Assim, "Quando eles vos perseguirem numa cidade, fugi para outra" (Mt 10:23). Eles deviam também estar em oração diante das tarefas difíceis, especialmente testemunhando a vitória de Deus sobre Satanás: "Esta casta não pode sair única através da oração "(Marcos 9:29).
Ministros devem confiar na Providência de Deus
Ao enviar os doze sobre o ministério, Jesus instruiu-os a realizar o seu ministério com confiança na providência de Deus. Eles não devem colocar encargos desnecessários para as pessoas para o seu bem-estar: "anunciar a Boa notícias, " E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos,” (Mt 10: 7-9; também Marcos 6: 8-9). Jesus advertiu sobre a incerteza em torno do seu ministério: "  E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Lc 9,58). Ele assegurou a seus discípulos que aqueles que livremente acolhidos e assistidos no seu ministério iria obter uma recompensa. Assim: "Quem recebe um profeta em nome de um profeta receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo não nome de uma pessoa justo, receberá a recompensa dos justos; e quem der um copo de água fria a um destes pequeninos, no nome de um discípulo - em verdade vos digo, nenhum deles perderá a sua recompensa "(Mt 10: 41-42).
Ministros devem ser Compassivo
Porque Deus é compassivo para com os humildes e os fracos, Ministros devem ter o cuidado dos doentes, os pobres e os necessitados em coração. Jesus curou muitas pessoas de suas enfermidades (Mt 4: 23-24;9: 20-22, 27-31; Marcos 7: 31-37; Lucas 13: 10-17; João 5: 5-9), lançado fora demônios (Mt 8:16, 28-34; 12: 22-24; Marcos 1: 21-28), alimentou os famintos(Marcos 6: 30-44; João 6: 1-14), e teve o cuidado especial do fraco (Marc 9: 36-37), precisamente por causa de sua compaixão. Para Jesus, quem se envolve em um ministério de compaixão para com os outros é fazê-lo a ele, Jesus considerava a si próprio como o bom pastor que conhece e cuida de todas as suas ovelhas: "Eu sou o Bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas Eu sou o bom pastor. Eu sei que o meu próprio e meu próprio me conhecer" (João 10: 11-15). Ministério é um meios de alimentação cordeiros de Jesus, e tendendo e alimentando suas ovelhas (João 21: 15-17).
Ministros Devem Procurar os Perdidos
Jesus considerava-se como sendo enviados para ministrar aos pecadores. Quando ele foi interrogado pelos fariseus sobre por que ele comia com publicanos e pecadores, Jesus respondeu: "Os sãos não precisam de médico, mas aqueles que estão doentes. Ide aprender o que significa: Misericórdia quero, não sacrifício. ' Pois eu vim chamar não os justos, mas pecadores" (Mt 9: 12-13; também Marcos 2:17). Buscando o perdido deve ser a preocupação especial de ministros, assim como o pastor procura por um ovelha perdida (Mt 18: 10-14; Lucas 15: 1-7).Ministros devem ser servos, Jesus advertiu seus discípulos para não ser envolvidos em disputas sobre quem era o maior entre eles. Em vez disso, a maior deve ser o servo e menos de tudo, assim como Jesus veio para servir e oferecer-se em sacrifício: "Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos" (Marcos 9:35; também Marcos 10: 42-45; Mt 18: 1-5; Matt 20: 25-28; Lucas 9: 46-48;22: 24-26). O ensinamento de Jesus sobre o ministério como o serviço foi amplamente ilustrada em sua lavar os pés dos seus discípulos (João13: 1-20). Ele desenhou uma Mensagem do seu recurso de seus discípulos: "Sabe o que eu tenho feito para você? Você chama-me Mestre e Senhor - e você está certo, por que é o que eu sou. Então, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós também deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, que você também deve fazer como eu vos fiz, vós "(João 13: 12-15).
Ministros Devem fazer Outros Discípulos
Jesus autorizou seus discípulos para ir e pregar: "Como o Pai enviou me, também eu vos envio "(João 20:21). Eles foram encomendados para ir e fazer outros discípulos por pregando, batizando e ensinando: "portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu vos tenho mandado "(Mt 28: 19-20; também Marcos16: 15-18; Lucas 24: 47-48). Jesus orou por seus discípulos e para aqueles que iriam ministrar, para que eles sejam um (Jo 17: 20-21). ele ainda mais reconheceu a necessidade de orar por mais ministros para proclamar o reino de Deus. Assim, ao ver o anseio multidões para o seu ministério, ele era compassivo para com eles, porque eram como ovelhas sem pastor. Ele disse aos discípulos: "A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos; portanto, pedir ao Senhor da messe que envie operários para sua messe ".

MINISTÉRIO APOSTÓLICO NO NOVOTESTAMENTO:
Foi Pedro que imediatamente assumiu a liderança da comunidade Cristã após a ascensão de Jesus (Atos 1:15; 2:14, 37). Pedro foi, a quem Jesus já havia prometido: "E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja "(Mt 16:18). Jesus também tinha especificamente o cuidado da comunidade cristã "Apascenta as minhas ovelhas" (João 21:17), em resposta a admissão de Pedro que ele amou Jesus mais do que os outros (João21: 15-19). Sob Pedro a liderança, a tarefa registrado pela primeira vez da comunidade cristã primitiva depois a ascensão de Jesus era para substituir Judas (Atos 1:15-20). A comunidade sentiu que os apóstolos tiveram que ser completa em número. No entanto, ao contrário do método de chamada e escolha direta de Jesus (Lucas6: 12-16; Marca3: 13-19), eles criaram uma nova abordagem para a substituição de um apóstolo:[7] É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós. Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição (Atos1: 21-22). Dois nomes, Justo e Matias foram apresentadas, e depois de fervorosas orações para discernimento, os nomes foram lançados, e caiu a sorte sobre Matias, que se juntou aos onze apóstolos (Atos 1: 23-26).
Por este ato, os primeiros cristãos indicaram que tinham a intenção de manter os doze apóstolos juntos como uma unidade. O grupo de doze apóstolos foi, assim, claramente visto como um grupo separado e distinto de outros crentes, e um arranjo pode ser feito para substituir qualquer um deles. Foi importante que aquele que substituiu um apóstolo era alguém que conhecia Jesus. No início os cristãos estão particularmente preocupados com a continuidade do ministério de Jesus. Esta meta foi central para todos os esforços dos apóstolos e da Igreja primitiva. Então, os apóstolos tiveram que continuar a ficar juntos como um grupo a fim de exercer o ministério de Jesus de forma eficaz.
À medida que a comunidade cristã primitiva surgiu, Pedro era o seu porta-voz. Em nome dos apóstolos e outros crentes, ele corajosamente dirigia a multidão que se perguntou se os primeiros cristãos estavam cheios de novo vinho no dia de Pentecostes, testemunhando a Jesus crucificado tanto como Senhor e Messias (Atos 2: 1-36). Após seu discurso, relata-se que os que o ouviam, "foram cortados para o coração e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos, 'Irmãos, o que devemos fazer? " Pedro disse-lhes: "Arrependei-vos e sejam batizados cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo, para que o seu pecados podem ser perdoados; e você receberá o dom do Espírito ' "(Atos 2: 37-38). A intervenção de Pedro no dia de Pentecostes, com a sua chamada direta para o batismo para a remissão dos pecados e a recepção do Espírito Santo definir o tom para um ministério apostólico.
O ministério apostólico experimentou um maior desenvolvimento como Paulo e Barnabé espalhar a palavra de Deus em territórios gentios. eles pregaram a palavra corajosamente em Chipre (Atos 13: 4-12), Antioquia da Pisídia (Atos13: 13-52), Icônio (Atos 14: 1-7), Listra (Atos 14: 8-19), Derbe (Atos14: 20-21), e de volta a Antioquia da Síria através de Listra e Icônio (Atos 14: 21-28). Como Paulo e Barnabé voltaram a Antioquia, na Síria, fortaleceram e incentivaram as Igrejas que haviam estabelecido, eles viram a necessidade de nomear presbíteros ou anciãos (grego: presbuteros ) em cada uma das Igrejas, confiando-os ao Senhor, depois da oração e jejum (Atos14: 22-23). Até agora, parece que o cargo de presbítero ou ancião havia se tornado normativo no início da comunidade cristã. Isto é, em vista do fato de que logo no início Atos 11:30, faz menção de Barnabé e Saulo (Paul) trazendo alívio Antioquia aos presbíteros ou anciãos na Judéia (Jerusalém).
Assim, a prática de nomear presbíteros (anciãos) para cada Igreja deve ter sido uma prática aprovada pelos apóstolos em Jerusalém em direção alcançar ministério e uma administração mais eficaz no agora amplamente espalhar comunidade cristã. O ofício do presbítero (Mais velho) era emprestado do judaísmo, onde em cada sinagoga, um zāqên (mais velho) era nomeado para assumir o comando da administração diária da sinagoga. Para a comunidade cristã, os apóstolos e os presbíteros (anciãos) trabalhou em estreita relação com o outro. De fato, quando Paulo e Barnabé voltaram a Jerusalém para discutir o problema da admissão dos gentios ao cristianismo sem a circuncisão que havia tragado a Igreja em Antioquia(Atos15: 1-35), foi com os apóstolos e presbíteros (anciãos), denominados em conjunto cinco vezes (Atos 15: 2, 4, 6, 22, 23), que a discussão foi realizada e uma decisão foi tomada. Os presbíteros (Anciãos) foram, assim, as pessoas que foram nomeados com autoridade apostólica como ministros das Igrejas (Tt 1: 5).[8] Porque eles compartilhavam do ministério apostólica, eles exerceram administração pastoral sobre as suas Igrejas, ensinou e pregou neles (1 Tm 5:17).
EVOLUÇÕES NO USO DO TERMO PASTORAL
A fragilidade e o desamparo das ovelhas exigiam a presença de uma ação que a Igreja [também] entendeu como pastoral. Mas, a ação pastoral situa-se no quadro maior da Missão e daí retira seu conteúdo e extensão. Devemos entendê-la, portanto, substancialmente, como “ação de Deus, como Pastor, no mundo, por meio de agentes pastorais e de estruturas fundamentais de ação pastoral”.[9]
Podemos ainda salientar que o termo pastoral tornou-se mais frequente no contexto teológico-pastoral nas Américas do Sul e Central, particularmente a partir da década de sessenta. O uso da expressão generalizou-se, principalmente na Igreja Católica Romana, sob a influência de Emile Pin e François Houtart, quando se procurou refletir, de maneira articulada, sobre a presença da Igreja na sociedade, sua função e métodos mais adequados para a proclamação e prática do Evangelho. Falava-se, então, de “pastoral de conjunto”, “pastoral de elites”, “pastoral de massas”, “pastoral universitária” entre outras.
Mas, o seu conteúdo, era claramente definido, no sentido do vocábulo que refere-se à forma como a Igreja cumpre a sua missão, seja em termos gerais (pastoral de conjunto) como particulares (pastoral da terra, pastoral indígena, pastoral da juventude: quer dizer, referida a situações e/ou grupos sociais específicos). A pastoral, pois, no contexto do pensamento católico latino-americano, refere-se à ação coletiva do povo de Deus, da Igreja, cuja figura hierárquica é o bispo.
A definição de uma linha pastoral na Igreja Católica era estabelecida a partir da consideração de quatro aspectos: a prática dos fiéis, que deve oferecer subsídios para a análise da situação social; os dados da Revelação, ou “a memória da fé”; a comunhão litúrgica e a prática dos membros da Igreja; a hierarquia ministerial expressa, notadamente, no episcopado. Por meio da inter-relação dinâmica desses elementos a Igreja prepara “as suas linhas de ação” com planos específicos, estratégias e táticas visando a uma presença pastoral eficaz na sociedade.
Pastoral, portanto, na Igreja Católica tem por objetivo levar a Igreja a participar da história em consonância com o Evangelho e com o seu magistério. Todavia, na tradição histórica protestante o termo refere-se, geralmente, à pessoa e função do pastor, os Reformadores do século XVI não escreveram sobre pastoral, referem-se, apenas, ao “ministério do pastor e à sua ordem própria”. A centralidade deste ofício nas igrejas protestantes (clássicas, livres e/ou pentecostais) em muitos sentidos se atrita com o conceito de sacerdócio universal dos crentes, que é uma das maiores contribuições do pensamento teológico da Reforma ao desenvolvimento da Teologia.
Em suma, o termo pastoral, em sentido lato, refere-se às ações que procuram relacionar o Evangelho às situações concretas da vida de cada dia. Assim, a missão do ministério pastoral das igrejas é relacionar o testemunho cristão com as diversas situações que afligem o ser humano contemporâneo. Trata-se, portanto, de adequar a fé às circunstâncias históricas.
Examinamos, nesta seção, raízes e fundamentos que compõem a tradição do pastoreio. Apontam para significados que, em nosso entendimento, dão as bases para inserção profético-pastoral no contexto psicossocial da atualidade. Ademais, lastreiam o exercício do cuidado pastoral, uma das expressões mais solidárias do pastoreio.

MINISTRANDO E CUIDANDO LITURGICAMENTE A IGREJA.

No mundo grego antigo, o cuidar da psiquê, ou da alma, tinha uma conotação mais cognitiva; tratava-se de desenvolver ideias para influenciar as atitudes das pessoas a fim de capacitá-las a lidar melhor com as diversas situações existenciais. No contexto da ortodoxia tradicional, o cuidado pastoral se apresentava sob a forma de processo de aprendizagem visando a um melhor conhecimento das doutrinas eclesiásticas. Na tradição da Reforma, realçava-se a purificação e a santificação como resultado do seguir a Cristo; a disciplina, então, adquire função importante. Nas tradições do pietismo, realçava-se a conversa individual. No denominado período da Modernidade, especialmente sob o impacto do Iluminismo, destaca-se o desenvolvimento de qualidades humanas e a promoção da autonomia do indivíduo. Sob a influência das ciências psicológicas, enfatiza-se a possibilidade de mudança de atitudes e comportamentos, além da auto-realização.
O cuidado pastoral pode ser definido como encontro. O encontro é um evento de conhecimento, um processo de interpretação, caracterizado por dualidades; encontro implica em experiência, reciprocidade e interação; encontro envolve o influenciar, transformar e mudar. O cuidado pastoral consiste de atos de ajuda realizados por representantes cristãos, voltados para curar, suster, guiar e reconciliar as pessoas em dificuldades, cujos problemas emergem no contexto de preocupações e significados últimos.
Podemos identificar e descrever, então, aquelas que são consideradas as seis funções pastorais proeminentes na história da Igreja: (1) curar, significa tornar inteiro, íntegro. Objetiva superar desarmonias pessoais e nas relações interpessoais, recuperando sua integralidade e levando as pessoas a desenvolver-se na direção de seu estado prévio; não podemos limitar doenças de cunho unicamente físico, o pior mal do homem moderno é mal emocional (2) suster, é a ajuda à pessoa em sofrimento, ou em crise, a perseverar e a transcender uma circunstância em que a recuperação de condição anterior pareça ser impossível, distante ou improvável; (3) guiar, é a assistência pastoral face a iminência de decisões e opções em relação a alternativas de pensamento e ação, em particular quando essas escolhas podem alterar, profundamente, sua vida presente e futura; (4) reconciliar, facilitar o restabelecimento de relacionamentos rompidos entre o indivíduo e Deus, pessoas e a natureza, pessoas, grupos e sociedade; (5) nutrir. O objetivo da nutrição é capacitar as pessoas a desenvolver suas potencialidades, dadas por Deus, ao longo de sua jornada de vida. (6) Empoderar é reconhecer o poder que cada um porta dentro de si e estimular a pessoa a exercer esse poder de forma justa e útil. Não parte da idéia de fragilidade humana “mas, sim [baseia-se] em alguma força pré-existente sobre a qual se estabelece”. O cuidado pastoral orientado por este modelo ‘extrai e constrói’, a partir das forças e recursos amortecidos de indivíduos e de comunidades, estratégias e métodos que minimizem ou eliminem o sentimento de impotência política e incapacidade pessoal.[10]
O crescimento deve ocorrer em seis dimensões interdependentes: mentes, corpos, relacionamentos interpessoais, com a biosfera, com grupos e instituições e na dimensão espiritual. Esse crescimento se dá mediante um processo de nutrição composto tanto de cuidado como de confrontação.
Entendemos que as funções tradicionais do pastoreio cristão devem ser revistas e criticadas. A crítica não implica, necessariamente, em exclusão. Há constantes na vida humana, como, por exemplo, o acompanhamento do envolver humano no contexto existencial de sofrimentos e esperanças. Agentes pastorais, clérigos e leigos, devem ser encorajados a assumir sua vocação e ministérios na sociedade e não apenas nos círculos de suas igrejas locais.
Quais seriam algumas características da ação com orientação teológico-pastoral? De início é preciso que haja uma estrutura teológica. Ação pastoral, em nosso entender, consiste num conjunto de mobilizações da comunidade de fé, sedimentadas nas tradições teologizadas do pastoreio, com a intenção de colocar em operação, a relação entre a Verdade mesma e a verdade articulada em meio à relatividade da vida humana e da história. Entretanto, a atividade de reflexão não se limita ao mundo da academia. Todas as pessoas envolvidas nos diversos serviços pastorais podem e devem desenvolver o pensar criticamente sobre o exercício de seus ministérios e dons como parte do Corpo de Cristo. Além disso, a prática da teorização valoriza a capacidade humana de pensar e confere lucidez à ação pastoral. Evita-se, igualmente, que as igrejas caiam no ativismo e no corre-e-corre sem rumos claros e sem correspondência com as finalidades de sua missão.
Ministério Através da Palavra
O ministério pastoral da palavra tem muitas dimensões para ele, é claramente a forma mais popular de ministério. Além de pregação, que inclui ensino, catequese (O processo de trazer as pessoas à fé por instrução), e todas as formas de comunicação da palavra de Deus, como por escrito, discussões, música, conversas, de diálogo, de grupo, workshops e seminários. Diferentes configurações formal ou informal como igrejas, sessões de culto, cruzadas, sala de aula, mercados, reuniões públicas de qualquer tipo, e casas particulares pode ser usado para ministério por meio da palavra. Da mesma forma, diferentes meios de comunicação social, como a fala, Internet, rádio, televisão, vídeo, telefone, jornais, revistas, folhetos, panfletos e livros podem ser usados ​​na divulgação da palavra de Deus oralmente ou por escrito, naturalmente ou por via electrónica, todas essas formas, configuram o ministério através da palavra.
Pregação é o ato de proclamação pública da boa notícia de salvação. A palavra "preach" é derivado da palavra latina predicare (Para anunciar, declare). O ministério cristão da pregação tem sua base e fundamento no ministério de Jesus. Jesus passou a maior parte de seu ministério na pregação ou proclamar as boas novas do reino de Deus. Ele também encomendou os seus apóstolos para continuar a sua missão de pregar, um ato que eles levaram a cabo com fidelidade. A pregação precoce ou inicial dos apóstolos é geralmente denominado o kerygma .[11]
Boa pregação, portanto, deve ser multidimensional na forma e conteúdo. Esta deve ser bem pastoral no tom abordar realidades socio-religiosas, mas com base em um sólido conhecimento e aplicação das escritura, doutrina e moral. Pregando deve abordar o coração do ouvinte indivíduo como pessoa, estimular sua mente a uma profunda reflexão, e mexa-o a ação. Deve-se sempre tirar uma mensagem clara, direta e inequívoca de Deus para o ouvinte. Em uma pregação, o ouvinte deve se sentir capaz de ouvir Deus falar com ele ou ela nas profundezas do seu coração. No entanto, se o pastor não sabe ouvir a vida, a pregação está comprometida, é esvaziada de seu vigor e poder, e torna-se um mero exercício de tomada de retórica ou discurso, uma vez que a personalidade do pregador exibiu tanto no púlpito e fora do púlpito pode adicionar muito valor ou subtrair a eficácia ea coerência que boas demandas de pregação.
A preparação para a pregação é uma tarefa ao longo da vida. Todo o pregador traz em suas palavras um fundo de experiência de vida, além do estudo bíblico e teológico, envolvimento social e atividades, leitura e interesse em assuntos atuais, personalidade e caráter bem desenvolvido, estudo e formação permanente, esforços para viver uma vida cristã autêntica, até mesmo em conversas casuais e interações inter-pessoais, prepare tudo remotamente um pregador para a tarefa de ministrar através da palavra em um determinado momento.[12] Para a imediata preparação para pregar, no entanto, o pregador precisa, antes de tudo para tirar tempo para orar por orientação, sabedoria e do conhecimento de Deus. Isto é importante, porque o pregador não está se preparando para pregar o seus própria palavra, mas a palavra de Deus.
Ministério através da Oração
Assim como os sacerdotes e profetas do Antigo Testamento fez, um dosa maioria dos aspectos importantes do ministério cristão é um ministério através da oração. Na oração se comunica intimamente com Deus, falando com Deus é ter um encontro pessoal com Deus como com um amigo sempre presente. Dentro da oração se aprende a deixar ir, confiar em Deus, e ser guiado pela vontade de Deus através do Espírito Santo. A oração, portanto, está no cerne da religião cristã. É também a substância de toda a adoração cristã, uma vez que todos os atos de adoração - a leitura das escrituras, súplicas, celebração do sacramentos, cantando, ofertas, atos piedosos, batendo palmas e dançando, pregando, etc., são direcionados para a união com Deus. Cada ato pastoral do ministério também é feito no contexto de oração, de oração devem permear todas as formas de ministério, se é para ter um significado espiritual, e ser relacionadas com o divino.
Ministério através da oração pode assumir diferentes formas. Pode ser uma bênção ,em que uma pronuncia uma bênção sobre uma pessoa (Gn 9: 26-27; Lucas 6:28; Rom 12:14), as pessoas (1 Reis 8:14, 55; Lucas 24:50), um agregado familiar (2 Sam 6:20) um objeto, como alimentos (Mt 14:19; 26:26; Marcos 6:41; 8: 7;14:22; Lucas 9:16), ou o nome de Deus (1 Pe 1: 3-9), e reconhece bênção de Deus (Ef 1: 3-14; 2 Cor 1: 3-7). Pode tomar a forma de adoração , acompanhada de um gesto como prostrando de si mesmo, A oração também pode assumir a forma de súplica, a oração de súplica, pede a Deus para alguma coisa. Se o que está sendo solicitado é para as necessidades pessoais de quem ora, ele é chamado de "oração de petição "(Mt 6: 9-13; 7: 7-11; Rom 15:30; Flp 4:19; Col 4,12), mas se a oração é para as necessidades de outra pessoa, a oração é chamada de "oração de intercessão "(Rm 8:34; 1 João 2: 1; 1 Timóteo 2: 5-8). Em seu ministério Jesus intercedeu muitas vezes para os outros (Lucas 22: 31-32; João 17: 20-21; Lucas 23:24). Na verdade, ele continua a interceder em nosso favor (1 João 2: 1; Heb7: 7; Rom 8,24), assim como o Espírito Santo intercede (Rm 8: 26-27). Enquanto isso, o cristão individual também pode interceder por outros (Ef 6:18; 1 Timóteo 2: 1; 1 João 5:16). Classificadas como oração de intercessão é oração de libertação dos poderes do mal (Mt 6:13), e oração para milagres e cura (Marcos 16: 17-18) em nome dos que estão no especial necessidade. A oração tem a forma de ação de graças quando ele se concentra em agradecimento a Deus por favores recebidos (1 Tessalonicenses 5: 17-18; Col 3:17; 4: 2; Ef 5:20; Ap19: 5-7). Torna-se oração de louvor quando a oração de ação de graças torna-se um hino em louvor de Deus (Ef 5:19; Col 3:16). O jejum é também uma forma de oração (Mt 9:29), especialmente quando não é feito, a fim de atrair a atenção das pessoas (Mt 6: 16-18). Pode-se também orar com as escrituras , usando o livro de salmos, que foi o livro de oração dos israelita, repetindo as palavras de qualquer um dos outros oração encontrada nas escrituras (Gn 24: 12-14; 32: 10-13; 1 Reis 3: 6-9; Mateus 6: 9-13; Lucas11: 2-4), ou fazendo meditação ou a reflexão orante sobre uma passagem bíblica de sua escolha.[13]

A PRÁTICA DA TEORIZAÇÃO: A TEOLOGIA PRÁTICA
A teologia estuda os processos humanos que levam ao conhecimento de Deus, os eventos que acontecem entre Deus e os seres humanos e entre as pessoas, com vistas a conhecer a Deus. intitulada Theorie der Praxis (A teoria da prática), observou que praxis não deveria ser traduzida por prática (substantivo) e sim por ação, atividade. "Além do mais, a palavra prática [adjetivo como em teologia prática] expressa, de maneira real, a natureza teológica da disciplina”. O livro de Atos dos Apóstolos é, cm grego, chamado de praxeis apostolon, "a ação divina mediante o ministério dos apóstolos”. Em Romanos 12.4 encontra-se a referência às diferentes funções (praxeis) dos membros da igreja como o Corpo de Cristo. Assim, a teologia prática trata da atividade de Deus por meio do ministério de seres humanos.
Desde a chegada do liberalismo a elaboração teológica tornou-se rígida e apologética, esquecendo-se do aspecto devocional, e do desenvolvimento prático da vida cristã. A teologia tradicional se empenhava, influenciada pelo pensamento grego ocidental, em realçar a dimensão transcendental da fé cristã. Não se aplicava ao nível imanente, histórico da fé e alienava os fiéis de seu compromisso consigo mesmo. A emergência da praxis como elemento de transformação, de busca de sentido e axiológico colocou em cheque aquelas ‘teologias da consolação'[14] que, ao invés de buscarem a transformação do mundo, sacralizavam as diferenças sociais; tratava-se, somente, da ‘salvar almas’ para o pós-morte.
Friedrich Schleiermacher (1768-1834) é considerado o “pai da teologia prática”. Fez o primeiro arranjo sistemático das disciplinas teológicas. A teologia, em seu esquema, era função da Igreja, “estritamente de uma elite dentro da Igreja”. O objetivo da teologia, segundo Schleiermacher, é orientar e guiar a Igreja.[15] A teologia prática, nesse arranjo, é a “coroa da teologia”. Sua estrutura teológica contribuiu, negativamente, para que a teologia prática fosse entendida como ‘aplicação’ da verdade teológica.
A teologia prática, desde suas origens, procura realçar o compromisso eclesial da teologia. A teologia prática tem como uma de suas instâncias de trabalho aprofundar, de maneira crítica, a relação do processo de formação teológico-pastoral com a vida da igreja e das sociedades.[16]
Ao comparar a teologia prática com a teologia sistemática, a teólogo sistemático levanta questões críticas sobre a forma como a fé se expressa na linguagem; por sua vez, o teólogo prático levanta questões críticas sobre a forma como a fé se expressa na prática e sobre a relação entre a prática e a linguagem. Uma vez que a vida e a ação da Igreja estão relacionadas não apenas à sua auto-compreensão e entendimento [da] fé, mas, também [estão relacionadas] com a sociedade em mudanças onde opera, a teologia prática é triádica: trata das interrelações da fé, da prática e da realidade social e tem consciência de que as linhas de pressão fluem em ambas as direções.[17]
Cabe à teologia prática verificar, por meio da análise crítica, se a linguagem eclesial, historicamente situada, comunica a esperança da Boa Notícia do Evangelho, se o faz com eficácia; compete-lhe, também, escrutinar a prática da Igreja para verificar se são obstáculos para a adesão a Jesus Cristo e se expressam, de forma contemporânea o amor, esperança, justiça e liberdade experimentados em Jesus. Assim, a práxis cristã, “em confronto com a práxis de Jesus, converte-se no lugar teológico principal da teologia prática”. É por isto que o método da teologia prática deve consistir numa justaposição de “empírico e teológico, indutivo e dedutivo”.
A teologia prática propõe “correlações mutuamente críticas” entre a compreensão e a interpretação do Evangelho e a leitura da situação contemporânea. A teologia prática, portanto, pressupõe a existência deum amplo leque de condições existenciais para a expressão do cuidado pastoral.
A teologia é prática pois ocupa-se das “questões mais básicas da existência humana”. A teologia lida com a jornada humana em sua totalidade, seu sentido e finalidade.[18] Ocupa-se, também, das respostas pastorais adequadas às realidades emergentes ao longo dessa jornada, com o crescimento das pessoas e com o estabelecimento de instituições que facilitem o bem-estar humano. Brota, portanto, do solo do envolvimento no mundo, que antecede e é prima fonte da teologização. A teologia prática lida com a compreensão e a fidelidade cristã dentro das realidades mundanas.
A teologia prática pressupõe uma eclesiologia aberta, ou “comunidades públicas de fé”. Teólogos e teólogas práticos estão, portanto, não apenas envolvidos nas ambiguidades dinâmicas de nossa era de incertezas como têm que se envolver nelas como parte de sua tarefa teológica. Perguntam: é possível fazer sentido deste momento histórico em termos de justiça e do reino de Deus? Como oferecer cuidado pastoral em nosso contexto local sendo, ao mesmo tempo, parte de eventos mundiais? O que significa viver entre culturas em um mundo de rápidas mudanças? Qual é a forma de ministério e formação pastoral numa Igreja que é, simultaneamente, universal, local e particular?
O papel do pastor é extenso, intenso e repletos de desafios, quem não consegue contemplar tal disparate tem uma superficialidade pastoral, o pastor é um avivado, promotor deste avivamento, um homem de oração, que reflete na sua membresia um ardor da oração, um pregador, que se preocupa com uma mensagem bem trabalhada biblicamente, afim de implantar a seus membros uma postura corretar a Bíblia,  lê-la será de imediato o impacto produzido, além de moldar conduta nas suas mentes e nos seus atos.
Deus nos chamou a uma tarefa que poderíamos dizer que quase uma substituição D’Ele no meio das pessoas, pessoas estas que Ele ama, e deseja se relacionar, mudar, conviver, e ao pastor é transferido esta tarefa suprema de manifestar o anseio divino de promoção. Somos cooperadores deste Deus, neste caso não uma extensão ministerial denominacional, mas divino.



[1] BENTES, João Marques. O Guia do Pastor. Flórida: Vida, 1993
[2] TURNER, Donald T. A Prática do Pastorado. São Paulo: IBR, 1989.
[3] PETERSON, Eugene. Um Pastor Segundo o Coração de Deus. Rio de Janeiro: Textus, 2000.
[4] Sathler-Rosa. Ronaldo. Cuidado pastoral em tempos de insegurança: uma hermenêutica contemporânea . - São Paulo: ASTE. 2004.
[5] PETERSON, Eugene H. O pastor que Deus usa: o trabalho pastoral segundo a  palavra de Deus. Rio de Janeiro: Textus, 2003
[6] CRABTREE, Asa Routh. A doutrina do ministério. Rio de Janeiro: Juerp, 1981.
[7] Anthony Iffen Umoren. Teologia pastoral; Universidade Nacional Aberta da Nigéria.
[8] Anthony Iffen Umoren. Teologia pastoral; Universidade Nacional Aberta da Nigéria.
[9] Sathler-Rosa. Ronaldo. Cuidado pastoral em tempos de insegurança: uma hermenêutica contemporânea . - São Paulo: ASTE. 2004.
[10] Sathler-Rosa. Ronaldo. Cuidado pastoral em tempos de insegurança: uma hermenêutica contemporânea . - São Paulo: ASTE. 2004.
[11] Anthony Iffen Umoren. Teologia pastoral; Universidade Nacional Aberta da Nigéria.
[12] Anthony Iffen Umoren. Teologia pastoral; Universidade Nacional Aberta da Nigéria.
[13] Anthony Iffen Umoren. Teologia pastoral; Universidade Nacional Aberta da Nigéria.
[14] Ronaldo Sathler-Rosa. Cuidado Pastoral em Tempos de Insegurança; Ed. ASTE.
[15] Ronaldo Sathler-Rosa. Cuidado Pastoral em Tempos de Insegurança; Ed. ASTE.
[16] James Farris O que é Teologia Prática? Revista Caminhando, v.6, n. 1 [8], p.56-68, 2010.
[17] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. Aspecto históricos e concepções contemporâneas da Teologia Prática
[18] HOCH, Lothar Carlos. O lugar da Teologia Prática como disciplina teológica.

terça-feira, 28 de junho de 2016


INTRODUÇÃO TEOLOGIA: DEFININDO O TERMO TEOLOGIA.
Não é uma tarefa fácil definir teologia nos tempos atuais, mas antes de ser por nós definida precisamos nos definir qual seja a nossa posição teológica aí então teremos condições de elaborarmos uma definição de teologia, normalmente teologia se definiu com as seguintes expressões: “O discurso concernente a DEUS”; “A ciência do sobrenatural”; “A ciência da religião”; “O estudo sobre DEUS”[1] . Atualmente alguns teólogos têm desenvolvido opiniões e definições que vem melhorando o sentido e significados de teologia vejam alguns, O Pr. Antonio Gilberto, teólogo renomado das Assembléias de Deus no Brasil, ao definir teologia fala de dois sentidos, o denotativo que é o estudo do caráter dos atributos e operações de DEUS, e o sentido conotativo que é o estudo das doutrinas bíblicas referentes a DEUS e ao homem[2] . Ernest Kevan define com as seguintes palavras “A ciência de DEUS segundo ELE se revelou em Sua palavra”. Charles Hodge, teólogo estadunidense expressou desta forma, “A apresentação dos fatos da Escritura, em sua ordem e relação progressiva”, já Strong define “A ciência de DEUS e dos relacionamentos de DEUS com o universo”. W.G.T. Shedd “Uma ciência que se preocupa com o Infinito e o Finito, com DEUS e com universo. O material , portanto, que abrange é mais vasto que qualquer outra ciência. Também é a mais necessária de todas as ciências” [3], Agostinho, teólogo renomado no período patrística, formulou a seguinte frase “A discussão racional referente à divindade.”, Paul Tillich, teólogo alemão da linha neo-ortodoxa com perspectiva existencialista, “A interpretação metódica dos conteúdos da fé cristã”[4] , e Karl Barth, pai da neo-ortodoxia, “Dogmática é a ciência na qual a igreja , segundo o estado atual do seu conhecimento, expõe o conteúdo de sua mensagem , criticamente, isto é, avaliando-o por meio das Escrituras e guiando-se por seus escritos confessionais.” [5], prosseguindo Bath A teologia é ciência buscando o conhecimento da Palavra de Deus falada em Deus aprendizagem ciência trabalho na escola da Sagrada Escritura, que testemunhas do Palavra de Deus; trabalhadora ciência na busca da verdade, que é inevitavelmente necessária da comunidade que é chamado pela Palavra de Deus”[6]
Julio Andrade Ferreira apresenta como “reflexão sistemática sobre a realidade da revelação cristã.”, enquanto Wayne Grudem “Teologia sistemática é qualquer estudo que responda a pergunta ‘O que a Bíblia como um todo nos ensina hoje?’ Acerca de qualquer tópico”[7] . Podemos encontrar dois ramos de compreensão teológica, os subjetivistas começando com [8]  Friedrich Schleiermacher, conforme define Daniel Migliore “Teologia não é uma simples repetição de doutrinas tradicionais, mas uma busca persistente da verdade que elas indicam, e que expressam somente de forma parcial e fragmentária. Como busca contínuo, o espírito da teologia é interrogativo antes que doutrinário; ele pressupõe a disposição de questionar e ser questionado”[9], Schleiermacher redefiniu a teologia. Ela não é sobre Deus — é sobre o homem em sua busca de algo ou alguém que lhe falta, o infinito que se contrapõe à sua finitude, o ilimitado que contrasta com as suas limitações, o infalível que torna horrível suportar as suas falhas, o independente que se opõe à sua dependência, o eterno que torna a sua mortalidade tão difícil de enfrentar.
Ludwig Feuerbach concluiu, corretamente, a partir da tese de Schleiermacher, que a teologia, se é isso, não é Teologia, mas, sim, Antropologia Filosófica, com “a” maiúsculo, o estudo da busca, por parte do homem, daquilo ou daquele que o homem, não sendo, nunca se conformou em não ser.
 E os objetivistas que acompanharam Hodge em 1746 quando foi criado o Colégio de Nova Jersey (atual Universidade de Princeton) e em 1812 o Seminário Teológico de Princeton, conhecidos como fundamentalistas, ficou conhecida como “teologia de Princeton”.

OS PRINCIPAIS RAMOS DA TEOLOGIA.
Teologia Exegética: Trabalha com as línguas originais da Bíblia, procurando descobrir o real sentido e significado das Escrituras.
Teologia Histórica: Lida com o desenvolvimento das diversas interpretações doutrinárias através dos séculos, mas sob a ótica do teólogo e sua época em que apresentou sua teologia.
Teologia Dogmática: Ocupa-se com os dogmas e sua maneira como era apresentada na evolução natural teológica, exemplo a doutrina do pecado começando na era patrística passando pela idade média , vindo na reforma e nos dias atuais.
Teologia Bíblica: Trata da revelação divina progressiva através e unicamente pela Bíblia sem consulta tese ou escola teológica, com isto tente desvendar a proposta teológica do autor bíblico.
Teologia Contemporânea: É a exposição da teologia com destaque os pontos de vista dos teólogos e sua escola dogmática. Mais a frente trataremos das diversas escolas teológicas atuais.
Teologia Sistemática: É o estudo das doutrinas referente a DEUS e ao homem, sendo que seus assuntos estão agrupados por tópicos e obedecendo a um sistema definido, permitindo que cada doutrina tenha sua definição individual sem perder um elo com a anterior e com a posterior.
Teologia Natural: Esta teologia visa desenvolver um conhecimento de DEUS unicamente através do estudo da criação ou da natureza, e ao definir a natureza definirá atributos e o caráter de DEUS.
Teologia Prática: Normalmente é definida como teologia viva e trata de temas transversais ou temas que quase nunca entra na discussão acadêmica ficando mais no âmbito do palpito

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA TEOLOGIA.
DEUS poderoso na sua obra criadora e de sustentar a sua criação. Por isto Gêneses é também a origem da teologia no homem Não iremos trabalhar uma história detalhada mas um breve desenvolvimento até os dias atuais, teologia não começou com uma data no calendário humano e nem pertence exclusivamente ao homem, quando lemos passagens como de IS 6 onde os serafins cantam “SANTO , SANTO , SANTO É O SENHOR” está se fazendo uma asseveração teológica dos atributos de DEUS, ou quando o anjo rejeita adoração está também aplicando uma prática teológica, desta forma teologia é de muito tempo e existia entre os seres celestial, teologia começa com o primeiro texto bíblico Gn.1.1 “No princípio criou DEUS...” esta simples frase revela um DEUS anterior a tudo e que é a fonte de todas as coisas, um DEUS iminente e transcendente no tempo e no espaço, um.
As primeira verdades teológica surgem nos nomes de DEUS, que trazem consigo atributos morais e os não morais, vejamos alguns destes nomes.
ELOHIM : Forma plural de Elah ou Eloah que significa poderoso
JEOVÁ: Aparece pela primeira vez em Gn2.4, seu sentido é incerto
JEOVÁ-JIRÉ: O Senhor proverá Gn22
EL-SHADDAI: Senhor Todo-Poderoso ocorre 50 vezes na Bíblia sendo 31 em Jó
EL-OLAM: Senhor Eterno
EL-ELYOM: Deus Altíssimo
O Antigo Testamento é também um desenvolvimento teológico além de histórico, pois cada acontecimento é também um desenvolvimento teológico, que amplia o conhecimento do caráter de DEUS, seus atributos tanto para Israel como também para a humanidade, revelando seu amor e juízo, revelando o seu poder e seu desejo de se aproximar do homem pecador, sua prontidão para abençoar aquele que se aproxima de sua vontade.
Quando nos aproximamos do N.T a teologia está baseada nas novas revelações que Jesus destaca no seu ministério, não um dualismo divino como compreendia Marcião no segundo século que o DEUS do N.T. era mais brando que o do A.T. que era sanguinário e vingativo. Jesus apresenta um DEUS JUSTO e amoroso para com todos seja publicano ou uma mulher Cananéia ou samaritana, até mesmo compassivo para com adúltera e que passa a tocar em leproso como fossem limpos, tratar de cego de nascença não como um pecador mas como alguém capacitado a receber a manifestação da glória de DEUS, Jesus é o precursor do exorcismo, e demônios são expulsos de pessoas.
Os gentios podem agora pertencer e participar das promessas de DEUS como Paulo dizia e escreveu nas suas epístolas, surge doutrinas como adoção, substituição, redenção, a trindade e uma nova escatologia a escatologia eclesiológica. Deus não trabalha diretamente exclusivamente sob um povo mas a todos os homens e mulheres que aceitam em Jesus esta nova possibilidade em DEUS. Mas futuramente estudaremos Teologia do V.T. e do N.T.

ESCRITURA E TRADIÇÃO
Se a Reforma protestante do século XVI nos ensinou algo, foi a necessidade de retomar constantemente às fontes de nossa fé. Os reformadores descobriram em seus estudos das Escrituras que, de muitas formas, a fé recebida de seus antepassados havia se esquecido de alguns dos elementos básicos da fé bíblica e deturpado outros. Quando anunciaram suas descobertas, foi-lhes respondido que o que diziam se opunha à tradição da igreja.
A tradição, a história da igreja, transformou-se então em impedimento, pretexto, regra que se devia obedecer e seguir ao 1er e interpretar as Escrituras. Por isso, um dos pontos essenciais da Reforma, sobre o qual houve acordo entre todos os reformadores, é o da autoridade das Escrituras sobre a tradição. Isso não significa que os reformadores não tenham tido discordâncias sobre o modo como esse princípio deveria ser aplicado, É de conhecimento geral que, enquanto o luteranismo e 0 anglicanismo mantiveram o máximo possível da tradição, sempre que não se opusesse aos ensinamentos claros das Escrituras, a tradição refoimada foi mais radical nesse sentido, e a anabatista muito mais ainda.
Mas, como protestantes que somos, é importante que cuidemos para não cair na armadilha em que caiu a igreja contra a qual Lutero e os outros reformadores se rebelaram.
Aquela igreja tinha uma história gloriosa de mártires e santos, de monges e teólogos que haviam dedicado toda a sua vida à sua fé. Não nos equivoquemos: embora seja certo que no começo do século XVI havia corrupção, também é certo que havia devoção, dedicação e santidade. E muito mais, havia uma longa história, uma bela tradição, digna de respeito e de admiração. Diga-se de passagem que, se não fosse essa tradição, a Bíblia nunca teria chegado às mãos de Lutero nem às nossas.
Mas aí está o problema. Em certo sentido, era exatamente a glória dessa história que impedia muitos católicos do século XVI de dar ouvidos às críticas de Lutero. Aceitar tais críticas parecia desvalorizar a vida e a dedicação de todos os ilustres cristãos que haviam moldado a tradição.
Nosso perigo agora, como protestantes do século XXI, é fazer a mesma coisa com as tradições que recebemos de nossos antepassados na fé. Nós também temos uma hoste gloriosa de tais antepassados: desde Lutero, Calvino e os outros reformadores, até os missionários e pastores que nos levaram aos pés de Cristo. Mas nem por isso devemos pensar que já sabemos tudo o que as Escrituras nos dizem. Se fizéssemos isto, não importa o quanto enaltecêssemos nossos antepassados na fé, nem o quanto repetíssemos suas palavras, na verdade os estaríamos traindo, pois, se eles quiseram nos ensinar algo, foi justamente a primazia das Escrituras sobre toda tradição humana. Não é a palavra de Lutero que permanece para sempre, mas a Palavra que Lutero estudou e procurou expor e proclamar. Não existe tradição humana alguma que possa conter essa Palavra nem se equiparar a ela.
Esta é a importância que tem o estudo da Bíblia. A igreja vive da Palavra de Deus, como Israel no deserto vivia do maná cotidiano. Quando a igreja deixa de se alimentar dessa Palavra, simplesmente deixa de ser a igreja. E, quando procura viver hoje sobre a base exclusiva de alguma interpretação anterior da Bíblia, ocorre-lhe a mesma coisa que aconteceu a Israel no passado, quando tentou guardar o maná de um dia para outro.
Portanto, a grande tarefa que se impõe à nossa geração — a tarefa que se impõe sempre a cada geração cristã — é nos aproximar novamente das Escrituras para descobrir o que Deus tem a nos dizer hoje nelas.
Mas a situação não é tão simples. Não basta afirmar que as Escrituras não devem ser equiparadas a qualquer tradição humana.
O fato é que todos nós, seres humanos, somos criaturas históricas e, portanto, pertencemos a uma tradição ou outra. Quem sabe seja conveniente aqui, para percebermos nossa situação, recordar as palavras de Ortega y Gasset de que cada geração se encontra sobre os ombros das gerações anteriores, como os acrobatas do circo. Cada um de nós tem sua história — toda uma série de acontecimentos e decisões que nos trouxe até onde estamos. Essa história começa muito antes de nosso nascimento. Cada um de nós, e mais ainda todos em conjunto, fazemos parte de uma tradição, de um modo ou caminho pelo qual nos tomamos o que somos. O passado, não importa o quanto nos esqueçamos disso, continua vivendo em nós e contribui para determinar o que somos e o modo como somos. Isto, que se aplica a toda atividade humana, também se aplica à forma como interpretamos as Escrituras. Quando nos aproximamos delas, não o fazemos com a mente totalmente em branco para deixar que as Escrituras nos falem. Pelo contrário, estando ou não cientes disso, ao nos aproximar das Escrituras, trazemos conosco toda uma tradição de interpretação escriturística que nos leva a entender o texto bíblico de um modo particular. Em outras palavras, todos lemos a Bíblia através de óculos que nos foram legados por nossa tradição, e da cor de suas lentes depende grande parte do que podemos ou não enxergar nas Escrituras.

PERÍODO PATRÍSTICO.
Este período vai de 100 até 451, sendo conhecido como era dos apologistas ou dos pais da igreja, mas antes vamos destacar as cidades mais importantes no desenvolvimento teológico.
Alexandria, atualmente faz parte do Egito, mas no início do século era um grande centro teológico e de educação cristão, ficou marcada pela associação com a teoria filosóficas de Platão, principalmente na doutrina de Cristo e na Hermenêutica. O teólogo em destaque Orígines
Antioquia, que fica na atual Turquia, cidade evangelizada por Paulo (At 13.14-51), acompanhou Alexandria na sua abordagem teológica, mas desenvolveu uma escola própria, principalmente na elaboração da doutrina da trindade. O teólogo em destaque Irineu.
Cartago, outra cidade africana, atual Argélia, de providenciou para o cristianismo teólogos como Agostinho, Cipriano e Tertuliano.
Poderíamos destacar teólogos como:
Tertuliano de Cartago (160-225), defendia o princípio suficiente das Escrituras, condenando teólogos que lançavam mão de metodologia filosófica seculares para desenvolverem suas teses, seus escritos influenciaram Wycllif e Lutero, considerado o pai da teologia latina.
Atanásio (296-373), foi um dos precursores da doutrina das duas naturezas de Jesus (homem e DEUS), também formulou a doutrina da trindade e quem estabeleceu o nosso N.T. com seus 27 livros
Aurélio Augustos, um dos teólogos que mais tem influenciado o cristianismo depois de Paulo, tanto por aqueles que se admiram com seus escritos como também por aqueles que o criticam, este teólogo tem ultrapassado as era e o tempo escreveu livros como “Confissões” e “Cidade de DEUS”. Estes livros são tão importantes para o protestantismo atual como para o catolicismo.

TRES TIPOS DE TEOLOGIA[10]
Três lugares
Cartago

Alexandria

Ásia Menor e Síria (Antioquia)
Três teólogos
Tertuliano

Orígenes

Irineu
Interesse

Moral

Metafísico

Pastoral
Categoria principal

Lei

Verdade

História

Orientação filosófica

Estoica

Platônica

Nenhuma
Precursores
Clemente de Roma Inácio
Hermas

Filo
Justino
Policarpo

ONT
II Epístola de Clemente Teófilo de Alexandria
Deus Uno
Legislador
Juiz

Inefável
Transcendente

Pastor
Pai I
Criação

Completa

Espiritual
Dupla

Começada
Contínua

Pecado


Transgredir a lei

Não contemplar
Desobediência ao Uno por antecipação

Pecado original

Herança

Individual

Em um todos pecaram

Problema

Dívida moral

Ignorância

Sujeição ao Maligno

Obra de Cristo

Perdão

Iluminação

Libertação

Necessidade

Pagamento Nova Lei

Ensino

Vitória Nova criação

Batismo

Lavamento
Princípio

Iluminação Símisolo
Enxerto Sempre válido

Comunhão

Força moral

Símbolo

Alimento

Consumação


Reino de lei
Retorno ao princípio

Novo Reino de liberdade, justiça e crescimento



PERÍODO ESCOLÁSTICO.
Este período abrange até o início da reforma protestante, sendo que agora as regiões principais de destaque teológico são França, Alemanha, Holanda, Itália e Inglaterra, vejamos os principais teólogos deste período.
Anselmo de Cantuária (1033-1109) que elevou o aspecto teológica de sua época, passando por inúmeros centros de estudo europeu.
Tomás de Aquino (1225-1274) considerado o melhor teólogo de sua época e da escolástica, filiado aos dominicanos deixou a herança de conde de seu pai para se tornar o principal construtor teológico do catolicismo até os dias de hoje.
Duns Scotus (1265-1308) foi professor na faculdade de Cambridges, Oxford e Paris, aperfeiçoou a teoria do conhecimento de Aristóteles, defendendo o voluntarismo intelectual além da condição imaculada de Maria.
As principais teorias teológicas desta época estava baseada nos escritos de Agostinho, e sob o logismo de Aristóteles como mecanismo hermenêutico , a evolução se deu no campo sistemático e depois no racionalismo com Tomás de Aquino, com o propósito de sair das questões ou repetições agostiniana, mas Anselmo ao levar a teologia no campo racional denunciava a limitação desta.
Também os sacramentos eram temas de debates na igreja, Agostinho defendia os sacramentos como sinal e relação das coisas divinas, tendo também a quantidade dos sacramentos ( a igreja católica defende sete e o protestantismo apenas dois), havia unanimidade de se guardar dois o batismo e a eucaristia. A graça também tornou-se tema de debates dando base posteriormente ao protestantismo na justificação pela fé, quando Lutero utilizou dos textos de Occam e Aquino, já que Agostinho impunha diversos encargos para alcança-lo. A mariolatria tinha apoio de Occam e não de Aquino, surgindo os “imaculatistas” .
PERIODO DA REFORMA.
Não houve movimento anterior e nem posterior na história do cristianismo como a reforma protestante, na verdade foram quatro acontecimentos que se destacaram neste período.
Primeiro a Reforma Luterana, tendo em vista que sua repercussão foi mais ampla e profunda que a de Zwinglio, o marco histórico foi a data de 31 de outubro de 1517 com as publicações das 95 teses na porta do templo de Wittenberg, que logo se espalharam por toda Europa, obedecendo em cada pais sua necessidade e sua forma.
Segundo a Reforma Anabatista também conhecida de Reforma Radical, pois nega totalmente a herança católica, devendo seus adeptos a ser novamente batizados (por isto anabatista= batizados novamente), a data deste movimento se dá em 1520 em Zurique com Conrad Gabriel. A importância deste movimento foi que dele surge o pietismo alemão com o conde Zinzendorf e o puritanismo na Inglaterra, ambos promoveram o grande avivamento do s século XXVIII e XIX.
Terceiro Reforma Calvinista que na verdade não foi Calvino seu fundador mas sim seus discípulos, Calvino é considerado o reformador teológico do protestantismo sua teologia é mais intensa que a de Lutero, seus princípios são inspiração para inúmeros teólogos até os dias de hoje por isto ele superou Lutero. Escreveu o mais importante comentário bíblico do protestantismo “As Institutas da Religião”
Reforma Católico ou A Contra Reforma que ocorreu na cidade de Trento (1545), era uma busca de responder os ataques protestantes e os ensinos reformadores, além de reafirmarem seus princípio da teologia de Aquino e de Agostinho. Também de criar um meio de impedir o avanço da reforma protestante nos países como Portugal, Espanha, França e Itália, utilizando de um método nada convencional como a inquisição e também o movimento missionário dos jesuítas.
Consequências: A reforma afim de firmar seus parâmetros dogmáticos começa a convocar as chamadas confissões, 1530 a Confissão da Fé, Artigo de Smalkald 1573, Fórmula da Concórdia 1577 e Livro da Concórdia 1580 todos luteranos. Em 1536 a Confissão Helvética, 1618 Cânone Sínodo de Dort, 1646 Confissão Westminster, 1632 Confissão de Dordrech na Holanda, 1559 a Confissão Anglicana ou Confissão de La Rochelle que foi redigida por Calvino que foi substituída pela Declaração de Fé da Igreja Reformada em 1872, e em 1677 a Segunda Confissão de Londres e a Confissão de Filadélfia esta para os Batistas.
Ficaremos por aqui retornaremos no desenvolvimento teológico quando formos estudar as tendências teológicas contemporâneas e o pós-modernismo.
TEOLOGIA BÍBLICA:
Os primórdios da teologia bíblica são difíceis de traçar, se por inícios nós significa a identificação de que uma pessoa ou um ponto no tempo como a gênese. Nós seria melhor falar de contribuintes para o fenômeno. Princípio de Lutero da sola scriptura-a Bíblia como a norma normatização para todos reflexão teológica e Uso de Calvino das Ad Fontes dictum humanista ("back to fontes") devem ser contadas como primeiros dispositivos de ignição do movimento em direção a teologia bíblica. Johannes Cocceius (1603-1669) antecipou posteriores desenvolvimentos na teologia bíblica através sua ênfase sobre as alianças bíblicas e tratamento de Deus com seu povo no história da salvação. A primeira ocorrência da expressão em si, no entanto, é em 1607, no título de um livro por WJ Christmann, Teutsche [sic] Biblische Theologie (não mais existentes). O trabalho era aparentemente uma pequena coletânea de textos de prova de apoio teologia sistemática protestante. Os primeiros usos do termo teologia bíblica parecem ter vêm da tradição pietista de Spener e Franke (cerca de 1700). E a ascensão durante todo o período, com sua ênfase sobre a histórica Iluminismo interpretação-do que poderia ser chamado de consciência histórica e nova ferramentas para a pesquisa histórica e crítica também desempenhou um papel importante na maturação da teologia bíblica. [11]
TEOLOGIA BÍBLICA
Pode ser usado de maneiras diferentes. Embora o uso adotado neste volume focalize-se sobre um método especial de estudo teológico, deve-se ser entendido que este termo é usado amplamente para se referir a um movimento que é basicamente antagonístico à fé evangélica. Este uso negativo será considerado aqui e descartado e a partir daí o significado legítimo da teologia bíblica será discutido.
Em primeiro lugar, então, este termo é usado para descrever o movimento da teologia bíblica. Isto foi um desenvolvimento do liberalismo e da neo-ortodoxia. Começou com a publicação do primeiro volume da Teologia do Antigo Testamento de Walther Eichrodt em 1933 e terminou com a publicação do segundo volume da Teologia do Antigo Testamento de Von Rad em 1960.[12] Brevard Childs sugere que o movimento experimentou sua extinção em Maio de 1963 com a publicação da obra de John A.T. Robinson, Honest to God [Honesto com Deus].
O movimento inicialmente foi uma reação ao liberalismo e visava um retorno a um estudo exegético das Escrituras, enfatizando particularmente um estudo das palavras bíblicas. A obra monumental de dez volumes de Kittel, Dicionário Teológico do Novo Testamento desenvolveu-se a partir do movimento. Como um movimento, contudo, ele nunca se separou de suas convicções liberais; E reteve sua metodologia histórico-crítica. Por exemplo, ao estudar os evangelhos, os adeptos do movimento de teologia bíblica aplicaram a metodologia histórico-crítica na tentativa de descobrir quais das palavras atribuídas a Cristo foram verdadeiramente ditas por Ele.
Enquanto que o movimento reconhecia a fraqueza da mensagem do liberalismo dos séculos dezoito e dezenove, ele ainda retinha as pressuposições liberais concernentes à Bíblia. Seus adeptos defendiam uma posição neo-ortodoxa da revelação, ensinavam evolução como a teoria das e enfatizavam o aspecto humano da Bíblia mais do que o divino.
Como resultado, o movimento foi contraproducente. Era impossível fazer um estudo exegético sério das Escrituras enquanto que ao mesmo tempo negava-se a sua autoridade.[13]
Uma segunda maneira na qual o termo teologia bíblica é usado é para aquela metodologia que retira seu material do Antigo e Novo Testamentos de forma historicamente orientada e chega-se a uma teologia. Ela é exegética em sua natureza, esboçando seu material da Bíblia como oposto a um entendimento filosófico da teologia; Ela acentua as circunstâncias históricas em que as doutrinas foram propostas; Ela examina a teologia junto a um dado período da história (como as eras Noaicas ou Abraâmicas) ou de um escritor individual (como escritos Paulinos ou Joaninos).
Teologia Bíblica no sentido definido acima pode ser chamado “Aquele ramo da ciência teológica que lida sistematicamente com o progresso condicionado historicamente da autorrevelação de Deus como acumulado na Bíblia.”[14] Muitos elementos são importantes para se observar nesta definição:
Sistematização
A Teologia Bíblica investiga os períodos da história, nos quais Deus revelou-se a Si mesmo ou as ênfases doutrinárias dos diferentes escritores bíblicos, explicados de forma sistemática. Teologia Bíblica, quando apresentada sistematicamente é distinta da Teologia Sistemática que assimila a verdade de toda a Bíblia e também de fora das Escrituras em uma doutrina bíblica sistematizada. Teologia Bíblica é reduzida. Ela se concentra sobre as ênfases de um dado período da história como no Antigo Testamento ou sobre um ensino explícito de um escritor particular como no Novo Testamento.
História
A Teologia Bíblica focaliza as circunstâncias históricas importantes nas quais as doutrinas bíblicas foram dadas. O que pode ser aprendido da era da revelação do Antigo Testamento? Quais foram as circunstâncias quando da escrita de Mateus ou João? Quais eram as circunstâncias dos destinatários da carta aos Hebreus? Estas são questões importantes que ajudam a solucionar as ênfases doutrinárias de um período particular ou de um escritor específico.
Progresso da Revelação
Uma doutrina ortodoxa que os evangélicos têm defendido de longa data é a crença na revelação progressiva; Deus não revelou toda a verdade acerca de Si mesmo de uma só vez, antes Se relevou “pouco a pouco”, porção por porção para pessoas diferentes ao longo da história (cf. Hb. 1:1). A Teologia Bíblica traça este progresso de revelação, observando a revelação a respeito de Si próprio que Deus tem dado em uma era em particular ou através de um escritor em especial. Daí, a autorrevelação de Deus não foi tão avançada para Noé e Abraão quanto o foi para Isaías. Um dos primeiros livros do Novo Testamento, tal como Tiago, reflete uma visão mais primitiva da Igreja do que livros escritos mais tarde, tais como as epístolas pastorais.
Natureza Bíblica
Em contraste à Teologia Sistemática, que traça sua informação sobre Deus de cada e qualquer fonte, a Teologia Bíblica tem um foco mais restrito, tirando sua informação da Bíblia (e de informações históricas que expandam ou clarifiquem os eventos históricos da Bíblia). A Teologia Bíblica assim é exegética em natureza, examinando as doutrinas nos vá-rios períodos da história ou averiguando as palavras e declarações de um escritor em particular. Isto capacita o estudante a determinar a autorrevelação de Deus em um dado período da história.
Relação Para Com As Outras Disciplinas[15]

Estudos Exegéticos
A Teologia Bíblica tem um relacionamento direto com a exegese (“explicar, interpretar”), pelo fato de que a Teologia Bíblica é o resultado da exegese. A exegese situa-se no alicerce da Teologia Bíblica. A exegese demanda uma análise do texto bíblico que seja de acordo com a metodologia literal-gramatical-histórica. (1) A passagem sob consideração deveria ser estudada de acordo com o significado normal do idioma. Como esta palavra ou declaração é normalmente entendida? (2) A passagem deve ser estudada de acordo com as regras da gramática; A exegese requer um exame dos substantivos, verbos, preposições, etc., para um entendimento apropriado da passagem. (3) A passagem deve ser estudada em seu contexto histórico. Quais eram as circunstâncias políticas, sociais e particularmente culturais que a cercam? A Teologia Bíblica não termina com exegese, ao invés disso, deve começar com ela. O teólogo deve ser hermeneuticamente exigente ao analisar o texto a fim de entender corretamente o que Mateus, Paulo ou João escreveram.

Estudos Introdutórios
Embora o propósito da Teologia Bíblica não seja providenciar uma discussão detalhada das questões introdutórias, alguma discussão é essencial desde que soluções interpretativas às vezes estejam diretamente relacionadas aos estudos introdutórios. A Introdução determina questões tais como autoria, data, destinatários, ocasião e propósito da escrita. Por exemplo, a datação do livro de Hebreus é significativa em que se relaciona à extensão do sofrimento daqueles para quem o livro foi escrito. A perseguição tornou-se severa após o incêndio de Roma em 64 d.C. Mais crítico ainda é a questão dos destinatários em Hebreus. Se o público for entendido como sendo cristãos hebreus, o livro será entendido de maneira diferente.
Seguindo a mesma norma, os públicos-alvo de Mateus, Marcos e Lucas  também determinarão como estes escritores serão avaliados. Por exemplo, o ponto de vista teológico de Mateus deveria ser entendido em vista de o livro ter sido escrito para um público judaico. O ponto de vista teológico do escritor está claramente relacionado às questões introdutórias.
Estudos em Teologia Sistemática
Há tanto similaridades quanto diferenças entre a Teologia Bíblica e Sistemática. Ambas são enraizadas na análise das Escrituras, apesar de que a Teologia Sistemática também busca a verdade de outras fontes à parte da Bíblia.

SEQUENCIA DA TEOLOGIA BÍBLCA
Exegese      →   Teologia Bíblica      →    Teologia Sistemática
Ao notar a relação destas duas teologias, várias distinções podem ser observadas. (1) A Teologia Bíblica é preliminar à Teologia Sistemática; A exegese leva à Teologia Bíblica que por sua vez leva à Teologia Sistemática. (2) A Teologia Bíblica busca determinar o que os escritores bíblicos disseram acerca de uma questão teológica, ao passo que a Teologia Sistemática também explica porque algo é verdadeiro, adicionando um ponto de vista filosófico. (3) Enquanto a Teologia Bíblica provê a visão do escritor bíblico, a Teologia Sistemática fornece uma discussão doutrinária de um ponto vista contemporâneo. (4) A Teologia Bíblica analisa o material de um escritor em particular ou ainda de um período da história, enquanto que a Teologia Sistemática investiga todos os materiais tanto bíblicos quanto extrabíblicos que se relacionem a um determinado assunto teológico.






CONTRASTES ENTRE AS TEOLOGIAS
BÍBLICA E SISTEMÁTICA
TEOLOGIA BÍBLICA
TEOLOGIA SISTEMÁTICA
Restringe seu estudo às Escrituras.

Busca a verdade das Escrituras e de qualquer fonte à parte da Bíblia.
Examina as partes das Escrituras.
Examina o todo das Escrituras
Reúne informação sobre uma doutrina de
um escritor específico (e.g., João ou Paulo) ou uma era em particular (e.g. Abraâmica, Mosaica, profética).
Reúne informação sobre uma doutrina
correlacionando todas as Escrituras.
Busca entender o porque ou como uma
doutrina desenvolveu-se.
Busca entender o que foi por fim escrito.
Busca entender o processo bem como o
resultado – o produto.
Busca entender o resultado – o produto.
Vê o progresso da revelação em diferentes
áreas (como Edênica, Noaica)
Vê a culminação da revelação de Deus
É o corpo da verdade contida na Bíblia, quer esteja ou não sistematizada em algum ponto;
É a verdade que se origina na Bíblia,
mas que se expressa em categorias lógicas e filosóficas
restrito e técnico, é indutiva. Em outras palavras, a Teologia Bíblica procura
encontrar suas categorias e focos teológicos na própria Bíblia e não a partir de padrões racionais ou clássicos derivados de fora e impostos na Bíblia.
é essencialmente de método e
elaboração dedutivas
desenvolvimento e dinamismo
conclusão e estatismo
teologicamente, uma é de perspectiva diacrônica
sincrônica.
interessa-se em discernir, localizar e descrever o progresso da revelação divina ao longo do Canon desde as primeiras até às mais recentes expressões.
articular a verdade bíblica em termos do testemunho canônico completo, sem preocupação particular pelo processo desenvolvente em ação para criar a forma final. É a mais sintética das disciplinas e objetiva um resultado unificado.
Precede, logicamente, a sistemática e é a ponte entre a exegese e a sistemática.
Conclusiva a partir das coletâneas da Bíblica
Teologia Bíblica Cristã traçará a história da salvação, um passo de cada vez, ao longo da Bíblia, permitindo que a história tome qualquer forma apropriada em qualquer determinada fase da revelação, reconhecendo como a doutrina desenvolveu-se à medida que a revelação progredia.
Teologia Sistemática genuinamente cristã encontrará sua doutrina somente na Bíblia e interessar-se-á em limitar as categorias organizacionais às inerentes na Bíblia.

No esforço de distinguir entre Teologia Bíblica e Teologia Sistemática, é enganador contrapor uma contra a outra, como se ambas estivessem em conflito mútuo ou uma fosse superior à outra. São dois modos de ver e expressar o mesmo corpo de revelação. Muito dano tem sido causado pela inabilidade em perceber as suas respectivas naturezas, prioridades e relações. Os que praticam só a Teologia Bíblica, às vezes, não entendem a integração apropriada dos campos da verdade que eles descobrem na indagação longitudinal. Veem o desenvolvimento da revelação divina, mas não conseguem entender a plenitude para a qual o processo avança. Terminam muitas vezes com campos paralelos da verdade que jamais são sistematizados em um padrão coerente. Os teólogos sistemáticos, às vezes, são culpados de trazer estruturas epistemológicas à revelação bíblica que são alienígenas ou estranhas a essa revelação. Forçam o material em conformi dade com a grade filosófica própria, sem considerar a possibilidade de que a verdade de Deus é intratável e tem de produzir as suas próprias categorias. [16]
Importância
Mostra o Desenvolvimento Histórico da Doutrina A Teologia Bíblica é importante pelo fato de evitar o estudo da doutrina à parte de seu contexto histórico. No estudo da Teologia Sistemática é inteiramente possível ignorar o contexto histórico da verdade doutrinária; A Teologia Bíblica serve para evitar este problema ao dispensar atenção à classe histórica a qual a doutrina foi entregue.
Mostra a Ênfase do Escritor
A Teologia Bíblica revela o ensino doutrinário de um escritor em particular ou de um período inteiro. Neste sentido a Teologia Bíblica sistematiza as Escrituras pertinentes a um escritor ou período e determina o ensino principal ou o foco doutrinário do escritor ou período de tempo. Ela capacita o estudante a determinar o que foi enfatizado durante a era Abraâmica ou o que foi enfatizado pelo apóstolo João, providenciando uma perspectiva diferente do que se alcança através do estudo da Teologia
Sistemática.
Mostra o Elemento Humano na Inspiração Enquanto que é legítimo afirmar que a Bíblia é verbalmente inspirada e inerrante, também é verdade que os escritores das Escrituras, escreveram individualmente de acordo com seu estilo característico. A Teologia Bíblica enfatiza o fator humano na escrita das Escrituras (mas sem excluir a inspiração). Assim, a Teologia Bíblica tem a intenção de descobrir o que João ou Paulo ensinaram ou o que foi enfatizado durante um período da história do Antigo Testamento. A Teologia Bíblica “Indica os panos de fundo individuais, interesses e estilo dos autores. A Teologia Bíblica enfatiza a parte que os escritores tiveram na composição da Palavra de Deus, enquanto, naturalmente, tiveram como vantagem a superintendência Divina de seus escritos.”

Teologia Sistemática
Nesse breve histórico desde a origem da Teologia Liberal até seu desenvolvimento partidário sob novas formas de Teologia. Alguns aspectos fundamentais da Teologia Liberal podem ser identificados desde o século XVIII com o advento do Iluminismo. No pensamento de Immanuel Kant (1724-1804), Deus permanece distante da humanidade como um ser inacessível. Para ele Deus é incognoscível à razão. Kant, Hegel e tantos outros influenciaram os teólogos liberais.
Muitos afirmam que Friedrich Schleiermacher (1768-1834) foi o pai do liberalismo teológico e da teologia moderna. Ele estudou filosofia kantiana e romântica. Schleiermacher afirmou que Deus era uma realidade suprapessoal e transcendente, de maneira que a Doutrina era apenas uma projeção humana sobre a deidade. Ele questionou o dogma da Trindade e negou a morte substitutiva de Jesus, pois segundo ele, o pecado era uma fraqueza do homem. Dessa forma, a obra de Cristo consiste em transferir ao ser humano a consciência de dependência absoluta de Deus. Para Schleiermacher a experiência mística do crente, seu sentimento e intuição, representavam o lugar da reflexão teológica.
Na primeira quarta parte do século XX houve uma verdadeira guerra nos Estados Unidos entre os cristãos chamados de fundamentalistas e os liberais. A metodologia liberal reivindicava uma autonomia de pensamento e baseava-se na experiência individual, por isso mesmo houve ramificações significativas dentro do próprio liberalismo. O movimento dos liberais se desintegrou em pelos menos três grandes grupos. O principal e maior deles ficou com o nome de “liberais” e os outros dois formaram o que se conhece como neo-ortodoxia e neo-liberalismo. Isso explica por que, às vezes, uns liberais parecem ser contrários ao liberalismo. Outras teologias surgiram mais adiante motivadas por novos pensamentos liberais: a Teologia Relacional e o Teísmo Aberto, por exemplo.
O panorama das principais teologias desenvolvidas no século XX por alguns pensadores e os movimentos teológicos relacionados às suas ideias. O suíço Karl Barth (1886-1968) sugeriu que todo cristão deveria segurar a Bíblia em uma das mãos e o Jornal na outra. Foi capaz de lutar contra a força nazista, mas não resistiu às ideias kantianas. Em relação a Deus, Barth o apresentou como “o totalmente Outro”. Alguns o descrevem como “o maior teólogo do século XX”, e, talvez por isso tornou-se parâmetro para muitas ideologias que se seguiram. Os irmãos Reinhold e Richard Niebuhr foram os representantes da neo-ortodoxia nos Estados Unidos. O alemão Rudolf Bultmann (1884-1976) considerou a cosmologia neotestamentária obsoleta, e, propôs uma desmitologização da mensagem do Novo Testamento. Ele fez uma distinção entre o “Jesus Histórico” e o “Cristo Kerigmático” baseando-se no pensamento de Kant que distinguia um Jesus Fenomenal de um Cristo Noumenal. Paul Tillich (1886-1965) tentou estabelecer uma “correlação” entre filosofia e teologia. Embora inacabada, a obra deixada por Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) chamada de “Teologia Secular”, sugere que os cristãos deveriam deixar de ser religiosos, afinal a humanidade havia atingido a maioridade e Deus - na forma da religião tradicional - não era mais necessário. O pastor batista William Hamilton aliado a Thomas Altizer (1927-) defenderam que “Deus está morto”. Essa “morte” iniciou-se na desintegração da Trindade quando, para eles, Jesus se esvaziou totalmente da divindade (Teologia Kenótica). Na Teologia do Processo de John B. Cobb Jr. (1925), Deus não está no controle, mas age em parceria com a humanidade, seduzindo-a para a construção de um futuro que está aberto. No Peru, o sacerdote católico Gustavo Gutiérrez (1928-) tentou reconstruir a doutrina da salvação, transformando-a numa teologia de libertação da opressão social e marginalização dos pobres (Teologia da Libertação). No mesmo sentido, a feminista americana Rosemary Ruether (1936-) defendeu uma teologia que exorciza a “dominação da mulher pelo homem”. John Hick (1922-), em sua defesa do pluralismo religioso numa teologia global, rejeitou a divindade de Jesus e afirmou que outras religiões são meios legítimos de salvação. O ecumênico Lindbeck afirma que a doutrina encontrada na narrativa bíblica deve “atuar de maneira reguladora na comunidade de fé” (p.242).
Há, portanto, uma cadeia de ideias, senão um emaranhado de pensamentos inter-relacionados entre os teólogos do século XX. Observo a influência de Barth no pensamento dos irmãos Niebuhr; o método de correlação de Tillich e a libertação dos oprimidos de Gutiérrez nas ideias de Ruether. Além disso, num estudo mais profundo, é fácil notar a influência de pensadores seculares na formação dessas teologias. Heidegger provocou em Bultmann uma cristologia existencialista; Nietzsche ajudou a Hamilton e Altizer “matarem Deus”; a análise social de Marx é decisiva na práxis libertadora de Gutiérrez; Kant e Wittgenstein influenciaram o desenvolvimento da hipótese pluralista de John Hick. Essas teologias de raízes liberais são distorções que se arrastam a pelo menos trezentos anos, partindo da Europa para os Estados Unidos. Essas heresias chegaram ao Brasil há pouco mais de duas décadas. Faz-se necessário, portanto, conhecer um pouco mais sobre essas teologias, pedir discernimento ao Espírito Santo de Deus e decidir sobre o que cremos e praticamos.

COSTA, Hermisten M. P. Raízes da Teologia Contemporânea. Cultura Cristã, 2004.
MILLER, Ed. L; GRENZ, Stanley. Teologias Contemporâneas. Vida Nova, 2011.
GIBELLINI, Rosino. A Teologia do Século XX. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
GUNDRY, Stanley. Teologia Contemporânea: Uma Análise dos Pensamentos de Alguns dos Principais Teólogos do Mundo Hodierno. [Tradução de Gordon Chown]. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1983
HORDERN, William E. Teologia Protestante ao Alcance de Todos. [Tradução de Roque Monteiro de Andrade]. Rio de Janeiro: JUERP, 1974.
MONDIN, Battista. As Teologias do Nosso Tempo. São Paulo: Edições Paulinas, 1979.
LOPES, Augustus Nicodemus. Fundamentalismo e fundamentalistas: esclarecimentos sobre o fundamentalismo.http://www.ipb.org.br/artigos/artigo_inteligente.php3?id=30.
BROWN, Colin. Iluminismo. In: ELWELL, Walter A. (Ed.). Enciclopédia histórico-teológica da igreja cristã, ED Vida Nova 2009
ROLDÁN, Alberto Fernando. Para que serve a Teologia? Curitiba: Descoberta, 2000
SAWYER, M. James. Uma Introdução à Teologia. Das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São Paulo: Vida, 2009.
McGrath, Alister. Teologia para amadores; tradução de Rachel Vieira Belo de Azevedo. — São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
McGrath, Alister. TEOLOGIA Sistemática, histórica e filosófica, Ed Shedd, 2010
GONZALES, Justo L.; PÉREZ, Zaida M. Intrudução à Teologia Cristã, Ed Academia Cristã, 2006.
GONZALES, Justo L. Retorno à História do Pensamento Cristão, Ed HAgnos, 2011


[1] Berkhof, Louis. Teologia Sistemática, Ed Cultura Cristã, S Paulo, 2010.
[2] Aguiar, Rossi. Apostila Doutrina da Salvação, 1999
[3] Shedd, W.G.T. Teologia Sistemática Tomo 1, Ed Teológica, 2009
[4] Tillich, Paul. Teologia Sistemática, Ed Teológica, S Paulo 2010.
[5] Ferreira, Julio Andrade. Antologia Teológica, Fonte Editorial, 2005
[6] Karl Barth, Evangelical Theology: An Introduction (Grand Rapids: Eerdmans, 1963).
[7] Grudem, Wayne. Manual De Teologia Sistemática, Ed Vida, 2001.
[8] Friedrich Schleiermacher, A Fé Cristã. Ed Fonte Editorial.
[9] ROLDÁN, Alberto Fernando. Para que serve a Teologia? Curitiba: Descoberta, 2000.
[10] González, Justo L. Retomo à história do pensamento cristão : três tipos de teologia  ; [tradução José Carlos Siqueira], - São Paulo : Ed Hagnos, 2011.
[11] Novo Dicionário de Teologia Bíblica, eds. TD Alexander e Brian S. Rosner
[12] 1 J. Goldingay, O estudo da Teologia do Antigo Testamento: Seus objetivos e Propósito
[13] Walter A. Elwell, editor Dicionário Evangélico de Teologia
[14]  Charles C. Ryrie Teologia Bíblica do Novo Testamento
[15] Veja a discussão de Ryrie, Teologia Bíblica do Novo Testamento; e Geerhardus Vos, Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamento.
[16]    Roy B. Zuck, editor Eugene H. Merrill, editor consultor  TEOLOGIA ANTIGO TESTAMENTO; Ed CPAD, RJ 2009.