terça-feira, 28 de junho de 2016


INTRODUÇÃO TEOLOGIA: DEFININDO O TERMO TEOLOGIA.
Não é uma tarefa fácil definir teologia nos tempos atuais, mas antes de ser por nós definida precisamos nos definir qual seja a nossa posição teológica aí então teremos condições de elaborarmos uma definição de teologia, normalmente teologia se definiu com as seguintes expressões: “O discurso concernente a DEUS”; “A ciência do sobrenatural”; “A ciência da religião”; “O estudo sobre DEUS”[1] . Atualmente alguns teólogos têm desenvolvido opiniões e definições que vem melhorando o sentido e significados de teologia vejam alguns, O Pr. Antonio Gilberto, teólogo renomado das Assembléias de Deus no Brasil, ao definir teologia fala de dois sentidos, o denotativo que é o estudo do caráter dos atributos e operações de DEUS, e o sentido conotativo que é o estudo das doutrinas bíblicas referentes a DEUS e ao homem[2] . Ernest Kevan define com as seguintes palavras “A ciência de DEUS segundo ELE se revelou em Sua palavra”. Charles Hodge, teólogo estadunidense expressou desta forma, “A apresentação dos fatos da Escritura, em sua ordem e relação progressiva”, já Strong define “A ciência de DEUS e dos relacionamentos de DEUS com o universo”. W.G.T. Shedd “Uma ciência que se preocupa com o Infinito e o Finito, com DEUS e com universo. O material , portanto, que abrange é mais vasto que qualquer outra ciência. Também é a mais necessária de todas as ciências” [3], Agostinho, teólogo renomado no período patrística, formulou a seguinte frase “A discussão racional referente à divindade.”, Paul Tillich, teólogo alemão da linha neo-ortodoxa com perspectiva existencialista, “A interpretação metódica dos conteúdos da fé cristã”[4] , e Karl Barth, pai da neo-ortodoxia, “Dogmática é a ciência na qual a igreja , segundo o estado atual do seu conhecimento, expõe o conteúdo de sua mensagem , criticamente, isto é, avaliando-o por meio das Escrituras e guiando-se por seus escritos confessionais.” [5], prosseguindo Bath A teologia é ciência buscando o conhecimento da Palavra de Deus falada em Deus aprendizagem ciência trabalho na escola da Sagrada Escritura, que testemunhas do Palavra de Deus; trabalhadora ciência na busca da verdade, que é inevitavelmente necessária da comunidade que é chamado pela Palavra de Deus”[6]
Julio Andrade Ferreira apresenta como “reflexão sistemática sobre a realidade da revelação cristã.”, enquanto Wayne Grudem “Teologia sistemática é qualquer estudo que responda a pergunta ‘O que a Bíblia como um todo nos ensina hoje?’ Acerca de qualquer tópico”[7] . Podemos encontrar dois ramos de compreensão teológica, os subjetivistas começando com [8]  Friedrich Schleiermacher, conforme define Daniel Migliore “Teologia não é uma simples repetição de doutrinas tradicionais, mas uma busca persistente da verdade que elas indicam, e que expressam somente de forma parcial e fragmentária. Como busca contínuo, o espírito da teologia é interrogativo antes que doutrinário; ele pressupõe a disposição de questionar e ser questionado”[9], Schleiermacher redefiniu a teologia. Ela não é sobre Deus — é sobre o homem em sua busca de algo ou alguém que lhe falta, o infinito que se contrapõe à sua finitude, o ilimitado que contrasta com as suas limitações, o infalível que torna horrível suportar as suas falhas, o independente que se opõe à sua dependência, o eterno que torna a sua mortalidade tão difícil de enfrentar.
Ludwig Feuerbach concluiu, corretamente, a partir da tese de Schleiermacher, que a teologia, se é isso, não é Teologia, mas, sim, Antropologia Filosófica, com “a” maiúsculo, o estudo da busca, por parte do homem, daquilo ou daquele que o homem, não sendo, nunca se conformou em não ser.
 E os objetivistas que acompanharam Hodge em 1746 quando foi criado o Colégio de Nova Jersey (atual Universidade de Princeton) e em 1812 o Seminário Teológico de Princeton, conhecidos como fundamentalistas, ficou conhecida como “teologia de Princeton”.

OS PRINCIPAIS RAMOS DA TEOLOGIA.
Teologia Exegética: Trabalha com as línguas originais da Bíblia, procurando descobrir o real sentido e significado das Escrituras.
Teologia Histórica: Lida com o desenvolvimento das diversas interpretações doutrinárias através dos séculos, mas sob a ótica do teólogo e sua época em que apresentou sua teologia.
Teologia Dogmática: Ocupa-se com os dogmas e sua maneira como era apresentada na evolução natural teológica, exemplo a doutrina do pecado começando na era patrística passando pela idade média , vindo na reforma e nos dias atuais.
Teologia Bíblica: Trata da revelação divina progressiva através e unicamente pela Bíblia sem consulta tese ou escola teológica, com isto tente desvendar a proposta teológica do autor bíblico.
Teologia Contemporânea: É a exposição da teologia com destaque os pontos de vista dos teólogos e sua escola dogmática. Mais a frente trataremos das diversas escolas teológicas atuais.
Teologia Sistemática: É o estudo das doutrinas referente a DEUS e ao homem, sendo que seus assuntos estão agrupados por tópicos e obedecendo a um sistema definido, permitindo que cada doutrina tenha sua definição individual sem perder um elo com a anterior e com a posterior.
Teologia Natural: Esta teologia visa desenvolver um conhecimento de DEUS unicamente através do estudo da criação ou da natureza, e ao definir a natureza definirá atributos e o caráter de DEUS.
Teologia Prática: Normalmente é definida como teologia viva e trata de temas transversais ou temas que quase nunca entra na discussão acadêmica ficando mais no âmbito do palpito

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA TEOLOGIA.
DEUS poderoso na sua obra criadora e de sustentar a sua criação. Por isto Gêneses é também a origem da teologia no homem Não iremos trabalhar uma história detalhada mas um breve desenvolvimento até os dias atuais, teologia não começou com uma data no calendário humano e nem pertence exclusivamente ao homem, quando lemos passagens como de IS 6 onde os serafins cantam “SANTO , SANTO , SANTO É O SENHOR” está se fazendo uma asseveração teológica dos atributos de DEUS, ou quando o anjo rejeita adoração está também aplicando uma prática teológica, desta forma teologia é de muito tempo e existia entre os seres celestial, teologia começa com o primeiro texto bíblico Gn.1.1 “No princípio criou DEUS...” esta simples frase revela um DEUS anterior a tudo e que é a fonte de todas as coisas, um DEUS iminente e transcendente no tempo e no espaço, um.
As primeira verdades teológica surgem nos nomes de DEUS, que trazem consigo atributos morais e os não morais, vejamos alguns destes nomes.
ELOHIM : Forma plural de Elah ou Eloah que significa poderoso
JEOVÁ: Aparece pela primeira vez em Gn2.4, seu sentido é incerto
JEOVÁ-JIRÉ: O Senhor proverá Gn22
EL-SHADDAI: Senhor Todo-Poderoso ocorre 50 vezes na Bíblia sendo 31 em Jó
EL-OLAM: Senhor Eterno
EL-ELYOM: Deus Altíssimo
O Antigo Testamento é também um desenvolvimento teológico além de histórico, pois cada acontecimento é também um desenvolvimento teológico, que amplia o conhecimento do caráter de DEUS, seus atributos tanto para Israel como também para a humanidade, revelando seu amor e juízo, revelando o seu poder e seu desejo de se aproximar do homem pecador, sua prontidão para abençoar aquele que se aproxima de sua vontade.
Quando nos aproximamos do N.T a teologia está baseada nas novas revelações que Jesus destaca no seu ministério, não um dualismo divino como compreendia Marcião no segundo século que o DEUS do N.T. era mais brando que o do A.T. que era sanguinário e vingativo. Jesus apresenta um DEUS JUSTO e amoroso para com todos seja publicano ou uma mulher Cananéia ou samaritana, até mesmo compassivo para com adúltera e que passa a tocar em leproso como fossem limpos, tratar de cego de nascença não como um pecador mas como alguém capacitado a receber a manifestação da glória de DEUS, Jesus é o precursor do exorcismo, e demônios são expulsos de pessoas.
Os gentios podem agora pertencer e participar das promessas de DEUS como Paulo dizia e escreveu nas suas epístolas, surge doutrinas como adoção, substituição, redenção, a trindade e uma nova escatologia a escatologia eclesiológica. Deus não trabalha diretamente exclusivamente sob um povo mas a todos os homens e mulheres que aceitam em Jesus esta nova possibilidade em DEUS. Mas futuramente estudaremos Teologia do V.T. e do N.T.

ESCRITURA E TRADIÇÃO
Se a Reforma protestante do século XVI nos ensinou algo, foi a necessidade de retomar constantemente às fontes de nossa fé. Os reformadores descobriram em seus estudos das Escrituras que, de muitas formas, a fé recebida de seus antepassados havia se esquecido de alguns dos elementos básicos da fé bíblica e deturpado outros. Quando anunciaram suas descobertas, foi-lhes respondido que o que diziam se opunha à tradição da igreja.
A tradição, a história da igreja, transformou-se então em impedimento, pretexto, regra que se devia obedecer e seguir ao 1er e interpretar as Escrituras. Por isso, um dos pontos essenciais da Reforma, sobre o qual houve acordo entre todos os reformadores, é o da autoridade das Escrituras sobre a tradição. Isso não significa que os reformadores não tenham tido discordâncias sobre o modo como esse princípio deveria ser aplicado, É de conhecimento geral que, enquanto o luteranismo e 0 anglicanismo mantiveram o máximo possível da tradição, sempre que não se opusesse aos ensinamentos claros das Escrituras, a tradição refoimada foi mais radical nesse sentido, e a anabatista muito mais ainda.
Mas, como protestantes que somos, é importante que cuidemos para não cair na armadilha em que caiu a igreja contra a qual Lutero e os outros reformadores se rebelaram.
Aquela igreja tinha uma história gloriosa de mártires e santos, de monges e teólogos que haviam dedicado toda a sua vida à sua fé. Não nos equivoquemos: embora seja certo que no começo do século XVI havia corrupção, também é certo que havia devoção, dedicação e santidade. E muito mais, havia uma longa história, uma bela tradição, digna de respeito e de admiração. Diga-se de passagem que, se não fosse essa tradição, a Bíblia nunca teria chegado às mãos de Lutero nem às nossas.
Mas aí está o problema. Em certo sentido, era exatamente a glória dessa história que impedia muitos católicos do século XVI de dar ouvidos às críticas de Lutero. Aceitar tais críticas parecia desvalorizar a vida e a dedicação de todos os ilustres cristãos que haviam moldado a tradição.
Nosso perigo agora, como protestantes do século XXI, é fazer a mesma coisa com as tradições que recebemos de nossos antepassados na fé. Nós também temos uma hoste gloriosa de tais antepassados: desde Lutero, Calvino e os outros reformadores, até os missionários e pastores que nos levaram aos pés de Cristo. Mas nem por isso devemos pensar que já sabemos tudo o que as Escrituras nos dizem. Se fizéssemos isto, não importa o quanto enaltecêssemos nossos antepassados na fé, nem o quanto repetíssemos suas palavras, na verdade os estaríamos traindo, pois, se eles quiseram nos ensinar algo, foi justamente a primazia das Escrituras sobre toda tradição humana. Não é a palavra de Lutero que permanece para sempre, mas a Palavra que Lutero estudou e procurou expor e proclamar. Não existe tradição humana alguma que possa conter essa Palavra nem se equiparar a ela.
Esta é a importância que tem o estudo da Bíblia. A igreja vive da Palavra de Deus, como Israel no deserto vivia do maná cotidiano. Quando a igreja deixa de se alimentar dessa Palavra, simplesmente deixa de ser a igreja. E, quando procura viver hoje sobre a base exclusiva de alguma interpretação anterior da Bíblia, ocorre-lhe a mesma coisa que aconteceu a Israel no passado, quando tentou guardar o maná de um dia para outro.
Portanto, a grande tarefa que se impõe à nossa geração — a tarefa que se impõe sempre a cada geração cristã — é nos aproximar novamente das Escrituras para descobrir o que Deus tem a nos dizer hoje nelas.
Mas a situação não é tão simples. Não basta afirmar que as Escrituras não devem ser equiparadas a qualquer tradição humana.
O fato é que todos nós, seres humanos, somos criaturas históricas e, portanto, pertencemos a uma tradição ou outra. Quem sabe seja conveniente aqui, para percebermos nossa situação, recordar as palavras de Ortega y Gasset de que cada geração se encontra sobre os ombros das gerações anteriores, como os acrobatas do circo. Cada um de nós tem sua história — toda uma série de acontecimentos e decisões que nos trouxe até onde estamos. Essa história começa muito antes de nosso nascimento. Cada um de nós, e mais ainda todos em conjunto, fazemos parte de uma tradição, de um modo ou caminho pelo qual nos tomamos o que somos. O passado, não importa o quanto nos esqueçamos disso, continua vivendo em nós e contribui para determinar o que somos e o modo como somos. Isto, que se aplica a toda atividade humana, também se aplica à forma como interpretamos as Escrituras. Quando nos aproximamos delas, não o fazemos com a mente totalmente em branco para deixar que as Escrituras nos falem. Pelo contrário, estando ou não cientes disso, ao nos aproximar das Escrituras, trazemos conosco toda uma tradição de interpretação escriturística que nos leva a entender o texto bíblico de um modo particular. Em outras palavras, todos lemos a Bíblia através de óculos que nos foram legados por nossa tradição, e da cor de suas lentes depende grande parte do que podemos ou não enxergar nas Escrituras.

PERÍODO PATRÍSTICO.
Este período vai de 100 até 451, sendo conhecido como era dos apologistas ou dos pais da igreja, mas antes vamos destacar as cidades mais importantes no desenvolvimento teológico.
Alexandria, atualmente faz parte do Egito, mas no início do século era um grande centro teológico e de educação cristão, ficou marcada pela associação com a teoria filosóficas de Platão, principalmente na doutrina de Cristo e na Hermenêutica. O teólogo em destaque Orígines
Antioquia, que fica na atual Turquia, cidade evangelizada por Paulo (At 13.14-51), acompanhou Alexandria na sua abordagem teológica, mas desenvolveu uma escola própria, principalmente na elaboração da doutrina da trindade. O teólogo em destaque Irineu.
Cartago, outra cidade africana, atual Argélia, de providenciou para o cristianismo teólogos como Agostinho, Cipriano e Tertuliano.
Poderíamos destacar teólogos como:
Tertuliano de Cartago (160-225), defendia o princípio suficiente das Escrituras, condenando teólogos que lançavam mão de metodologia filosófica seculares para desenvolverem suas teses, seus escritos influenciaram Wycllif e Lutero, considerado o pai da teologia latina.
Atanásio (296-373), foi um dos precursores da doutrina das duas naturezas de Jesus (homem e DEUS), também formulou a doutrina da trindade e quem estabeleceu o nosso N.T. com seus 27 livros
Aurélio Augustos, um dos teólogos que mais tem influenciado o cristianismo depois de Paulo, tanto por aqueles que se admiram com seus escritos como também por aqueles que o criticam, este teólogo tem ultrapassado as era e o tempo escreveu livros como “Confissões” e “Cidade de DEUS”. Estes livros são tão importantes para o protestantismo atual como para o catolicismo.

TRES TIPOS DE TEOLOGIA[10]
Três lugares
Cartago

Alexandria

Ásia Menor e Síria (Antioquia)
Três teólogos
Tertuliano

Orígenes

Irineu
Interesse

Moral

Metafísico

Pastoral
Categoria principal

Lei

Verdade

História

Orientação filosófica

Estoica

Platônica

Nenhuma
Precursores
Clemente de Roma Inácio
Hermas

Filo
Justino
Policarpo

ONT
II Epístola de Clemente Teófilo de Alexandria
Deus Uno
Legislador
Juiz

Inefável
Transcendente

Pastor
Pai I
Criação

Completa

Espiritual
Dupla

Começada
Contínua

Pecado


Transgredir a lei

Não contemplar
Desobediência ao Uno por antecipação

Pecado original

Herança

Individual

Em um todos pecaram

Problema

Dívida moral

Ignorância

Sujeição ao Maligno

Obra de Cristo

Perdão

Iluminação

Libertação

Necessidade

Pagamento Nova Lei

Ensino

Vitória Nova criação

Batismo

Lavamento
Princípio

Iluminação Símisolo
Enxerto Sempre válido

Comunhão

Força moral

Símbolo

Alimento

Consumação


Reino de lei
Retorno ao princípio

Novo Reino de liberdade, justiça e crescimento



PERÍODO ESCOLÁSTICO.
Este período abrange até o início da reforma protestante, sendo que agora as regiões principais de destaque teológico são França, Alemanha, Holanda, Itália e Inglaterra, vejamos os principais teólogos deste período.
Anselmo de Cantuária (1033-1109) que elevou o aspecto teológica de sua época, passando por inúmeros centros de estudo europeu.
Tomás de Aquino (1225-1274) considerado o melhor teólogo de sua época e da escolástica, filiado aos dominicanos deixou a herança de conde de seu pai para se tornar o principal construtor teológico do catolicismo até os dias de hoje.
Duns Scotus (1265-1308) foi professor na faculdade de Cambridges, Oxford e Paris, aperfeiçoou a teoria do conhecimento de Aristóteles, defendendo o voluntarismo intelectual além da condição imaculada de Maria.
As principais teorias teológicas desta época estava baseada nos escritos de Agostinho, e sob o logismo de Aristóteles como mecanismo hermenêutico , a evolução se deu no campo sistemático e depois no racionalismo com Tomás de Aquino, com o propósito de sair das questões ou repetições agostiniana, mas Anselmo ao levar a teologia no campo racional denunciava a limitação desta.
Também os sacramentos eram temas de debates na igreja, Agostinho defendia os sacramentos como sinal e relação das coisas divinas, tendo também a quantidade dos sacramentos ( a igreja católica defende sete e o protestantismo apenas dois), havia unanimidade de se guardar dois o batismo e a eucaristia. A graça também tornou-se tema de debates dando base posteriormente ao protestantismo na justificação pela fé, quando Lutero utilizou dos textos de Occam e Aquino, já que Agostinho impunha diversos encargos para alcança-lo. A mariolatria tinha apoio de Occam e não de Aquino, surgindo os “imaculatistas” .
PERIODO DA REFORMA.
Não houve movimento anterior e nem posterior na história do cristianismo como a reforma protestante, na verdade foram quatro acontecimentos que se destacaram neste período.
Primeiro a Reforma Luterana, tendo em vista que sua repercussão foi mais ampla e profunda que a de Zwinglio, o marco histórico foi a data de 31 de outubro de 1517 com as publicações das 95 teses na porta do templo de Wittenberg, que logo se espalharam por toda Europa, obedecendo em cada pais sua necessidade e sua forma.
Segundo a Reforma Anabatista também conhecida de Reforma Radical, pois nega totalmente a herança católica, devendo seus adeptos a ser novamente batizados (por isto anabatista= batizados novamente), a data deste movimento se dá em 1520 em Zurique com Conrad Gabriel. A importância deste movimento foi que dele surge o pietismo alemão com o conde Zinzendorf e o puritanismo na Inglaterra, ambos promoveram o grande avivamento do s século XXVIII e XIX.
Terceiro Reforma Calvinista que na verdade não foi Calvino seu fundador mas sim seus discípulos, Calvino é considerado o reformador teológico do protestantismo sua teologia é mais intensa que a de Lutero, seus princípios são inspiração para inúmeros teólogos até os dias de hoje por isto ele superou Lutero. Escreveu o mais importante comentário bíblico do protestantismo “As Institutas da Religião”
Reforma Católico ou A Contra Reforma que ocorreu na cidade de Trento (1545), era uma busca de responder os ataques protestantes e os ensinos reformadores, além de reafirmarem seus princípio da teologia de Aquino e de Agostinho. Também de criar um meio de impedir o avanço da reforma protestante nos países como Portugal, Espanha, França e Itália, utilizando de um método nada convencional como a inquisição e também o movimento missionário dos jesuítas.
Consequências: A reforma afim de firmar seus parâmetros dogmáticos começa a convocar as chamadas confissões, 1530 a Confissão da Fé, Artigo de Smalkald 1573, Fórmula da Concórdia 1577 e Livro da Concórdia 1580 todos luteranos. Em 1536 a Confissão Helvética, 1618 Cânone Sínodo de Dort, 1646 Confissão Westminster, 1632 Confissão de Dordrech na Holanda, 1559 a Confissão Anglicana ou Confissão de La Rochelle que foi redigida por Calvino que foi substituída pela Declaração de Fé da Igreja Reformada em 1872, e em 1677 a Segunda Confissão de Londres e a Confissão de Filadélfia esta para os Batistas.
Ficaremos por aqui retornaremos no desenvolvimento teológico quando formos estudar as tendências teológicas contemporâneas e o pós-modernismo.
TEOLOGIA BÍBLICA:
Os primórdios da teologia bíblica são difíceis de traçar, se por inícios nós significa a identificação de que uma pessoa ou um ponto no tempo como a gênese. Nós seria melhor falar de contribuintes para o fenômeno. Princípio de Lutero da sola scriptura-a Bíblia como a norma normatização para todos reflexão teológica e Uso de Calvino das Ad Fontes dictum humanista ("back to fontes") devem ser contadas como primeiros dispositivos de ignição do movimento em direção a teologia bíblica. Johannes Cocceius (1603-1669) antecipou posteriores desenvolvimentos na teologia bíblica através sua ênfase sobre as alianças bíblicas e tratamento de Deus com seu povo no história da salvação. A primeira ocorrência da expressão em si, no entanto, é em 1607, no título de um livro por WJ Christmann, Teutsche [sic] Biblische Theologie (não mais existentes). O trabalho era aparentemente uma pequena coletânea de textos de prova de apoio teologia sistemática protestante. Os primeiros usos do termo teologia bíblica parecem ter vêm da tradição pietista de Spener e Franke (cerca de 1700). E a ascensão durante todo o período, com sua ênfase sobre a histórica Iluminismo interpretação-do que poderia ser chamado de consciência histórica e nova ferramentas para a pesquisa histórica e crítica também desempenhou um papel importante na maturação da teologia bíblica. [11]
TEOLOGIA BÍBLICA
Pode ser usado de maneiras diferentes. Embora o uso adotado neste volume focalize-se sobre um método especial de estudo teológico, deve-se ser entendido que este termo é usado amplamente para se referir a um movimento que é basicamente antagonístico à fé evangélica. Este uso negativo será considerado aqui e descartado e a partir daí o significado legítimo da teologia bíblica será discutido.
Em primeiro lugar, então, este termo é usado para descrever o movimento da teologia bíblica. Isto foi um desenvolvimento do liberalismo e da neo-ortodoxia. Começou com a publicação do primeiro volume da Teologia do Antigo Testamento de Walther Eichrodt em 1933 e terminou com a publicação do segundo volume da Teologia do Antigo Testamento de Von Rad em 1960.[12] Brevard Childs sugere que o movimento experimentou sua extinção em Maio de 1963 com a publicação da obra de John A.T. Robinson, Honest to God [Honesto com Deus].
O movimento inicialmente foi uma reação ao liberalismo e visava um retorno a um estudo exegético das Escrituras, enfatizando particularmente um estudo das palavras bíblicas. A obra monumental de dez volumes de Kittel, Dicionário Teológico do Novo Testamento desenvolveu-se a partir do movimento. Como um movimento, contudo, ele nunca se separou de suas convicções liberais; E reteve sua metodologia histórico-crítica. Por exemplo, ao estudar os evangelhos, os adeptos do movimento de teologia bíblica aplicaram a metodologia histórico-crítica na tentativa de descobrir quais das palavras atribuídas a Cristo foram verdadeiramente ditas por Ele.
Enquanto que o movimento reconhecia a fraqueza da mensagem do liberalismo dos séculos dezoito e dezenove, ele ainda retinha as pressuposições liberais concernentes à Bíblia. Seus adeptos defendiam uma posição neo-ortodoxa da revelação, ensinavam evolução como a teoria das e enfatizavam o aspecto humano da Bíblia mais do que o divino.
Como resultado, o movimento foi contraproducente. Era impossível fazer um estudo exegético sério das Escrituras enquanto que ao mesmo tempo negava-se a sua autoridade.[13]
Uma segunda maneira na qual o termo teologia bíblica é usado é para aquela metodologia que retira seu material do Antigo e Novo Testamentos de forma historicamente orientada e chega-se a uma teologia. Ela é exegética em sua natureza, esboçando seu material da Bíblia como oposto a um entendimento filosófico da teologia; Ela acentua as circunstâncias históricas em que as doutrinas foram propostas; Ela examina a teologia junto a um dado período da história (como as eras Noaicas ou Abraâmicas) ou de um escritor individual (como escritos Paulinos ou Joaninos).
Teologia Bíblica no sentido definido acima pode ser chamado “Aquele ramo da ciência teológica que lida sistematicamente com o progresso condicionado historicamente da autorrevelação de Deus como acumulado na Bíblia.”[14] Muitos elementos são importantes para se observar nesta definição:
Sistematização
A Teologia Bíblica investiga os períodos da história, nos quais Deus revelou-se a Si mesmo ou as ênfases doutrinárias dos diferentes escritores bíblicos, explicados de forma sistemática. Teologia Bíblica, quando apresentada sistematicamente é distinta da Teologia Sistemática que assimila a verdade de toda a Bíblia e também de fora das Escrituras em uma doutrina bíblica sistematizada. Teologia Bíblica é reduzida. Ela se concentra sobre as ênfases de um dado período da história como no Antigo Testamento ou sobre um ensino explícito de um escritor particular como no Novo Testamento.
História
A Teologia Bíblica focaliza as circunstâncias históricas importantes nas quais as doutrinas bíblicas foram dadas. O que pode ser aprendido da era da revelação do Antigo Testamento? Quais foram as circunstâncias quando da escrita de Mateus ou João? Quais eram as circunstâncias dos destinatários da carta aos Hebreus? Estas são questões importantes que ajudam a solucionar as ênfases doutrinárias de um período particular ou de um escritor específico.
Progresso da Revelação
Uma doutrina ortodoxa que os evangélicos têm defendido de longa data é a crença na revelação progressiva; Deus não revelou toda a verdade acerca de Si mesmo de uma só vez, antes Se relevou “pouco a pouco”, porção por porção para pessoas diferentes ao longo da história (cf. Hb. 1:1). A Teologia Bíblica traça este progresso de revelação, observando a revelação a respeito de Si próprio que Deus tem dado em uma era em particular ou através de um escritor em especial. Daí, a autorrevelação de Deus não foi tão avançada para Noé e Abraão quanto o foi para Isaías. Um dos primeiros livros do Novo Testamento, tal como Tiago, reflete uma visão mais primitiva da Igreja do que livros escritos mais tarde, tais como as epístolas pastorais.
Natureza Bíblica
Em contraste à Teologia Sistemática, que traça sua informação sobre Deus de cada e qualquer fonte, a Teologia Bíblica tem um foco mais restrito, tirando sua informação da Bíblia (e de informações históricas que expandam ou clarifiquem os eventos históricos da Bíblia). A Teologia Bíblica assim é exegética em natureza, examinando as doutrinas nos vá-rios períodos da história ou averiguando as palavras e declarações de um escritor em particular. Isto capacita o estudante a determinar a autorrevelação de Deus em um dado período da história.
Relação Para Com As Outras Disciplinas[15]

Estudos Exegéticos
A Teologia Bíblica tem um relacionamento direto com a exegese (“explicar, interpretar”), pelo fato de que a Teologia Bíblica é o resultado da exegese. A exegese situa-se no alicerce da Teologia Bíblica. A exegese demanda uma análise do texto bíblico que seja de acordo com a metodologia literal-gramatical-histórica. (1) A passagem sob consideração deveria ser estudada de acordo com o significado normal do idioma. Como esta palavra ou declaração é normalmente entendida? (2) A passagem deve ser estudada de acordo com as regras da gramática; A exegese requer um exame dos substantivos, verbos, preposições, etc., para um entendimento apropriado da passagem. (3) A passagem deve ser estudada em seu contexto histórico. Quais eram as circunstâncias políticas, sociais e particularmente culturais que a cercam? A Teologia Bíblica não termina com exegese, ao invés disso, deve começar com ela. O teólogo deve ser hermeneuticamente exigente ao analisar o texto a fim de entender corretamente o que Mateus, Paulo ou João escreveram.

Estudos Introdutórios
Embora o propósito da Teologia Bíblica não seja providenciar uma discussão detalhada das questões introdutórias, alguma discussão é essencial desde que soluções interpretativas às vezes estejam diretamente relacionadas aos estudos introdutórios. A Introdução determina questões tais como autoria, data, destinatários, ocasião e propósito da escrita. Por exemplo, a datação do livro de Hebreus é significativa em que se relaciona à extensão do sofrimento daqueles para quem o livro foi escrito. A perseguição tornou-se severa após o incêndio de Roma em 64 d.C. Mais crítico ainda é a questão dos destinatários em Hebreus. Se o público for entendido como sendo cristãos hebreus, o livro será entendido de maneira diferente.
Seguindo a mesma norma, os públicos-alvo de Mateus, Marcos e Lucas  também determinarão como estes escritores serão avaliados. Por exemplo, o ponto de vista teológico de Mateus deveria ser entendido em vista de o livro ter sido escrito para um público judaico. O ponto de vista teológico do escritor está claramente relacionado às questões introdutórias.
Estudos em Teologia Sistemática
Há tanto similaridades quanto diferenças entre a Teologia Bíblica e Sistemática. Ambas são enraizadas na análise das Escrituras, apesar de que a Teologia Sistemática também busca a verdade de outras fontes à parte da Bíblia.

SEQUENCIA DA TEOLOGIA BÍBLCA
Exegese      →   Teologia Bíblica      →    Teologia Sistemática
Ao notar a relação destas duas teologias, várias distinções podem ser observadas. (1) A Teologia Bíblica é preliminar à Teologia Sistemática; A exegese leva à Teologia Bíblica que por sua vez leva à Teologia Sistemática. (2) A Teologia Bíblica busca determinar o que os escritores bíblicos disseram acerca de uma questão teológica, ao passo que a Teologia Sistemática também explica porque algo é verdadeiro, adicionando um ponto de vista filosófico. (3) Enquanto a Teologia Bíblica provê a visão do escritor bíblico, a Teologia Sistemática fornece uma discussão doutrinária de um ponto vista contemporâneo. (4) A Teologia Bíblica analisa o material de um escritor em particular ou ainda de um período da história, enquanto que a Teologia Sistemática investiga todos os materiais tanto bíblicos quanto extrabíblicos que se relacionem a um determinado assunto teológico.






CONTRASTES ENTRE AS TEOLOGIAS
BÍBLICA E SISTEMÁTICA
TEOLOGIA BÍBLICA
TEOLOGIA SISTEMÁTICA
Restringe seu estudo às Escrituras.

Busca a verdade das Escrituras e de qualquer fonte à parte da Bíblia.
Examina as partes das Escrituras.
Examina o todo das Escrituras
Reúne informação sobre uma doutrina de
um escritor específico (e.g., João ou Paulo) ou uma era em particular (e.g. Abraâmica, Mosaica, profética).
Reúne informação sobre uma doutrina
correlacionando todas as Escrituras.
Busca entender o porque ou como uma
doutrina desenvolveu-se.
Busca entender o que foi por fim escrito.
Busca entender o processo bem como o
resultado – o produto.
Busca entender o resultado – o produto.
Vê o progresso da revelação em diferentes
áreas (como Edênica, Noaica)
Vê a culminação da revelação de Deus
É o corpo da verdade contida na Bíblia, quer esteja ou não sistematizada em algum ponto;
É a verdade que se origina na Bíblia,
mas que se expressa em categorias lógicas e filosóficas
restrito e técnico, é indutiva. Em outras palavras, a Teologia Bíblica procura
encontrar suas categorias e focos teológicos na própria Bíblia e não a partir de padrões racionais ou clássicos derivados de fora e impostos na Bíblia.
é essencialmente de método e
elaboração dedutivas
desenvolvimento e dinamismo
conclusão e estatismo
teologicamente, uma é de perspectiva diacrônica
sincrônica.
interessa-se em discernir, localizar e descrever o progresso da revelação divina ao longo do Canon desde as primeiras até às mais recentes expressões.
articular a verdade bíblica em termos do testemunho canônico completo, sem preocupação particular pelo processo desenvolvente em ação para criar a forma final. É a mais sintética das disciplinas e objetiva um resultado unificado.
Precede, logicamente, a sistemática e é a ponte entre a exegese e a sistemática.
Conclusiva a partir das coletâneas da Bíblica
Teologia Bíblica Cristã traçará a história da salvação, um passo de cada vez, ao longo da Bíblia, permitindo que a história tome qualquer forma apropriada em qualquer determinada fase da revelação, reconhecendo como a doutrina desenvolveu-se à medida que a revelação progredia.
Teologia Sistemática genuinamente cristã encontrará sua doutrina somente na Bíblia e interessar-se-á em limitar as categorias organizacionais às inerentes na Bíblia.

No esforço de distinguir entre Teologia Bíblica e Teologia Sistemática, é enganador contrapor uma contra a outra, como se ambas estivessem em conflito mútuo ou uma fosse superior à outra. São dois modos de ver e expressar o mesmo corpo de revelação. Muito dano tem sido causado pela inabilidade em perceber as suas respectivas naturezas, prioridades e relações. Os que praticam só a Teologia Bíblica, às vezes, não entendem a integração apropriada dos campos da verdade que eles descobrem na indagação longitudinal. Veem o desenvolvimento da revelação divina, mas não conseguem entender a plenitude para a qual o processo avança. Terminam muitas vezes com campos paralelos da verdade que jamais são sistematizados em um padrão coerente. Os teólogos sistemáticos, às vezes, são culpados de trazer estruturas epistemológicas à revelação bíblica que são alienígenas ou estranhas a essa revelação. Forçam o material em conformi dade com a grade filosófica própria, sem considerar a possibilidade de que a verdade de Deus é intratável e tem de produzir as suas próprias categorias. [16]
Importância
Mostra o Desenvolvimento Histórico da Doutrina A Teologia Bíblica é importante pelo fato de evitar o estudo da doutrina à parte de seu contexto histórico. No estudo da Teologia Sistemática é inteiramente possível ignorar o contexto histórico da verdade doutrinária; A Teologia Bíblica serve para evitar este problema ao dispensar atenção à classe histórica a qual a doutrina foi entregue.
Mostra a Ênfase do Escritor
A Teologia Bíblica revela o ensino doutrinário de um escritor em particular ou de um período inteiro. Neste sentido a Teologia Bíblica sistematiza as Escrituras pertinentes a um escritor ou período e determina o ensino principal ou o foco doutrinário do escritor ou período de tempo. Ela capacita o estudante a determinar o que foi enfatizado durante a era Abraâmica ou o que foi enfatizado pelo apóstolo João, providenciando uma perspectiva diferente do que se alcança através do estudo da Teologia
Sistemática.
Mostra o Elemento Humano na Inspiração Enquanto que é legítimo afirmar que a Bíblia é verbalmente inspirada e inerrante, também é verdade que os escritores das Escrituras, escreveram individualmente de acordo com seu estilo característico. A Teologia Bíblica enfatiza o fator humano na escrita das Escrituras (mas sem excluir a inspiração). Assim, a Teologia Bíblica tem a intenção de descobrir o que João ou Paulo ensinaram ou o que foi enfatizado durante um período da história do Antigo Testamento. A Teologia Bíblica “Indica os panos de fundo individuais, interesses e estilo dos autores. A Teologia Bíblica enfatiza a parte que os escritores tiveram na composição da Palavra de Deus, enquanto, naturalmente, tiveram como vantagem a superintendência Divina de seus escritos.”

Teologia Sistemática
Nesse breve histórico desde a origem da Teologia Liberal até seu desenvolvimento partidário sob novas formas de Teologia. Alguns aspectos fundamentais da Teologia Liberal podem ser identificados desde o século XVIII com o advento do Iluminismo. No pensamento de Immanuel Kant (1724-1804), Deus permanece distante da humanidade como um ser inacessível. Para ele Deus é incognoscível à razão. Kant, Hegel e tantos outros influenciaram os teólogos liberais.
Muitos afirmam que Friedrich Schleiermacher (1768-1834) foi o pai do liberalismo teológico e da teologia moderna. Ele estudou filosofia kantiana e romântica. Schleiermacher afirmou que Deus era uma realidade suprapessoal e transcendente, de maneira que a Doutrina era apenas uma projeção humana sobre a deidade. Ele questionou o dogma da Trindade e negou a morte substitutiva de Jesus, pois segundo ele, o pecado era uma fraqueza do homem. Dessa forma, a obra de Cristo consiste em transferir ao ser humano a consciência de dependência absoluta de Deus. Para Schleiermacher a experiência mística do crente, seu sentimento e intuição, representavam o lugar da reflexão teológica.
Na primeira quarta parte do século XX houve uma verdadeira guerra nos Estados Unidos entre os cristãos chamados de fundamentalistas e os liberais. A metodologia liberal reivindicava uma autonomia de pensamento e baseava-se na experiência individual, por isso mesmo houve ramificações significativas dentro do próprio liberalismo. O movimento dos liberais se desintegrou em pelos menos três grandes grupos. O principal e maior deles ficou com o nome de “liberais” e os outros dois formaram o que se conhece como neo-ortodoxia e neo-liberalismo. Isso explica por que, às vezes, uns liberais parecem ser contrários ao liberalismo. Outras teologias surgiram mais adiante motivadas por novos pensamentos liberais: a Teologia Relacional e o Teísmo Aberto, por exemplo.
O panorama das principais teologias desenvolvidas no século XX por alguns pensadores e os movimentos teológicos relacionados às suas ideias. O suíço Karl Barth (1886-1968) sugeriu que todo cristão deveria segurar a Bíblia em uma das mãos e o Jornal na outra. Foi capaz de lutar contra a força nazista, mas não resistiu às ideias kantianas. Em relação a Deus, Barth o apresentou como “o totalmente Outro”. Alguns o descrevem como “o maior teólogo do século XX”, e, talvez por isso tornou-se parâmetro para muitas ideologias que se seguiram. Os irmãos Reinhold e Richard Niebuhr foram os representantes da neo-ortodoxia nos Estados Unidos. O alemão Rudolf Bultmann (1884-1976) considerou a cosmologia neotestamentária obsoleta, e, propôs uma desmitologização da mensagem do Novo Testamento. Ele fez uma distinção entre o “Jesus Histórico” e o “Cristo Kerigmático” baseando-se no pensamento de Kant que distinguia um Jesus Fenomenal de um Cristo Noumenal. Paul Tillich (1886-1965) tentou estabelecer uma “correlação” entre filosofia e teologia. Embora inacabada, a obra deixada por Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) chamada de “Teologia Secular”, sugere que os cristãos deveriam deixar de ser religiosos, afinal a humanidade havia atingido a maioridade e Deus - na forma da religião tradicional - não era mais necessário. O pastor batista William Hamilton aliado a Thomas Altizer (1927-) defenderam que “Deus está morto”. Essa “morte” iniciou-se na desintegração da Trindade quando, para eles, Jesus se esvaziou totalmente da divindade (Teologia Kenótica). Na Teologia do Processo de John B. Cobb Jr. (1925), Deus não está no controle, mas age em parceria com a humanidade, seduzindo-a para a construção de um futuro que está aberto. No Peru, o sacerdote católico Gustavo Gutiérrez (1928-) tentou reconstruir a doutrina da salvação, transformando-a numa teologia de libertação da opressão social e marginalização dos pobres (Teologia da Libertação). No mesmo sentido, a feminista americana Rosemary Ruether (1936-) defendeu uma teologia que exorciza a “dominação da mulher pelo homem”. John Hick (1922-), em sua defesa do pluralismo religioso numa teologia global, rejeitou a divindade de Jesus e afirmou que outras religiões são meios legítimos de salvação. O ecumênico Lindbeck afirma que a doutrina encontrada na narrativa bíblica deve “atuar de maneira reguladora na comunidade de fé” (p.242).
Há, portanto, uma cadeia de ideias, senão um emaranhado de pensamentos inter-relacionados entre os teólogos do século XX. Observo a influência de Barth no pensamento dos irmãos Niebuhr; o método de correlação de Tillich e a libertação dos oprimidos de Gutiérrez nas ideias de Ruether. Além disso, num estudo mais profundo, é fácil notar a influência de pensadores seculares na formação dessas teologias. Heidegger provocou em Bultmann uma cristologia existencialista; Nietzsche ajudou a Hamilton e Altizer “matarem Deus”; a análise social de Marx é decisiva na práxis libertadora de Gutiérrez; Kant e Wittgenstein influenciaram o desenvolvimento da hipótese pluralista de John Hick. Essas teologias de raízes liberais são distorções que se arrastam a pelo menos trezentos anos, partindo da Europa para os Estados Unidos. Essas heresias chegaram ao Brasil há pouco mais de duas décadas. Faz-se necessário, portanto, conhecer um pouco mais sobre essas teologias, pedir discernimento ao Espírito Santo de Deus e decidir sobre o que cremos e praticamos.

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[1] Berkhof, Louis. Teologia Sistemática, Ed Cultura Cristã, S Paulo, 2010.
[2] Aguiar, Rossi. Apostila Doutrina da Salvação, 1999
[3] Shedd, W.G.T. Teologia Sistemática Tomo 1, Ed Teológica, 2009
[4] Tillich, Paul. Teologia Sistemática, Ed Teológica, S Paulo 2010.
[5] Ferreira, Julio Andrade. Antologia Teológica, Fonte Editorial, 2005
[6] Karl Barth, Evangelical Theology: An Introduction (Grand Rapids: Eerdmans, 1963).
[7] Grudem, Wayne. Manual De Teologia Sistemática, Ed Vida, 2001.
[8] Friedrich Schleiermacher, A Fé Cristã. Ed Fonte Editorial.
[9] ROLDÁN, Alberto Fernando. Para que serve a Teologia? Curitiba: Descoberta, 2000.
[10] González, Justo L. Retomo à história do pensamento cristão : três tipos de teologia  ; [tradução José Carlos Siqueira], - São Paulo : Ed Hagnos, 2011.
[11] Novo Dicionário de Teologia Bíblica, eds. TD Alexander e Brian S. Rosner
[12] 1 J. Goldingay, O estudo da Teologia do Antigo Testamento: Seus objetivos e Propósito
[13] Walter A. Elwell, editor Dicionário Evangélico de Teologia
[14]  Charles C. Ryrie Teologia Bíblica do Novo Testamento
[15] Veja a discussão de Ryrie, Teologia Bíblica do Novo Testamento; e Geerhardus Vos, Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamento.
[16]    Roy B. Zuck, editor Eugene H. Merrill, editor consultor  TEOLOGIA ANTIGO TESTAMENTO; Ed CPAD, RJ 2009.

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