INTRODUÇÃO TEOLOGIA: DEFININDO O
TERMO TEOLOGIA.
Não é uma tarefa fácil definir
teologia nos tempos atuais, mas antes de ser por nós definida precisamos nos
definir qual seja a nossa posição teológica aí então teremos condições de
elaborarmos uma definição de teologia, normalmente teologia se definiu com as
seguintes expressões: “O discurso concernente a DEUS”; “A ciência do
sobrenatural”; “A ciência da religião”; “O estudo sobre DEUS”[1]
. Atualmente alguns teólogos têm desenvolvido opiniões e definições que vem
melhorando o sentido e significados de teologia vejam alguns, O Pr. Antonio
Gilberto, teólogo renomado das Assembléias de Deus no Brasil, ao definir
teologia fala de dois sentidos, o denotativo que é o estudo do caráter dos
atributos e operações de DEUS, e o sentido conotativo que é o estudo das
doutrinas bíblicas referentes a DEUS e ao homem[2]
. Ernest Kevan define com as seguintes palavras “A ciência de DEUS segundo ELE
se revelou em Sua palavra”. Charles Hodge, teólogo estadunidense expressou
desta forma, “A apresentação dos fatos da Escritura, em sua ordem e relação
progressiva”, já Strong define “A ciência de DEUS e dos relacionamentos de DEUS
com o universo”. W.G.T. Shedd “Uma ciência que se preocupa com o Infinito e o
Finito, com DEUS e com universo. O material , portanto, que abrange é mais
vasto que qualquer outra ciência. Também é a mais necessária de todas as
ciências” [3],
Agostinho, teólogo renomado no período patrística, formulou a seguinte frase “A
discussão racional referente à divindade.”, Paul Tillich, teólogo alemão da
linha neo-ortodoxa com perspectiva existencialista, “A interpretação metódica
dos conteúdos da fé cristã”[4]
, e Karl Barth, pai da neo-ortodoxia, “Dogmática é a ciência na qual a igreja ,
segundo o estado atual do seu conhecimento, expõe o conteúdo de sua mensagem ,
criticamente, isto é, avaliando-o por meio das Escrituras e guiando-se por seus
escritos confessionais.” [5],
prosseguindo Bath A teologia é ciência buscando o conhecimento da Palavra de
Deus falada em Deus aprendizagem ciência trabalho na escola da Sagrada
Escritura, que testemunhas do Palavra de Deus; trabalhadora ciência na busca da
verdade, que é inevitavelmente necessária da comunidade que é chamado pela
Palavra de Deus”[6].
Julio Andrade Ferreira apresenta
como “reflexão sistemática sobre a realidade da revelação cristã.”, enquanto
Wayne Grudem “Teologia sistemática é qualquer estudo que responda a pergunta ‘O
que a Bíblia como um todo nos ensina hoje?’ Acerca de qualquer tópico”[7]
. Podemos encontrar dois ramos de compreensão teológica, os subjetivistas
começando com [8] Friedrich Schleiermacher, conforme define
Daniel Migliore “Teologia não é uma simples repetição de doutrinas
tradicionais, mas uma busca persistente da verdade que elas indicam, e que expressam
somente de forma parcial e fragmentária. Como busca contínuo, o espírito da
teologia é interrogativo antes que doutrinário; ele pressupõe a disposição de
questionar e ser questionado”[9],
Schleiermacher redefiniu a teologia. Ela não é sobre Deus — é sobre o homem em
sua busca de algo ou alguém que lhe falta, o infinito que se contrapõe à sua
finitude, o ilimitado que contrasta com as suas limitações, o infalível que
torna horrível suportar as suas falhas, o independente que se opõe à sua
dependência, o eterno que torna a sua mortalidade tão difícil de enfrentar.
Ludwig Feuerbach concluiu,
corretamente, a partir da tese de Schleiermacher, que a teologia, se é isso,
não é Teologia, mas, sim, Antropologia Filosófica, com “a” maiúsculo, o estudo
da busca, por parte do homem, daquilo ou daquele que o homem, não sendo, nunca
se conformou em não ser.
E os objetivistas que acompanharam Hodge em
1746 quando foi criado o Colégio de Nova Jersey (atual Universidade de
Princeton) e em 1812 o Seminário Teológico de Princeton, conhecidos como fundamentalistas,
ficou conhecida como “teologia de Princeton”.
OS PRINCIPAIS RAMOS DA TEOLOGIA.
Teologia Exegética: Trabalha com
as línguas originais da Bíblia, procurando descobrir o real sentido e
significado das Escrituras.
Teologia Histórica: Lida com o
desenvolvimento das diversas interpretações doutrinárias através dos séculos,
mas sob a ótica do teólogo e sua época em que apresentou sua teologia.
Teologia Dogmática: Ocupa-se com
os dogmas e sua maneira como era apresentada na evolução natural teológica,
exemplo a doutrina do pecado começando na era patrística passando pela idade
média , vindo na reforma e nos dias atuais.
Teologia Bíblica: Trata da
revelação divina progressiva através e unicamente pela Bíblia sem consulta tese
ou escola teológica, com isto tente desvendar a proposta teológica do autor
bíblico.
Teologia Contemporânea: É a
exposição da teologia com destaque os pontos de vista dos teólogos e sua escola
dogmática. Mais a frente trataremos das diversas escolas teológicas atuais.
Teologia Sistemática: É o estudo
das doutrinas referente a DEUS e ao homem, sendo que seus assuntos estão
agrupados por tópicos e obedecendo a um sistema definido, permitindo que cada
doutrina tenha sua definição individual sem perder um elo com a anterior e com
a posterior.
Teologia Natural: Esta teologia
visa desenvolver um conhecimento de DEUS unicamente através do estudo da
criação ou da natureza, e ao definir a natureza definirá atributos e o caráter
de DEUS.
Teologia Prática: Normalmente é
definida como teologia viva e trata de temas transversais ou temas que quase
nunca entra na discussão acadêmica ficando mais no âmbito do palpito
O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
TEOLOGIA.
DEUS poderoso na sua obra
criadora e de sustentar a sua criação. Por isto Gêneses é também a origem da
teologia no homem Não iremos trabalhar uma história detalhada mas um breve
desenvolvimento até os dias atuais, teologia não começou com uma data no
calendário humano e nem pertence exclusivamente ao homem, quando lemos
passagens como de IS 6 onde os serafins cantam “SANTO , SANTO , SANTO É O
SENHOR” está se fazendo uma asseveração teológica dos atributos de DEUS, ou
quando o anjo rejeita adoração está também aplicando uma prática teológica,
desta forma teologia é de muito tempo e existia entre os seres celestial,
teologia começa com o primeiro texto bíblico Gn.1.1 “No princípio criou
DEUS...” esta simples frase revela um DEUS anterior a tudo e que é a fonte de
todas as coisas, um DEUS iminente e transcendente no tempo e no espaço, um.
As primeira verdades teológica
surgem nos nomes de DEUS, que trazem consigo atributos morais e os não morais,
vejamos alguns destes nomes.
ELOHIM : Forma plural de Elah ou
Eloah que significa poderoso
JEOVÁ: Aparece pela primeira vez
em Gn2.4, seu sentido é incerto
JEOVÁ-JIRÉ: O Senhor proverá Gn22
EL-SHADDAI: Senhor Todo-Poderoso
ocorre 50 vezes na Bíblia sendo 31 em Jó
EL-OLAM: Senhor Eterno
EL-ELYOM: Deus Altíssimo
O Antigo Testamento é também um
desenvolvimento teológico além de histórico, pois cada acontecimento é também
um desenvolvimento teológico, que amplia o conhecimento do caráter de DEUS,
seus atributos tanto para Israel como também para a humanidade, revelando seu
amor e juízo, revelando o seu poder e seu desejo de se aproximar do homem
pecador, sua prontidão para abençoar aquele que se aproxima de sua vontade.
Quando nos aproximamos do N.T a
teologia está baseada nas novas revelações que Jesus destaca no seu ministério,
não um dualismo divino como compreendia Marcião no segundo século que o DEUS do
N.T. era mais brando que o do A.T. que era sanguinário e vingativo. Jesus
apresenta um DEUS JUSTO e amoroso para com todos seja publicano ou uma mulher
Cananéia ou samaritana, até mesmo compassivo para com adúltera e que passa a
tocar em leproso como fossem limpos, tratar de cego de nascença não como um
pecador mas como alguém capacitado a receber a manifestação da glória de DEUS,
Jesus é o precursor do exorcismo, e demônios são expulsos de pessoas.
Os gentios podem agora pertencer
e participar das promessas de DEUS como Paulo dizia e escreveu nas suas
epístolas, surge doutrinas como adoção, substituição, redenção, a trindade e
uma nova escatologia a escatologia eclesiológica. Deus não trabalha diretamente
exclusivamente sob um povo mas a todos os homens e mulheres que aceitam em
Jesus esta nova possibilidade em DEUS. Mas futuramente estudaremos Teologia do
V.T. e do N.T.
ESCRITURA E TRADIÇÃO
Se a Reforma protestante do
século XVI nos ensinou algo, foi a necessidade de retomar constantemente às
fontes de nossa fé. Os reformadores descobriram em seus estudos das Escrituras
que, de muitas formas, a fé recebida de seus antepassados havia se esquecido de
alguns dos elementos básicos da fé bíblica e deturpado outros. Quando
anunciaram suas descobertas, foi-lhes respondido que o que diziam se opunha à
tradição da igreja.
A tradição, a história da igreja,
transformou-se então em impedimento, pretexto, regra que se devia obedecer e
seguir ao 1er e interpretar as Escrituras. Por isso, um dos pontos essenciais
da Reforma, sobre o qual houve acordo entre todos os reformadores, é o da
autoridade das Escrituras sobre a tradição. Isso não significa que os
reformadores não tenham tido discordâncias sobre o modo como esse princípio
deveria ser aplicado, É de conhecimento geral que, enquanto o luteranismo e 0
anglicanismo mantiveram o máximo possível da tradição, sempre que não se
opusesse aos ensinamentos claros das Escrituras, a tradição refoimada foi mais
radical nesse sentido, e a anabatista muito mais ainda.
Mas, como protestantes que somos,
é importante que cuidemos para não cair na armadilha em que caiu a igreja
contra a qual Lutero e os outros reformadores se rebelaram.
Aquela igreja tinha uma história
gloriosa de mártires e santos, de monges e teólogos que haviam dedicado toda a
sua vida à sua fé. Não nos equivoquemos: embora seja certo que no começo do
século XVI havia corrupção, também é certo que havia devoção, dedicação e
santidade. E muito mais, havia uma longa história, uma bela tradição, digna de
respeito e de admiração. Diga-se de passagem que, se não fosse essa tradição, a
Bíblia nunca teria chegado às mãos de Lutero nem às nossas.
Mas aí está o problema. Em certo
sentido, era exatamente a glória dessa história que impedia muitos católicos do
século XVI de dar ouvidos às críticas de Lutero. Aceitar tais críticas parecia
desvalorizar a vida e a dedicação de todos os ilustres cristãos que haviam
moldado a tradição.
Nosso perigo agora, como
protestantes do século XXI, é fazer a mesma coisa com as tradições que
recebemos de nossos antepassados na fé. Nós também temos uma hoste gloriosa de
tais antepassados: desde Lutero, Calvino e os outros reformadores, até os
missionários e pastores que nos levaram aos pés de Cristo. Mas nem por isso
devemos pensar que já sabemos tudo o que as Escrituras nos dizem. Se fizéssemos
isto, não importa o quanto enaltecêssemos nossos antepassados na fé, nem o
quanto repetíssemos suas palavras, na verdade os estaríamos traindo, pois, se
eles quiseram nos ensinar algo, foi justamente a primazia das Escrituras sobre
toda tradição humana. Não é a palavra de Lutero que permanece para sempre, mas
a Palavra que Lutero estudou e procurou expor e proclamar. Não existe tradição
humana alguma que possa conter essa Palavra nem se equiparar a ela.
Esta é a importância que tem o
estudo da Bíblia. A igreja vive da Palavra de Deus, como Israel no deserto
vivia do maná cotidiano. Quando a igreja deixa de se alimentar dessa Palavra,
simplesmente deixa de ser a igreja. E, quando procura viver hoje sobre a base
exclusiva de alguma interpretação anterior da Bíblia, ocorre-lhe a mesma coisa
que aconteceu a Israel no passado, quando tentou guardar o maná de um dia para
outro.
Portanto, a grande tarefa que se
impõe à nossa geração — a tarefa que se impõe sempre a cada geração cristã — é
nos aproximar novamente das Escrituras para descobrir o que Deus tem a nos
dizer hoje nelas.
Mas a situação não é tão simples.
Não basta afirmar que as Escrituras não devem ser equiparadas a qualquer
tradição humana.
O fato é que todos nós, seres
humanos, somos criaturas históricas e, portanto, pertencemos a uma tradição ou
outra. Quem sabe seja conveniente aqui, para percebermos nossa situação,
recordar as palavras de Ortega y Gasset de que cada geração se encontra sobre
os ombros das gerações anteriores, como os acrobatas do circo. Cada um de nós
tem sua história — toda uma série de acontecimentos e decisões que nos trouxe
até onde estamos. Essa história começa muito antes de nosso nascimento. Cada um
de nós, e mais ainda todos em conjunto, fazemos parte de uma tradição, de um
modo ou caminho pelo qual nos tomamos o que somos. O passado, não importa o
quanto nos esqueçamos disso, continua vivendo em nós e contribui para
determinar o que somos e o modo como somos. Isto, que se aplica a toda
atividade humana, também se aplica à forma como interpretamos as Escrituras.
Quando nos aproximamos delas, não o fazemos com a mente totalmente em branco
para deixar que as Escrituras nos falem. Pelo contrário, estando ou não cientes
disso, ao nos aproximar das Escrituras, trazemos conosco toda uma tradição de
interpretação escriturística que nos leva a entender o texto bíblico de um modo
particular. Em outras palavras, todos lemos a Bíblia através de óculos que nos
foram legados por nossa tradição, e da cor de suas lentes depende grande parte
do que podemos ou não enxergar nas Escrituras.
PERÍODO PATRÍSTICO.
Este período vai de 100 até 451,
sendo conhecido como era dos apologistas ou dos pais da igreja, mas antes vamos
destacar as cidades mais importantes no desenvolvimento teológico.
Alexandria, atualmente faz parte do Egito, mas no início do século
era um grande centro teológico e de educação cristão, ficou marcada pela
associação com a teoria filosóficas de Platão, principalmente na doutrina de
Cristo e na Hermenêutica. O teólogo em destaque Orígines
Antioquia, que fica na atual Turquia, cidade evangelizada por Paulo
(At 13.14-51), acompanhou Alexandria na sua abordagem teológica, mas
desenvolveu uma escola própria, principalmente na elaboração da doutrina da
trindade. O teólogo em destaque Irineu.
Cartago, outra cidade africana, atual Argélia, de providenciou para
o cristianismo teólogos como Agostinho, Cipriano e Tertuliano.
Poderíamos destacar teólogos
como:
Tertuliano de Cartago (160-225),
defendia o princípio suficiente das Escrituras, condenando teólogos que
lançavam mão de metodologia filosófica seculares para desenvolverem suas teses,
seus escritos influenciaram Wycllif e Lutero, considerado o pai da teologia latina.
Atanásio (296-373), foi um dos
precursores da doutrina das duas naturezas de Jesus (homem e DEUS), também
formulou a doutrina da trindade e quem estabeleceu o nosso N.T. com seus 27
livros
Aurélio Augustos, um dos teólogos
que mais tem influenciado o cristianismo depois de Paulo, tanto por aqueles que
se admiram com seus escritos como também por aqueles que o criticam, este
teólogo tem ultrapassado as era e o tempo escreveu livros como “Confissões” e
“Cidade de DEUS”. Estes livros são tão importantes para o protestantismo atual
como para o catolicismo.
TRES TIPOS DE TEOLOGIA[10]
|
|||
Três lugares
|
Cartago
|
Alexandria
|
Ásia Menor e Síria (Antioquia)
|
Três teólogos
|
Tertuliano
|
Orígenes
|
Irineu
|
Interesse
|
Moral
|
Metafísico
|
Pastoral
|
Categoria principal
|
Lei
|
Verdade
|
História
|
Orientação filosófica
|
Estoica
|
Platônica
|
Nenhuma
|
Precursores
|
Clemente de Roma Inácio
Hermas
|
Filo
Justino
Policarpo
|
ONT
II Epístola de Clemente Teófilo de
Alexandria
|
Deus Uno
|
Legislador
Juiz
|
Inefável
Transcendente
|
Pastor
Pai I
|
Criação
|
Completa
|
Espiritual
Dupla
|
Começada
Contínua
|
Pecado
|
Transgredir a lei
|
Não contemplar
|
Desobediência ao Uno por antecipação
|
Pecado original
|
Herança
|
Individual
|
Em um todos pecaram
|
Problema
|
Dívida moral
|
Ignorância
|
Sujeição ao Maligno
|
Obra de Cristo
|
Perdão
|
Iluminação
|
Libertação
|
Necessidade
|
Pagamento Nova Lei
|
Ensino
|
Vitória Nova criação
|
Batismo
|
Lavamento
Princípio
|
Iluminação Símisolo
|
Enxerto Sempre válido
|
Comunhão
|
Força moral
|
Símbolo
|
Alimento
|
Consumação
|
Reino de lei
|
Retorno ao princípio
|
Novo Reino de liberdade, justiça e crescimento
|
PERÍODO ESCOLÁSTICO.
Este período abrange até o início
da reforma protestante, sendo que agora as regiões principais de destaque
teológico são França, Alemanha, Holanda, Itália e Inglaterra, vejamos os
principais teólogos deste período.
Anselmo de Cantuária (1033-1109)
que elevou o aspecto teológica de sua época, passando por inúmeros centros de
estudo europeu.
Tomás de Aquino (1225-1274)
considerado o melhor teólogo de sua época e da escolástica, filiado aos
dominicanos deixou a herança de conde de seu pai para se tornar o principal
construtor teológico do catolicismo até os dias de hoje.
Duns Scotus (1265-1308) foi
professor na faculdade de Cambridges, Oxford e Paris, aperfeiçoou a teoria do
conhecimento de Aristóteles, defendendo o voluntarismo intelectual além da
condição imaculada de Maria.
As principais teorias teológicas
desta época estava baseada nos escritos de Agostinho, e sob o logismo de
Aristóteles como mecanismo hermenêutico , a evolução se deu no campo
sistemático e depois no racionalismo com Tomás de Aquino, com o propósito de
sair das questões ou repetições agostiniana, mas Anselmo ao levar a teologia no
campo racional denunciava a limitação desta.
Também os sacramentos eram temas
de debates na igreja, Agostinho defendia os sacramentos como sinal e relação
das coisas divinas, tendo também a quantidade dos sacramentos ( a igreja
católica defende sete e o protestantismo apenas dois), havia unanimidade de se
guardar dois o batismo e a eucaristia. A graça também tornou-se tema de debates
dando base posteriormente ao protestantismo na justificação pela fé, quando
Lutero utilizou dos textos de Occam e Aquino, já que Agostinho impunha diversos
encargos para alcança-lo. A mariolatria tinha apoio de Occam e não de Aquino,
surgindo os “imaculatistas” .
PERIODO DA REFORMA.
Não houve movimento anterior e
nem posterior na história do cristianismo como a reforma protestante, na
verdade foram quatro acontecimentos que se destacaram neste período.
Primeiro a Reforma Luterana,
tendo em vista que sua repercussão foi mais ampla e profunda que a de Zwinglio,
o marco histórico foi a data de 31 de outubro de 1517 com as publicações das 95
teses na porta do templo de Wittenberg, que logo se espalharam por toda Europa,
obedecendo em cada pais sua necessidade e sua forma.
Segundo a Reforma Anabatista
também conhecida de Reforma Radical, pois nega totalmente a herança católica,
devendo seus adeptos a ser novamente batizados (por isto anabatista= batizados
novamente), a data deste movimento se dá em 1520 em Zurique com Conrad Gabriel.
A importância deste movimento foi que dele surge o pietismo alemão com o conde
Zinzendorf e o puritanismo na Inglaterra, ambos promoveram o grande avivamento
do s século XXVIII e XIX.
Terceiro Reforma Calvinista que
na verdade não foi Calvino seu fundador mas sim seus discípulos, Calvino é
considerado o reformador teológico do protestantismo sua teologia é mais
intensa que a de Lutero, seus princípios são inspiração para inúmeros teólogos
até os dias de hoje por isto ele superou Lutero. Escreveu o mais importante
comentário bíblico do protestantismo “As Institutas da Religião”
Reforma Católico ou A Contra
Reforma que ocorreu na cidade de Trento (1545), era uma busca de responder os
ataques protestantes e os ensinos reformadores, além de reafirmarem seus
princípio da teologia de Aquino e de Agostinho. Também de criar um meio de
impedir o avanço da reforma protestante nos países como Portugal, Espanha,
França e Itália, utilizando de um método nada convencional como a inquisição e
também o movimento missionário dos jesuítas.
Consequências: A reforma afim de
firmar seus parâmetros dogmáticos começa a convocar as chamadas confissões,
1530 a Confissão da Fé, Artigo de Smalkald 1573, Fórmula da Concórdia 1577 e
Livro da Concórdia 1580 todos luteranos. Em 1536 a Confissão Helvética, 1618
Cânone Sínodo de Dort, 1646 Confissão Westminster, 1632 Confissão de Dordrech
na Holanda, 1559 a Confissão Anglicana ou Confissão de La Rochelle que foi
redigida por Calvino que foi substituída pela Declaração de Fé da Igreja
Reformada em 1872, e em 1677 a Segunda Confissão de Londres e a Confissão de
Filadélfia esta para os Batistas.
Ficaremos por aqui retornaremos
no desenvolvimento teológico quando formos estudar as tendências teológicas
contemporâneas e o pós-modernismo.
TEOLOGIA BÍBLICA:
Os primórdios da teologia bíblica
são difíceis de traçar, se por inícios nós significa a identificação de que uma
pessoa ou um ponto no tempo como a gênese. Nós seria melhor falar de
contribuintes para o fenômeno. Princípio de Lutero da sola scriptura-a Bíblia
como a norma normatização para todos reflexão teológica e Uso de Calvino das Ad
Fontes dictum humanista ("back to fontes") devem ser contadas como
primeiros dispositivos de ignição do movimento em direção a teologia bíblica.
Johannes Cocceius (1603-1669) antecipou posteriores desenvolvimentos na
teologia bíblica através sua ênfase sobre as alianças bíblicas e tratamento de
Deus com seu povo no história da salvação. A primeira ocorrência da expressão
em si, no entanto, é em 1607, no título de um livro por WJ Christmann, Teutsche
[sic] Biblische Theologie (não mais existentes). O trabalho era aparentemente
uma pequena coletânea de textos de prova de apoio teologia sistemática
protestante. Os primeiros usos do termo teologia bíblica parecem ter vêm da
tradição pietista de Spener e Franke (cerca de 1700). E a ascensão durante todo
o período, com sua ênfase sobre a histórica Iluminismo interpretação-do que
poderia ser chamado de consciência histórica e nova ferramentas para a pesquisa
histórica e crítica também desempenhou um papel importante na maturação da
teologia bíblica. [11]
TEOLOGIA BÍBLICA
Pode ser usado de maneiras
diferentes. Embora o uso adotado neste volume focalize-se sobre um método
especial de estudo teológico, deve-se ser entendido que este termo é usado
amplamente para se referir a um movimento que é basicamente antagonístico à fé evangélica.
Este uso negativo será considerado aqui e descartado e a partir daí o
significado legítimo da teologia bíblica será discutido.
Em primeiro lugar, então, este
termo é usado para descrever o movimento da teologia bíblica. Isto foi um desenvolvimento
do liberalismo e da neo-ortodoxia. Começou com a publicação do primeiro volume
da Teologia do Antigo Testamento de Walther Eichrodt em 1933 e terminou com a publicação
do segundo volume da Teologia do Antigo Testamento de Von Rad em 1960.[12]
Brevard Childs sugere que o movimento experimentou sua extinção em Maio de 1963
com a publicação da obra de John A.T. Robinson, Honest to God [Honesto com
Deus].
O movimento inicialmente foi uma
reação ao liberalismo e visava um retorno a um estudo exegético das Escrituras,
enfatizando particularmente um estudo das palavras bíblicas. A obra monumental
de dez volumes de Kittel, Dicionário Teológico do Novo Testamento desenvolveu-se
a partir do movimento. Como um movimento, contudo, ele nunca se separou de suas
convicções liberais; E reteve sua metodologia histórico-crítica. Por exemplo,
ao estudar os evangelhos, os adeptos do movimento de teologia bíblica aplicaram
a metodologia histórico-crítica na tentativa de descobrir quais das palavras atribuídas
a Cristo foram verdadeiramente ditas por Ele.
Enquanto que o movimento reconhecia
a fraqueza da mensagem do liberalismo dos séculos dezoito e dezenove, ele ainda
retinha as pressuposições liberais concernentes à Bíblia. Seus adeptos
defendiam uma posição neo-ortodoxa da revelação, ensinavam evolução como a
teoria das e enfatizavam o aspecto humano da Bíblia mais do que o divino.
Como resultado, o movimento foi
contraproducente. Era impossível fazer um estudo exegético sério das Escrituras
enquanto que ao mesmo tempo negava-se a sua autoridade.[13]
Uma segunda maneira na qual o
termo teologia bíblica é usado é para aquela metodologia que retira seu material
do Antigo e Novo Testamentos de forma historicamente orientada e chega-se a uma
teologia. Ela é exegética em sua natureza, esboçando seu material da Bíblia
como oposto a um entendimento filosófico da teologia; Ela acentua as circunstâncias
históricas em que as doutrinas foram propostas; Ela examina a teologia junto a um
dado período da história (como as eras Noaicas ou Abraâmicas) ou de um escritor
individual (como escritos Paulinos ou Joaninos).
Teologia Bíblica no sentido
definido acima pode ser chamado “Aquele ramo da ciência teológica que lida sistematicamente
com o progresso condicionado historicamente da autorrevelação de Deus como
acumulado na Bíblia.”[14]
Muitos elementos são importantes para se observar nesta definição:
Sistematização
A Teologia Bíblica investiga os
períodos da história, nos quais Deus revelou-se a Si mesmo ou as ênfases
doutrinárias dos diferentes escritores bíblicos, explicados de forma
sistemática. Teologia Bíblica, quando apresentada sistematicamente é distinta
da Teologia Sistemática que assimila a verdade de toda a Bíblia e também de
fora das Escrituras em uma doutrina bíblica sistematizada. Teologia Bíblica é reduzida.
Ela se concentra sobre as ênfases de um dado período da história como no Antigo
Testamento ou sobre um ensino explícito de um escritor particular como no Novo
Testamento.
História
A Teologia Bíblica focaliza as
circunstâncias históricas importantes nas quais as doutrinas bíblicas foram
dadas. O que pode ser aprendido da era da revelação do Antigo Testamento? Quais
foram as circunstâncias quando da escrita de Mateus ou João? Quais eram as
circunstâncias dos destinatários da carta aos Hebreus? Estas são questões
importantes que ajudam a solucionar as ênfases doutrinárias de um período
particular ou de um escritor específico.
Progresso da Revelação
Uma doutrina ortodoxa que os evangélicos
têm defendido de longa data é a crença na revelação progressiva; Deus não
revelou toda a verdade acerca de Si mesmo de uma só vez, antes Se relevou
“pouco a pouco”, porção por porção para pessoas diferentes ao longo da história
(cf. Hb. 1:1). A Teologia Bíblica traça este progresso de revelação, observando
a revelação a respeito de Si próprio que Deus tem dado em uma era em particular
ou através de um escritor em especial. Daí, a autorrevelação de Deus não foi tão
avançada para Noé e Abraão quanto o foi para Isaías. Um dos primeiros livros do
Novo Testamento, tal como Tiago, reflete uma visão mais primitiva da Igreja do
que livros escritos mais tarde, tais como as epístolas pastorais.
Natureza Bíblica
Em contraste à Teologia
Sistemática, que traça sua informação sobre Deus de cada e qualquer fonte, a
Teologia Bíblica tem um foco mais restrito, tirando sua informação da Bíblia (e
de informações históricas que expandam ou clarifiquem os eventos históricos da
Bíblia). A Teologia Bíblica assim é exegética em natureza, examinando as
doutrinas nos vá-rios períodos da história ou averiguando as palavras e declarações
de um escritor em particular. Isto capacita o estudante a determinar a
autorrevelação de Deus em um dado período da história.
Relação Para Com As Outras
Disciplinas[15]
Estudos Exegéticos
A Teologia Bíblica tem um
relacionamento direto com a exegese (“explicar, interpretar”), pelo fato de que
a Teologia Bíblica é o resultado da exegese. A exegese situa-se no alicerce da
Teologia Bíblica. A exegese demanda uma análise do texto bíblico que seja de
acordo com a metodologia literal-gramatical-histórica. (1) A passagem sob
consideração deveria ser estudada de acordo com o significado normal do idioma.
Como esta palavra ou declaração é normalmente entendida? (2) A passagem deve
ser estudada de acordo com as regras da gramática; A exegese requer um exame dos
substantivos, verbos, preposições, etc., para um entendimento apropriado da
passagem. (3) A passagem deve ser estudada em seu contexto histórico. Quais
eram as circunstâncias políticas, sociais e particularmente culturais que a
cercam? A Teologia Bíblica não termina com exegese, ao invés disso, deve
começar com ela. O teólogo deve ser hermeneuticamente exigente ao analisar o
texto a fim de entender corretamente o que Mateus, Paulo ou João escreveram.
Estudos Introdutórios
Embora o propósito da Teologia Bíblica
não seja providenciar uma discussão detalhada das questões introdutórias,
alguma discussão é essencial desde que soluções interpretativas às vezes
estejam diretamente relacionadas aos estudos introdutórios. A Introdução
determina questões tais como autoria, data, destinatários, ocasião e propósito
da escrita. Por exemplo, a datação do livro de Hebreus é significativa em que
se relaciona à extensão do sofrimento daqueles para quem o livro foi escrito. A
perseguição tornou-se severa após o incêndio de Roma em 64 d.C. Mais crítico ainda
é a questão dos destinatários em Hebreus. Se o público for entendido como sendo
cristãos hebreus, o livro será entendido de maneira diferente.
Seguindo a mesma norma, os
públicos-alvo de Mateus, Marcos e Lucas também
determinarão como estes escritores serão avaliados. Por exemplo, o ponto de
vista teológico de Mateus deveria ser entendido em vista de o livro ter sido
escrito para um público judaico. O ponto de vista teológico do escritor está
claramente relacionado às questões introdutórias.
Estudos em Teologia Sistemática
Há tanto similaridades quanto
diferenças entre a Teologia Bíblica e Sistemática. Ambas são enraizadas na análise
das Escrituras, apesar de que a Teologia Sistemática também busca a verdade de
outras fontes à parte da Bíblia.
SEQUENCIA DA TEOLOGIA
BÍBLCA
Exegese → Teologia Bíblica →
Teologia Sistemática
Ao notar a relação destas duas
teologias, várias distinções podem ser observadas. (1) A Teologia Bíblica é
preliminar à Teologia Sistemática; A exegese leva à Teologia Bíblica que por
sua vez leva à Teologia Sistemática. (2) A Teologia Bíblica busca determinar o
que os escritores bíblicos disseram acerca de uma questão teológica, ao passo
que a Teologia Sistemática também explica porque algo é verdadeiro, adicionando
um ponto de vista filosófico. (3) Enquanto a Teologia Bíblica provê a visão do
escritor bíblico, a Teologia Sistemática fornece uma discussão doutrinária de
um ponto vista contemporâneo. (4) A Teologia Bíblica analisa o material de um
escritor em particular ou ainda de um período da história, enquanto que a
Teologia Sistemática investiga todos os materiais tanto bíblicos quanto extrabíblicos
que se relacionem a um determinado assunto teológico.
CONTRASTES ENTRE AS TEOLOGIAS
BÍBLICA
E SISTEMÁTICA
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TEOLOGIA BÍBLICA
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TEOLOGIA SISTEMÁTICA
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Restringe seu estudo às Escrituras.
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Busca a verdade das Escrituras e de qualquer
fonte à parte da Bíblia.
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Examina as partes das Escrituras.
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Examina o todo das Escrituras
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Reúne informação sobre uma doutrina de
um escritor específico (e.g., João ou Paulo) ou
uma era em particular (e.g. Abraâmica, Mosaica, profética).
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Reúne informação sobre uma doutrina
correlacionando todas as Escrituras.
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Busca entender o porque ou como uma
doutrina desenvolveu-se.
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Busca entender o que foi por fim escrito.
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Busca entender o processo bem como o
resultado – o produto.
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Busca entender o resultado – o produto.
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Vê o progresso da revelação em diferentes
áreas (como Edênica, Noaica)
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Vê a culminação da revelação de Deus
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É o corpo da verdade contida na Bíblia, quer esteja ou não sistematizada
em algum ponto;
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É a verdade que se origina na Bíblia,
mas que se expressa em categorias lógicas e filosóficas
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restrito e técnico, é indutiva. Em outras
palavras, a Teologia Bíblica procura
encontrar suas categorias e focos teológicos na própria
Bíblia e não a partir de padrões racionais ou clássicos derivados de fora e
impostos na Bíblia.
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é essencialmente de método e
elaboração dedutivas
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desenvolvimento e dinamismo
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conclusão e estatismo
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teologicamente, uma é de perspectiva diacrônica
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sincrônica.
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interessa-se em discernir, localizar e descrever
o progresso da revelação divina ao longo do Canon desde as primeiras até às
mais recentes expressões.
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articular a verdade bíblica em termos do
testemunho canônico completo, sem preocupação particular pelo processo
desenvolvente em ação para criar a forma final. É a mais sintética das disciplinas
e objetiva um resultado unificado.
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Precede, logicamente, a sistemática e é a ponte
entre a exegese e a sistemática.
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Conclusiva a partir das coletâneas da Bíblica
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Teologia Bíblica Cristã traçará a história da
salvação, um passo de cada vez, ao longo da Bíblia, permitindo que a história
tome qualquer forma apropriada em qualquer determinada fase da revelação,
reconhecendo como a doutrina desenvolveu-se à medida que a revelação
progredia.
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Teologia Sistemática genuinamente cristã
encontrará sua doutrina somente na Bíblia e interessar-se-á em limitar as
categorias organizacionais às inerentes na Bíblia.
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No esforço de
distinguir entre Teologia Bíblica e Teologia Sistemática, é enganador contrapor
uma contra a outra, como se ambas estivessem em conflito mútuo ou uma fosse
superior à outra. São dois modos de ver e expressar o mesmo corpo de revelação.
Muito dano tem sido causado pela inabilidade em perceber as suas respectivas
naturezas, prioridades e relações. Os que praticam só a Teologia Bíblica, às
vezes, não entendem a integração apropriada dos campos da verdade que eles descobrem
na indagação longitudinal. Veem o desenvolvimento da revelação divina, mas não
conseguem entender a plenitude para a qual o processo avança. Terminam muitas
vezes com campos paralelos da verdade que jamais são sistematizados em um
padrão coerente. Os teólogos sistemáticos, às vezes, são culpados de trazer
estruturas epistemológicas à revelação bíblica que são alienígenas ou estranhas
a essa revelação. Forçam o material em conformi dade com a grade filosófica
própria, sem considerar a possibilidade de que a verdade de Deus é intratável e
tem de produzir as suas próprias categorias. [16]
Importância
Mostra o
Desenvolvimento Histórico da Doutrina A Teologia Bíblica é importante pelo fato
de evitar o estudo da doutrina à parte de seu contexto histórico. No estudo da
Teologia Sistemática é inteiramente possível ignorar o contexto histórico da
verdade doutrinária; A Teologia Bíblica serve para evitar este problema ao
dispensar atenção à classe histórica a qual a doutrina foi entregue.
Mostra a
Ênfase do Escritor
A Teologia
Bíblica revela o ensino doutrinário de um escritor em particular ou de um
período inteiro. Neste sentido a Teologia Bíblica sistematiza as Escrituras
pertinentes a um escritor ou período e determina o ensino principal ou o foco
doutrinário do escritor ou período de tempo. Ela capacita o estudante a
determinar o que foi enfatizado durante a era Abraâmica ou o que foi enfatizado
pelo apóstolo João, providenciando uma perspectiva diferente do que se alcança
através do estudo da Teologia
Sistemática.
Mostra o
Elemento Humano na Inspiração Enquanto que é legítimo afirmar que a Bíblia é
verbalmente inspirada e inerrante, também é verdade que os escritores das
Escrituras, escreveram individualmente de acordo com seu estilo característico.
A Teologia Bíblica enfatiza o fator humano na escrita das Escrituras (mas sem
excluir a inspiração). Assim, a Teologia Bíblica tem a intenção de descobrir o
que João ou Paulo ensinaram ou o que foi enfatizado durante um período da história
do Antigo Testamento. A Teologia Bíblica “Indica os panos de fundo individuais,
interesses e estilo dos autores. A Teologia Bíblica enfatiza a parte que os
escritores tiveram na composição da Palavra de Deus, enquanto, naturalmente,
tiveram como vantagem a superintendência Divina de seus escritos.”
Teologia Sistemática
Nesse breve
histórico desde a origem da Teologia Liberal até seu desenvolvimento partidário
sob novas formas de Teologia. Alguns aspectos fundamentais da Teologia Liberal
podem ser identificados desde o século XVIII com o advento do Iluminismo. No
pensamento de Immanuel Kant (1724-1804), Deus permanece distante da humanidade
como um ser inacessível. Para ele Deus é incognoscível à razão. Kant, Hegel e
tantos outros influenciaram os teólogos liberais.
Muitos afirmam
que Friedrich Schleiermacher (1768-1834) foi o pai do liberalismo teológico e
da teologia moderna. Ele estudou filosofia kantiana e romântica. Schleiermacher
afirmou que Deus era uma realidade suprapessoal e transcendente, de maneira que
a Doutrina era apenas uma projeção humana sobre a deidade. Ele questionou o
dogma da Trindade e negou a morte substitutiva de Jesus, pois segundo ele, o
pecado era uma fraqueza do homem. Dessa forma, a obra de Cristo consiste em
transferir ao ser humano a consciência de dependência absoluta de Deus. Para
Schleiermacher a experiência mística do crente, seu sentimento e intuição,
representavam o lugar da reflexão teológica.
Na primeira
quarta parte do século XX houve uma verdadeira guerra nos Estados Unidos entre
os cristãos chamados de fundamentalistas e os liberais. A metodologia liberal
reivindicava uma autonomia de pensamento e baseava-se na experiência
individual, por isso mesmo houve ramificações significativas dentro do próprio
liberalismo. O movimento dos liberais se desintegrou em pelos menos três
grandes grupos. O principal e maior deles ficou com o nome de “liberais” e os
outros dois formaram o que se conhece como neo-ortodoxia e neo-liberalismo.
Isso explica por que, às vezes, uns liberais parecem ser contrários ao
liberalismo. Outras teologias surgiram mais adiante motivadas por novos
pensamentos liberais: a Teologia Relacional e o Teísmo Aberto, por exemplo.
O panorama das
principais teologias desenvolvidas no século XX por alguns pensadores e os
movimentos teológicos relacionados às suas ideias. O suíço Karl Barth
(1886-1968) sugeriu que todo cristão deveria segurar a Bíblia em uma das mãos e
o Jornal na outra. Foi capaz de lutar contra a força nazista, mas não resistiu
às ideias kantianas. Em relação a Deus, Barth o apresentou como “o totalmente
Outro”. Alguns o descrevem como “o maior teólogo do século XX”, e, talvez por
isso tornou-se parâmetro para muitas ideologias que se seguiram. Os irmãos Reinhold
e Richard Niebuhr foram os representantes da neo-ortodoxia nos Estados Unidos.
O alemão Rudolf Bultmann (1884-1976) considerou a cosmologia neotestamentária
obsoleta, e, propôs uma desmitologização da mensagem do Novo Testamento. Ele
fez uma distinção entre o “Jesus Histórico” e o “Cristo Kerigmático”
baseando-se no pensamento de Kant que distinguia um Jesus Fenomenal de um
Cristo Noumenal. Paul Tillich (1886-1965) tentou estabelecer uma “correlação”
entre filosofia e teologia. Embora inacabada, a obra deixada por Dietrich
Bonhoeffer (1906-1945) chamada de “Teologia Secular”, sugere que os cristãos
deveriam deixar de ser religiosos, afinal a humanidade havia atingido a
maioridade e Deus - na forma da religião tradicional - não era mais necessário.
O pastor batista William Hamilton aliado a Thomas Altizer (1927-) defenderam
que “Deus está morto”. Essa “morte” iniciou-se na desintegração da Trindade
quando, para eles, Jesus se esvaziou totalmente da divindade (Teologia
Kenótica). Na Teologia do Processo de John B. Cobb Jr. (1925), Deus não está no
controle, mas age em parceria com a humanidade, seduzindo-a para a construção
de um futuro que está aberto. No Peru, o sacerdote católico Gustavo Gutiérrez
(1928-) tentou reconstruir a doutrina da salvação, transformando-a numa teologia
de libertação da opressão social e marginalização dos pobres (Teologia da
Libertação). No mesmo sentido, a feminista americana Rosemary Ruether (1936-)
defendeu uma teologia que exorciza a “dominação da mulher pelo homem”. John
Hick (1922-), em sua defesa do pluralismo religioso numa teologia global,
rejeitou a divindade de Jesus e afirmou que outras religiões são meios
legítimos de salvação. O ecumênico Lindbeck afirma que a doutrina encontrada na
narrativa bíblica deve “atuar de maneira reguladora na comunidade de fé”
(p.242).
Há, portanto,
uma cadeia de ideias, senão um emaranhado de pensamentos inter-relacionados entre
os teólogos do século XX. Observo a influência de Barth no pensamento dos
irmãos Niebuhr; o método de correlação de Tillich e a libertação dos oprimidos
de Gutiérrez nas ideias de Ruether. Além disso, num estudo mais profundo, é
fácil notar a influência de pensadores seculares na formação dessas teologias.
Heidegger provocou em Bultmann uma cristologia existencialista; Nietzsche
ajudou a Hamilton e Altizer “matarem Deus”; a análise social de Marx é decisiva
na práxis libertadora de Gutiérrez; Kant e Wittgenstein influenciaram o
desenvolvimento da hipótese pluralista de John Hick. Essas teologias de raízes
liberais são distorções que se arrastam a pelo menos trezentos anos, partindo
da Europa para os Estados Unidos. Essas heresias chegaram ao Brasil há pouco
mais de duas décadas. Faz-se necessário, portanto, conhecer um pouco mais sobre
essas teologias, pedir discernimento ao Espírito Santo de Deus e decidir sobre
o que cremos e praticamos.
COSTA, Hermisten M. P. Raízes da
Teologia Contemporânea. Cultura Cristã, 2004.
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[1] Berkhof, Louis. Teologia
Sistemática, Ed Cultura Cristã, S Paulo, 2010.
[2] Aguiar, Rossi. Apostila
Doutrina da Salvação, 1999
[3] Shedd, W.G.T. Teologia
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[4] Tillich, Paul. Teologia
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[5] Ferreira, Julio Andrade.
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[6] Karl Barth, Evangelical Theology: An
Introduction (Grand Rapids: Eerdmans, 1963).
[7] Grudem, Wayne. Manual De
Teologia Sistemática, Ed Vida, 2001.
[10] González, Justo L. Retomo
à história do pensamento cristão : três tipos de teologia ; [tradução José Carlos Siqueira], - São
Paulo : Ed Hagnos, 2011.
[11] Novo Dicionário de
Teologia Bíblica, eds. TD
Alexander e Brian S. Rosner
[12] 1 J. Goldingay, O estudo
da Teologia do Antigo Testamento: Seus objetivos e Propósito
[13] Walter A. Elwell, editor
Dicionário Evangélico de Teologia
[14] Charles C. Ryrie Teologia Bíblica do Novo
Testamento
[15] Veja a discussão de Ryrie, Teologia Bíblica do Novo Testamento; e
Geerhardus Vos, Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamento.
[16] Roy B. Zuck, editor Eugene H. Merrill,
editor consultor TEOLOGIA ANTIGO
TESTAMENTO; Ed CPAD, RJ 2009.
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