domingo, 21 de junho de 2020

ECLESIOLOGIA: OS DESAFIOS DA IGREJA NO SÉCULO XXI


Quando a Igreja é de fato diferente do mundo, ela invariavelmente o atrai. É nesse momento que o mundo começa a prestar atenção a sua mensagem, embora possa, em um primeiro momento, odiá-la.

D. Martin Lloyd-Jones

INTRODUÇÃO

Quando estudamos a história da teologia descobrimos que de momento a momento uma doutrina entra em crise, ganhando notoriedade no debate teológico, muitas das vezes promovidas por situações hermenêutica, ou na busca de definir seu conteúdo.

O que não se pode negar é que toda apostasia começa com uma mudança na mente e no coração, uma progressiva transformação que vai corroendo as convicções e minando as resistências mentais e espirituais, até que uma completa metamorfose — para fora da fé — venha a ocorrer. Uma vez transformado, o apóstata se empenha em oferecer justificativas, quer apelando para o argumento de que as revoluções são algo natural e desejável, quer rompendo abertamente com alguns pontos centrais do cristianismo histórico, nos quais antes acreditava. O próximo passo é assumir um estado de perpétuo abandono das verdades bíblicas, aliado à total carência de fundamentos em que possa sustentar suas convicções. Precisamos ficar com o lema da Reforma, segundo o qual a Igreja está constantemente se reformando e, com ela, seus membros. Todavia, há que se ressaltar que isso sempre se dá à luz da Palavra de Deus.

Sempre ocorreram no seio da igreja controvérsias, oposições a fé cristã, e isto já ocorria no tempo apostólico, e perduro na estrada percorrida da história da igreja, o mesmo ocorre atualmente, nesta primeira parte veremos algumas das controvérsias que a igreja enfrentou.

Uma das primeiras controvérsias que encontramos podem se observada na epístola aos gálatas de Paulo, em que judeus ortodoxos exigiam a observação das tradições judaicas também entre os gentios. Depois vieram os docetismos, gnosticismo, Ireneo, bispo de Lião, que viveu durante a segunda metade do século II, ressaltou que o apóstolo João escreveu seu Evangelho com o propósito específico de refutar os pontos de vista docetistas do líder Cerinto. Nas suas epístolas, João ainda mais claramente adverte contra a heresia do docetismo, a cujos mestres define como “anticristo” (1Jo 2:18-26; 4: 1-3, 9, 14; 2Jo 7, 10). Pedro e Judas combatem também falsos ensinadores, havia aqueles que negavam as promessas divinas IIPe 3.

Monarquianismo

O monarquianismo (Lit. um “monarca” é um “governante único”) fazia ressaltar a unicidade da Deidade. Foi uma reação contra os muitos deuses dos gnósticos e contra os dois deuses de Marcion. Porém, como movimento reacionário, o monarquianismo foi ao extremo oposto, e como resultado, tornou-se uma heresia que a igreja se viu em necessidade de condenar. Segundo Nicholl (1992), a ênfase do monarquianismo serviu, até certo ponto, para eliminar da igreja os ensinos gnósticos. Porém, essa solução teria trazido quase tanto mal como a heresia que buscava combater. A luta contra o monarquianismo começou para fins do século II e continuou até os dias do século III. Houve duas classes de monarquianos: os dinamistas (termo que provém de uma palavra grega (dínamos) que significa “poder”), os quais ensinavam que um poder divino animava o corpo humano de Jesus[1], e os modalistas, que concebiam um Deus que se revelou em diferentes formas.

Nos dias do século III, Orígenes propôs a teoria da “geração eterna”. Segundo ela, só o Pai é Deus no sentido mais excelso. De acordo com Orígenes, o Filho é coeterno com o Pai, mas é “Deus” só em um sentido derivado. Orígenes acreditava que a alma de Cristo preexistiu, mas foi diferente de todas as outras por ser pura. O Logotipos, ou Verbo divino, cresceu em indissolúvel união com a alma humana de Jesus. Distinguindo entre theós (Deus) e ho theós (o Deus) de João1:1,[2] Orígenes chegou à conclusão de que o Filho não é Deus em um sentido primitivo e absoluto, podendo ser “Deus” só em virtude de ter recebido um grau secundário de divindade que poderia chamar-se theós, mas não ho theós. Ficaria, pois, Cristo na metade do caminho existente entre as coisas criadas e as que não o são.

Arianismo.

No início do século IV Ário, um dos líderes da Igreja da Alexandria, aceitou a teoria do Orígenes quanto aos Logotipos, embora não reconhecesse nenhuma substância intermediária entre Deus e os seres criados. Em razão disso, deduziu que o Filho não é divino em nenhum sentido da palavra a não ser estritamente uma criatura, embora a mais excelsa e primeira de todas, e que por isso, houve um tempo quando não existia. Ensinava também que só há um Ser (o Pai) a quem lhe pode atribuir uma existência atemporal, que o Pai criou ao Filho de um “nada” e que antes de ter sido gerado por um ato da vontade do Pai, o Filho não existia. Para Ário, Cristo tampouco era verdadeiramente humano porque não tinha uma alma humana, nem era verdadeiramente divino, porque lhe faltava a essência e os atributos de Deus.[3] Simplesmente, era o mais excelente de todos os seres criados. O homem Jesus, foi eleito para ser o Cristo em virtude de seu triunfo, que Deus reconheceu mediante sua submissão.

A controvérsia ariana foi motivo da reunião do Primeiro Concílio de Nicéia, em 325 d.C. Nesse Concílio, Atanásio se apresentou como “o pai da ortodoxia”, ao sustentar a fé na existência eterna de Jesus Cristo e Este que era da mesma essência do Pai. Aplicando a Cristo o termo homoóusios, (“mesma substância”), o Concílio afirmou sua crença de que ele é da única e mesma essência com o Pai. O Concílio também declarou anátema ao arianismo e declarou que não negava a unidade da Deidade quando defendia a Trindade, nem negava a Trindade quando defendia a unidade. Por isso, o Credo de Nicéia afirma que o Filho é do Pai Luz de Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai. Abaixo, um transcrito de parte do Credo niceno:[4]

Nestorianismo.

Após o Concílio de Constantinopla, a atenção da igreja se voltou para o aspecto cristológico do problema da natureza e pessoa de Cristo. Tentou-se definir a natureza do elemento divino e do elemento humano em Cristo, e declarar a relação entre os dois. Como podiam coexistir duas naturezas pessoais em uma única pessoa?[5]

Essa fase da controvérsia se centralizou em duas escolas teológicas opostas, uma em Alexandria e a outra em Antioquia da Síria. Ambas reconheciam a verdadeira unidade da divindade e da humanidade em uma única pessoa: Jesus Cristo. A escola de Alexandria ressaltava a unidade das duas naturezas, mas destacava a importância da Deidade, ao passo que a escola da Antioquia ressaltava a distinção entre as duas naturezas e destacava a importância do aspecto humano. Os adeptos de Antioquia sustentavam que a divindade e a humanidade se relacionaram em uma coexistência constante e em uma cooperação, sem fundir-se realmente. Separavam as duas naturezas na pessoa de Cristo, declarando que não houve uma união completa a não ser só uma associação permanente. Faziam uma distinção radical entre Cristo como o Filho de Deus e Cristo como o Filho do homem, e reconheciam em forma mais clara a natureza humana. Concebiam a unidade das duas naturezas como se tivesse realizado mediante a unidade das vontades respectivas. Preservavam a realidade e a integridade da natureza humana de Cristo, mas colocavam em perigo a unidade da pessoa. Era uma união imperfeita, incompleta, indefinida e mecânica, na qual as duas naturezas não estavam realmente unidas em uma só pessoa dotada de consciência.[6] Por outra parte, os alexandrinos concebiam uma compenetração milagrosa e completa das duas naturezas, havendo-se fundido a humana com a divina e havendo-se subordinado aquela a esta. Dessa maneira, Deus entrou na humanidade, e por meio dessa união da Deidade e da natureza humana se fez possível que Cristo levasse a humanidade de novo a Deus.

O choque das duas escolas chegou a seu clímax na controvérsia nestoriana, a princípios do século V. Nestório de Antioquia aceitava a verdadeira divindade e a verdadeira humanidade, mas negava sua união em uma só pessoa autoconsciente. O Cristo dos nestorianos é em realidade duas pessoas que desfrutam de uma união moral afim. Entretanto, nenhuma delas está decisivamente influenciada pela outra. A Deidade não se humilha; a humanidade não se elogia. Há um Deus e há um homem, mas não há um Deus-homem.

O terceiro Concílio Ecumênico da igreja se reuniu no Éfeso, em 431, com o propósito de decidir a controvérsia existente entre as escolas da Antioquia e Alexandria. O concílio condenou ao Nestório e seus ensinos, mas não considerou necessário redigir um novo credo que substituísse ao Credo Niceno.[7] Em realidade, nada se decidiu nem realizou, exceto ampliar a brecha, e a controvérsia resultante tomou tais proporções que ficaram a um lado todos os outros problemas doutrinais.

Monofisismo.

Algum tempo após o Concílio de Éfeso outra teoria conhecida como monofisismo, ou eutiquianismo surgiu na Igreja. Esta se caracterizou por apresentar uma perspectiva de Cristo contrária ao nestorianismo. Seu principal expositor era Eutiques. Ele sustentava que a natureza humana original do Jesus se transformou na natureza divina no instante da encarnação, e com o resultado, o Jesus humano e o Cristo divino chegaram a ser uma só pessoa e uma só natureza. Afirmava a unidade da autoconsciência, mas segundo ele, as duas naturezas estavam fundidas de tal maneira, que, na prática, perdiam sua identidade individual. Em 451 d.C. se reuniu o Concílio da Igreja em Calcedônia com o propósito de se declarar acerca do nestorianismo e do monofisismo, e condenou a ambos. Tanto Nestório como Eutiques rejeitaram a decisão do Concílio, dando lugar a seitas independentes do Cristianismo da mesma maneira que Ário havia feito alguns anos antes.[8]

O Concílio da Calcedônia também afirmou a perfeita divindade e a perfeita humanidade de Cristo, sua mesma substância com o Pai quanto a sua natureza divina e consubstancial conosco quanto a sua natureza humana, mas sem pecado. O Concílio preservou a identidade de cada natureza e declarou que as duas eram distintas, sem mescla, imutáveis, indivisíveis, e inseparáveis. Além do mais, reconheceu a divindade, e não à humanidade, como a base da personalidade de Cristo. Pelo fato da pessoa de Cristo ser uma união de duas naturezas, se propôs que o sofrimento do Deus-homem foi em verdade, infinito; sofreu em sua natureza humana e não em sua natureza divina, mas a paixão foi infinita pelo motivo de que a sua pessoa é infinita.

Como resultado do Concílio da Calcedônia, o cisma no Oriente se intensificou. Finalmente, o imperador Justiniano, convencido de que a segurança do império requeria uma solução do problema, enclausurou permanentemente as escolas da Antioquia e Alexandria, os dois centros de controvérsia. No Segundo Concílio de Constantinopla, em 553, a igreja decidiu suprimir pela força o monofisismo, o qual se converteu em um cisma permanente e persistente até hoje em dia em seitas cristãs tais como os jacobitas, os coptos e os abisinios. Confirmando o Símbolo de Calcedônia, a Igreja realizou uma distinção definitiva entre a ortodoxia e a heterodoxia. Essas cristologias têm sido denominadas de descendente e ascendente.[9]

O que poderíamos falar dos Reformadores? Suas distintas ênfases ajudaram a expandir o todo teológico do movimento iniciado nas portas do Castelo de Wittenberg. Quantas questões discordavam Lutero, Calvino e Zwinglio?[10] E os arminianos com os calvinistas, no século XVII? Sem as tensões típicas das diferentes escolas soteriológica não teríamos talvez hoje a Remonstrância.

Humanistas e Reformadores. Luteranos e Pietistas. Arminianos e Calvinistas. Anglicanos e Puritanos. Anglicanos e Metodistas. Ortodoxos e Liberais. Progressistas e Fundamentalistas. Neo-ortodoxos e Evangelicais. Conservadores e Modernistas. Tradicionais e Pentecostais. Cessacionistas e Contemporanistas. Neopentecostais e missionais. Denominacionalistas e desigrejados. Podemos ainda acrescentar os dispensacionalístas e os amilenistas, a teologia da substituição, relação Israel e a igreja. Quem irá negar o fato que foi dessas ambivalências que a teologia cristã foi construída paulatinamente?

Até mesmo o polêmico e controvertido liberalismo teológico alemão que é herético em muito de suas premissas, trouxe contribuições, pois exigiu um reposicionamento da igreja em afirmar pontos fundamentais da fé e que seriam importantíssimos diante de todo um cenário de caos, desesperança e cinismo que assolariam o mundo no século XX. Se com a couraça da ortodoxia e do fundamentalismo a igreja sofreu importantes baixas com o advento da pós-modernidade, imaginemos o que aconteceria sem estes movimentos e suas variações. Sem saber, e sem querer, o liberalismo ajudou a teologia conservadora a se preparar para o mundo moderno que se aproximava na aurora do século XX.

Neste século XXI o grande dilema teológico se foca dentro da Eclesiologia, começa-se a debater o papel, e relevância da igreja no modelo tradicional como a encontramos, no primeiro grupo discute-se suas doutrinas, seu posicionamento diante do mundo pós-moderno, no segundo grupo destina-se a analisar seu comportamento que descarta a estrutura de sua condição, uma liderança, e até mesmo se há a necessidade de possuir um local para celebração de seus cultos, e por fim o terceiro grupo que transforma a igreja numa fonte exclusiva de renda, não se preocupando com ensinos, doutrinas, pois em suas programações não encontramos um momento de encontro de ensino, e nem uma declaração de sua crença doutrinária.

Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor a atitude de outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas, doutrinárias e práticas. Considera-se desamor tudo aquilo que envolve a exposição, a discussão e o confronto de opiniões alheias. Essa postura reflete o sentimento pluralista e relativista que permeia a mentalidade evangélica de hoje e que toma como ofensivo todo confronto de ideias no que se refere a teologia. Perdeu-se a virilidade teológica. Vivemos dias de frouxidão, nos quais proliferam os que tremem diante de uma peleja teológica.

 

CAPÍTULO PRIMEIRO AS IGREJAS EMERGENTES

"Um niilista é um homem que não se curva ante qualquer autoridade; nem aceita nenhum princípio sem exame, qualquer que seja o respeito que esse princípio envolva".

O primeiro movimento que iremos analisar no contexto contemporâneo, que estamos presenciando relativo a igreja é a das Igrejas Emergentes.

Igreja Emergente é um grupo de pastores que no seu início viveram uma fé ortodoxa, estudaram com os melhores professores e nas melhores faculdades teológicas, mas não souberam enfrentar, e consolidar esta teologia e seus ministérios a novas tendências filosóficas, estamos nos referindo ao pós-modernismo, e por isto, rompem com suas concepções, acreditando serrem ultrapassadas, para uma nova abordagem, e com isto, refazem suas convicções, adaptando-as a estas novas tendências sociais.

Este movimento começou nos na Inglaterra mas foi nos EUA que surgiram seus principais defensores, entre eles podemos citar  Brian McLaren, Doug Pagitt, Tony Jones, Rob Bell, Tony Campolo, Steve Chalke, Peter Rollins, Dan Kimball, Richard Rohr, Phyllis Tickle, Spencer Burke e outros.

O termo que a denomina ‘Igreja Emergente’ vem por Karen Ward (Igreja dos Apóstolos, Seattle), quando ela criou um site na Internet denominado Emerging Church.org., como o próprio nome sugere, a igreja emergente consiste em grande parte de cristãos envolvidos (ou anteriormente envolvidos)[11] nas igrejas evangélicas predominantes que "emergiram" de ideologias preexistentes e estruturas da igreja.

Movimento da Igreja Emergente, que ao invés de sustentar a ortodoxia tradicional do Cristianismo, está procurando ajustar a cosmovisão cristã ao pluralismo relativista da pós-modernidade, criando uma religião híbrida e amigável ao extremo.[12] Os emergentes possuem como mérito o despertar de aspectos cristãos que algumas denominações simplesmente esqueceram, como por exemplo, a prática do Evangelho, a comunicação do Reino de Deus fora das paredes da igreja, as boas obras para todo e qualquer ser humano, amando-o acima de dogmas e tradicionalismos religiosos. A igreja Emergente se converte cada vez mais ao liberalismo teológico, e todas as suas prerrogativas, como veremos.

Menos palavras - Mais adoração - Já deve ter ficado claro que a Igreja Emergente está mais embasada na experiência do que na Bíblia. Além disso, na Igreja Emergente a Palavra de Deus ocupa uma posição secundária na adoração a Deus. Conquanto a adoração seja uma parte muito importante na fé cristã, alguns problemas poderiam ocorrer se a adoração superasse a pregação da Palavra? Dan Kimbal não pensa assim. Ele vê uma nova geração de adoração que é essencial na Igreja Emergente. Numa seção do seu livro com o sub-título “Adorando Verdadeiramente num Ajuntamento de Adoração”, ele escreve: “Deveríamos voltar a uma aproximação sem barreiras da adoração e do ensino, de modo que, quando nos ajuntarmos, não haja dúvida de que estamos na presença de Deus. Creio que tanto os crentes como os incrédulos em nossa cultura emergente estão famintos por isso. Não através da Apologética séria, nem da Exegese cuidadosa, da pregação expositiva ou de grandes grupos de adoração... As gerações emergentes têm fome de experiências com Deus”.

Livro de importância para a Igreja Emergente, de autoria de Brian McLaren é “A Igreja do outro lado”. Tal livro mostra a aversão da Igreja Emergente pela Teologia Sistemática, Apologética Tradicional e organização eclesiástica. Comportamento explicado pelo sociólogo madrilense Corbí em que a sociedade contemporânea deseja construir uma espiritualidade, que ele a denomina ‘laica’, em que acompanha as modificações do mundo pós-moderno, que se constrói na total ausência de axiológica. Corbí declara que toda necessidade leva a uma submissão, e neste caso uma submissão religiosa. No desejo de se afugentar desta submissão, a sociedade se silencia, mas não tira com isto a anseio espiritual, e nesta batalha, a sociedade escolhe sua liberdade, mas cria uma angústia.

Pois a religião está impregnada de valores, métodos, doutrinas, ritos, pois estas  fazem parte do cerimonial, da liturgia religiosa, por isto para Corbí conclui que a religião só alcançara esta sociedade se esta abdicar de seus valores, de seus ritos e de suas crenças, uma kenosi existencial, para adquirir esta sociedade no seu convívio, e é isto que os emergentes praticam, e colaboram com uma espiritualidade laica, conforme Corbi, ou uma espiritualidade secular conforme Vattimo.

Os recintos muito iluminados e alegres devem ser escurecidos, pois a penumbra é favorável à sensação de espiritualidade. O ponto focal do culto, que antes era o sermão, deve ser mudado, de modo que passe a ser uma experiência holística. O uso da moderna tecnologia, antes usada para o apelo contemporâneo, deve ser mudado, de modo que os frequentadores da igreja possam experimentar o antigo e o místico (devendo a moderna tecnologia ser usada para esse fim).

Adotando o Pós-modernismo: pós-modernidade propriamente dita tem origem nas primeiras décadas do século XX, e seu impacto maior ocorreu nas últimas décadas. O fenômeno teve início nas artes, inicialmente na arquitetura, e depois teve espaço ampliado na cultura geral. O impacto maior na sociedade se deu por influência da mídia. O cinema, a televisão e a internet são seus principais meios de disseminação, porém não os únicos. Esse novo modelo de ser já criou uma nova cultura que desafia o jeito tradicional de ser igreja.

Essa nova cultura manifesta algumas tendências tais como: culto ao ecossistema, desespero humanista, irracionalismo, misticismo, relativismo, existencialismo, pluralismo e predomínio do artístico. Tudo isso traça um perfil distinto de uma nova realidade que precisa ser mapeada, compreendida e enfrentada, pois o grande desafio para os cristãos é “ser igreja” em meio a essa nova cultura.

É realidade que nossa tradição evangélica histórica foi moldada pela mentalidade moderna, tanto na teologia, quando na eclesiologia. Essa igreja histórica, e um tanto quanto “sarcófaga”, sente em diversos aspectos o seu descompasso com esta nova geração pós-moderna. Urge tornar a mensagem bíblica relevante para esta nova geração. Todavia, a questão é muito melindrosa e complexa. O desafio é: como ser igreja em meio ao pós-modernismo? Como construir uma teologia desprendida da modernidade que não se atole no lamaçal do relativismo absoluto da pós-modernidade?

O pós-modernismo adota a desconstrução, que implica na subversão, na descentralização de qualquer origem perceptível de discursos autoritativos associados a ‘metanarrativas’, isto é, macroestruturas teóricas como, por exemplo, sistemas filosóficos ou teológicos. As metanarrativas são desconstruídas através de uma ‘arqueologia do conhecimento’ e de uma tipologia dos discursos. O pós-modernismo rejeita e busca desconstruir qualquer noção de verdade que se proponha unitária, absoluta, universal, ou mesmo coerente, daí adotam uma epistemologia ‘niilista’.

Para ele, a igreja precisava aprender a falar uma linguagem totalmente nova, com o fim de alcançar a geração pós-moderna. Só uma mudança de estilos de culto não mais seria suficiente para alcançar a nova geração. Confirmando essa perspectiva, uma das obras de Mclaren reivindica “um novo tipo de cristão”, o cristão pós-moderno.

McLaren apela claramente aos cristãos a que abracem o pós-modernismo e se adaptem à maneira pós-moderna de pensar. Dentro desse espírito, para alguém ser emergente ele deve negar, inclusive, a necessidade de uma declaração de fé e qualquer forma que sugira um dogma comum.

Pluralismo: Grande parte das obras escritas pelos líderes emergentes demonstra o tipo de pluralismo desejado. O subtítulo do livro de McLaren, Ortodoxia Generosa, revela o espírito que projeta a sua teologia: Por que sou um cristão missional, evangélico, pós-protestante, liberal-conservador, místico-poético, bíblico, carismático-contemplativo, fundamentalista calvinista, anabatista-anglicano, metodista, católico, verde, encarnacional, deprimido-mas-esperançoso, emergente e inacabado.

Protesto: A marca do pluralismo leva o movimento emergente a uma posição de protesto. Praticamente toda a sua liderança vem de dentro da base do cristianismo evangélico tradicional e fundamentalista e manifesta o seu descontentamento com a instituição de origem.

O próprio nome da igreja de Kimball reflete essa ideia, pois Vintage significa algo genuíno, de qualidade, em oposição à igreja “enlatada” e supostamente não genuína do século 20. Para McLaren o que os evangélicos precisam é do novo cristão, de uma nova forma de seguir a Jesus que emerge dos escombros do cristianismo dividido por lutas teológicas, da negligência das responsabilidades sociais e da tirania do capitalismo conservador da modernidade.

Esse perfil de protesto marca o movimento como desconstrucionista. A igreja evangélica no final do século 20 precisa ser desconstruída para ser reconstruída, a começar dos conceitos de verdade absoluta que a mesma mantém.

Humanismo em vez de discipulado: demonstram uma intensa preocupação com os incrédulos e uma considerável eficiência no alcance de não-cristãos. Por outro lado, as ênfases tendem a levar os grupos a uma relação extremamente horizontal, na qual a pregação do evangelho e a ação social, por exemplo, tornam-se indistintas e os discursos quase que se confundem, em nova embalagem, com os da teologia da libertação. Assim sendo, a ação social, como ato de amor, já é pregação e pode dispensar a proclamação.

Universalismo: A fé cristã missional afirma que Jesus não veio tornar algumas pessoas salvas e outras condenadas. Jesus não veio ajudar algumas pessoas a serem corretas enquanto deixa todas as demais erradas. Jesus não veio para criar outra religião exclusiva – o judaísmo estando exclusivamente baseado na genética e o cristianismo estando baseado exclusivamente na crença (o que pode ser um requisito mais difícil do que a genética).

Inclusivismo: Interpretam a questão homossexual nas Escrituras como aspecto cultural, e não ético e doutrinário, por isto apoiam, e realizam casamentos homossexuais. O Homossexualismo é um fato na sociedade contemporânea. O homossexual deve ser respeitado como ser humano, sendo repulsiva toda e qualquer forma de violência contra o cidadão seja por palavras ou ações. Os homossexuais, assim como todo e qualquer cidadão, diante da lei têm seus direitos e deveres. Entretanto, perante as premissas bíblicas, tais práticas são consideradas pecaminosas, e a cultura secular não deve se infiltrar na igreja a ponto do cristianismo passar a encarar esta prática como normal e aceitável. Uma ditadura gay tenta ser implantada no mundo, sob o falso pressuposto de homofobia, onde o que de fato se observa é o levantar da bandeira heterofóbica por parte das militâncias homossexuais.

Igreja Emergente no Brasil segue passos um pouco diferentes da igreja americana. Os Emergentes no Brasil estão aparecendo cada vez mais inseridos em igrejas novas ou velhas, mas que abriram as portas para a filosofia relativista da pós-modernidade. Como praticamente tudo que vem de fora encontra solo fértil na mentalidade espiritualista consumista do brasileiro, não é de se estranhar que esta moda ainda venha a se manifestar de modo intenso nos próximos anos.

 

CAPÍTULO SEGUNDO IGREJAS SEM DOUTRINAS

“Doutrina não dá dinheiro” Bispo de uma denominação neopentecostal.

O movimento denominado Neopentecostal tem desenvolvido uma escolha que está se transformando numa perigosa condição aos cristãos, principalmente ao neófito, pois este se aproxima do cristianismo sem contato nenhum com as Escrituras, e com seus princípios éticos e doutrinários, e permanece desta forma, pois deliberadamente a denominação optou por não desenvolver em sua rotina de encontros cúltico, um momento de se fazer, e estudar as Escrituras doutrinariamente, com isto, como explica LOPES “ Hoje os evangélicos têrn dificuldades de delinear os limites do verdadeiro cristianismo e manter as portas fechadas para heresias”[13].

Umas das razoes que apontaríamos como um abandono de não mais reservar um dia da semana para estudar as doutrinas bíblicas, foi que muitos movimentos pentecostais, por rejeitar a instrução teológica formal, seus líderes não tinham conhecimento dos assuntos teológicos, e nos seus encontros confundiram cultura com doutrina, principalmente roupas, cabelos, adereços pessoais, etc. não os princípios teológicos bíblicos. Com isto gerou uma repugnância aos denominados cultos de doutrina.

Entretanto certos movimentos descartaram deliberadamente este tipo de culto, pois nele observou baixa frequência da sua membresia, com isto substituíram por cultos de auto-ajuda, de libertação com ênfase profética, a distorcida teologia da prosperidade, pois este tipo de chamada é mais atraente e convidativo, aumente a frequência, e também a renda da igreja. Culturalmente o brasileiro não é dado ao estudo, e este comportamento pode ser refletido nos cultos de doutrina, por isto a sua baixa frequência.

A consequência deste comportamento é corretamente explicada por LOPES:

Os evangélicos passaram a adotar o não-exclusivismo como principio. Iniciaram com isso uma abertura para a pluralidade doutrinaria. a multiplicidade de eclesiologias e o relativismo moral. Sem que dispusessem de qualquer instrumento poderoso o suficiente para ao menos identificar o que estivesse em desacordo com os pontos cruciais.

Antes de continuarmos precisamos rever a origem do pentecostalismo brasileiro, historicamente há duas origens pentecostais no solo brasileiro, primeiro a Congregação Cristã no Brasil (1910) e no ano seguinte  Assembleias de Deus (1911), FRESTON identifica basicamente três ondas pentecostais brasileira[14], a primeira a implantação, desta duas matrizes a Assembleia de Deus é a que mais influenciará no pentecostalismo no Brasil.

 A segunda onda pentecostal ocorreu na década de 50 e início dos anos 60, quando houve uma fragmentação do campo pentecostal e surgiram, entre muitos outros, três grandes grupos ainda ligados ao pentecostalismo clássico: Igreja do Evangelho Quadrangular (1951), Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962), todas voltadas de modo especial para a cura divina. Essa segunda onda coincidiu com o aumento do processo de urbanização do país e o crescimento acelerado das grandes cidades. Podemos observar que a Quadrangular traz uma nova matriz pentecostal com ênfase da cura, enquanto a da Assembleia a glossolalia.

A terceira onda histórica do pentecostalismo brasileiro começou no final dos anos 70 e ganhou força na década de 80, com o surgimento das igrejas denominadas “neopentecostais”, com sua forte ênfase na teologia da prosperidade. Sua representante máxima é a Igreja Universal do Reino de Deus (1977), mas existem outros grupos significativos como a Igreja Internacional da Graça de Deus (1980).

Uma importante precursora dos grupos neopentecostais foi a Igreja de Nova Vida, fundada pelo canadense “bispo” Robert McAllister, que rompeu com a Assembleia de Deus em 1960. Essa igreja foi pioneira de um pentecostalismo de classe média, menos legalista, e investiu muito na mídia. Foi também a primeira igreja pentecostal a adotar o episcopado no Brasil. Sua maior contribuição foi o treinamento de futuros líderes como Edir Macedo e seu cunhado Romildo R. Soares.

Poderíamos ainda ressaltar um quarto movimento pentecostal, que seriam as comunidades, com o pentecostalismo entrando nos bairros mais sofisticados muitos de seus membros não concordaram com as exigências rigorosas dos costumes, pessoas mais viajadas, e com nível maior de educação, contemplaram em outros países um pentecostalismo tão avivado como no Brasil, mas com abertura dos trajes, e perceberam a dissociação de um com o outro, tentaram trazer esta realidade ao seu meio inicialmente, vendo que não seriam atendidos, rompem e começam a procurar seu espaço, e criando assim as diversidades de denominações pentecostais, com ênfase maior um louvor espontâneo, surge o ‘ministério de louvor’, apegam-se a novidades como ‘Batalha Espiritual’, ‘Quebra de Maldição’, ‘prosperidade’ etc. Não dando importância a glossolalia, ou culto de cura.

Este movimento trouxe um entendimento de independência convencional, atualmente inúmeras igrejas estão se desligando de suas convenções, seja pastoral, seja denominacional, mas mantendo o nome denominacional que pertenceram em seus letreiros, com a ressalva ‘Ministério ...’ .

Outro ponto que vale ressaltar seria o título de neopentecostais, que BUTIM entende que não deveria ser conhecidos com esta alcunha, pois tais movimentos negam veementemente os dons espirituais, concordamos totalmente. Outro fator que queremos levantar é a distinção da terceira onda para a quarta, enquanto a terceira onda tem uma ênfase no exorcismo, a quarta na ‘Batalha Espiritual’ sem confronto direto ficando apenas no campo da hipótese, popularizada nos encontros com Neuza Itioka[15], Daniel Mastral.

A segunda diferença é que a terceira onda vive um mercantilismo da fé, vendendo objetos tidos como sagrados e com poderes sobrenaturais, enquanto o outro não utiliza destas armadilhas, mas ambas defendem uma prosperidade ao fiel contribuinte. Outro fator de distinção dos dois movimentos seria que o grupo da terceira onda não se preocupa com uma organização eclesiástica, não desenvolvendo departamentos em suas igrejas, o movimento da quarta onda já tem uma preocupação da descentralidade das funções, desenvolvendo os departamentos da igreja.

Principais Equívocos Deste Movimento:

1) Tem produzido inúmeros choros, gemidos, lágrimas, e pouca transformação pessoal e arrependimento de pecado, certas doutrinas desapareceram de nossos púlpitos, e com isto geramos poucos conversos. A conversão está associada a benção, triunfalismo, vida vitoriosa, e outras situações, e não mais convicção de pecado e a busca pela salvação em Jesus.

2) Miragens e delírios, no nosso meio pentecostal observamos abusos de experiências sobrenaturais, galinhas profetizando, galo interpretando, pessoas que já foram várias vezes a inferno e ao céu, livros que apresentam esta temática é dissecada, pessoas que se auto intitulam com poderes sobrenaturais, poder de cura, cirurgia durante o culto, exorcismo com entrevistas, como se o demônio pudesse dizer algo interessante, coisas que envergonha o verdadeiro pentecostal.

3) O desejo de liderar, impregnado do espírito messiânico, repletos de esforço de mandar, controlar, enchendo de títulos ‘Ungidos’, ‘Anjo da igreja’, ‘Apóstolos’, ‘Pai Apostólico’ etc. como garantia de tornar seu ministério irrefutável e inquestionável, donos da verdade, suas palavras estão acima das Escrituras.

4) Confusão do exercício ministerial da vocação a profissão. Existem denominações pentecostais que já há muito tratam seus pastores como simples empregados. São assalariados e o seu vínculo com a comunidade ou denominação é extremamente profissional. São tratados como executivos de uma multinacional que gerenciam uma grande empresa ou uma filial da mesma. Dessa forma, o seu vínculo com a comunidade é extremamente profissional, tendo como fator preponderante a produção de resultados. Eles são remanejados quando as metas financeiras estipuladas pela diretoria geral para aquela área, comunidade ou igreja não é alcançados, ou promovidos a postos mais elevados se este tem o poder de persuasão enriquecedora, manipuladores, tendo como objetivo apenas a arrecadação de dinheiro. Como Gonçalves afirma “Não demonstram mais uma atitude de ajustamento ao modelo de governo bíblico, mas uma forma de conferir status e destaque dentro do seu respectivo grupo”[16].

Com isto surge dentro da questão vocacional o preparo, não se busca neste tipo de pastor certas qualificações ministeriais, e habilidades teológicas, Gonçalves mais uma vez assertivamente coloca que “Quando o assunto é vocação pastoral, devemos observar o binómio: vocação-qualificação. Há o perigo de termos um ministro vocacionado, mas não qualificado como podemos tê-lo qualificado, mas não vocacionado. Somente um ministro vocacionado e qualificado pode exercer a contento e com êxito o ministério pastoral”[17]. Neste caso o que menos necessita de um pastor para executar estas tarefas é este preparo.

A) Um ministério legal, mas não moral.

B) Um ministério sacerdotal controlado pelas leis de mercado

C) Um ministério determinado pela posição e não pela unção.

5) Crise dualista Platônica: Platão acreditava que existia um mundo ideal, perfeito, do qual o nosso era apenas um cópia imperfeita. No seu famoso Mito da Caverna, compara as pessoas que vivem nesse mundo dos sentidos com as sombras das coisas reais. Nós seriamos apenas sombras ou cópias das coisas perfeitas! Sendo este mundo apenas sombra, qualquer tentativa de representá-lo, seria uma cópia e não a imagem exata.

O neopentecostalismo é uma cópia, ou uma tentativa de se copiar o verdadeiro pentecostalismo, usando de subterfúgios similares criam cópias, cópias estas imperfeitas, curas que analgésico resolveriam, imitações de glossolalia, cometendo verdadeiras heresias, verdadeiros teatro cheia de representações, imitação de Templos bíblicos, imitações dos objetos sagrados do tabernáculo, cantores se tornam levitas, pastores se tornam sacerdotes veterotestamentário, simulações de mover espiritual, pregadores se tornam profetas  da antiga aliança, pregadores pentecostais modernos possuem uma oratória rebuscada e sabem, de fato, mexer com as massas, contudo continuam sendo apenas réplicas, cópias imperfeitas do pentecostalismo bíblico. púlpito se torna altar, pentecostes moderno possui muita carne e pouco Espírito, muita fumaça e pouco fogo.

Verdadeiros manipuladores do ‘Fogo Estranho’, em recente declaração Dr. George O. Wood, pastor-presidente da convenção das Assembleias de Deus dos EUA, admitiu que existe “fogo estranho” entre os pentecostais. O incensário devia ser aceso, usando-se para isso brasas tiradas do próprio altar do sacrifício. Nadabe e Abiú (Lv. 10) acenderam seus incensários com fogo que eles mesmos produziram, e foram mortos.

E é isto que temos vistos em muito movimento pentecostal, manipulação do fogo divino, apresentando fogo estranho, e isto mata.

6) Nova Indulgências: O neopentecostalismo tem se tornado um ambiente mercadológico, vendas de objetos miraculosos, criando neles um simbolismo religioso sagrado, repleto de magia, capaz de reproduzir ações que o fiel necessita, em que seus esforços seriam incapaz de modificar, necessitando assim de ajuda e auxílio, por isto recorrem a símbolos que possam trazer fé, conforto, socorro sobrenatural.

O neopentecostalismo com isto se sustenta nesta composição inconsciente social do símbolo religioso, herdado de um catolicismo que também foi construindo seus símbolos repletos de magia, um sincretismo que através do tempo foi transformando o cristianismo uma religião de objetos sagrados, similar ao paganismo que expurgava de seu território, mas não conseguiu impedir sua influência na liturgia através do tempo.

A Reforma veio justamente condenar e denunciar estes exageros dentro do cristianismo, abolindo certos ritos, símbolos que criavam venerações, ofuscando a adoração ao verdadeiro Deus. O neopentecostalismo vem ressuscitando tais práticas, normatizando no protestantismo objetos, supostamente sagrados, e após serem orados, ou ungidos, tornam-se poderosos, eficazes de atenderem as necessidades dos fieis, ou dos emergentes famigerados do sistema, prometendo cura, prosperidade, exorcismo, e todo tipo de atendimento a necessidade daquele que o busca.

Sociologicamente a força do símbolo reside exatamente na possibilidade de que, por meio dele, sejam possíveis a comunicação intersubjetiva e o entendimento comum em torno do fato social. O poder simbólico costura o tecido social, conferindo significado à realidade em construção, Karen Armstrong explica que “o termo grego symballein significa ‘colocar junto’: dois objetos até então distintos se tornem inseparáveis. Quando contempla um objeto mundano a pessoa está, portanto, na presença de sua contrapartida celeste. Esse senso de participação no divino é essencial para a visão mítica do mundo: o objeto de um mito é tornar as pessoas mais conscientes da dimensão espiritual que os rodeia e faz parte natural da vida”. A linguagem simbólica – e não se trata de uma novidade – opera por analogias e por metáforas.

Com isto cria um aprisionamento psicológico, em que o fiel vai depositando no objeto sagrado sua confiança, e outro surge a atender nova demanda do fiel, aproveitando à situação crítica social, econômica e familiar, uma dependência necessária, a solução de suas preocupações e anseios, por isto se torna dependentes do sistema, o mesmo pode-se encontrar nas promoções dos supermercados, que prende o consumidor com uma promoção relâmpago, de tempo em tempo, impedindo deste de sair do ambiente, pois pode surgir uma promoção exatamente daquilo que precisa no consumo diário.

Desta forma o símbolo ganha forma mercadológica, desenvolvendo uma dependência do fiel psicologicamente desta denominação, que a todo o momento nasce uma campanha a atender suas necessidades. O subjetivismo simbólico construído desempenha seu papel manipulador, e opressor, no fiel, não ingênuo, mas que se vende voluntariamente, pois este pode dar a ele o que precisa, e necessita. Pois vê na religião a única capaz de reproduzir estas verdades, por que procurar uma escola, ou uma faculdade, entendendo que estas negam toda realidade sobrenatural no mundo em sua volta?

Assim a religião ganha força, e o neopentecostalismo, se torna o recurso ímpar desta sociedade carente, aflita, e desiludida com a realidade do mundo em sua volta. Pois o catolicismo, como também o espiritismo, perdem para estes promotores, pois a Reforma protestante desbancou a igreja católica, e o da religião de origem africana foi envergonhada em seus cultos e ritos exorcistas. Além de que o padre e quase inacessível, enquanto o pastor está disponível, tangível e acessível.

 

CAPÍTULO TERCEIRO PÓS-DENOMINACIONALISMO OU TRANS-DENOMINACIONALISMO: (A FRAGMENTAÇÃO DO CRISTIANISMO).

Antigamente perguntava-se ‘Qual é a sua denominação?’, com a resposta desta pergunta já se tinha ideia do credo da pessoa, sua forma litúrgica, etc. Atualmente pergunta-se ‘Que igreja você congrega?’ As fragmentações eclesiásticas tem remoldado o comportamento dos cristãos atualmente, não há mais interesse, ou tem descoberto que para uma igreja ser dada como séria não precisa de uma filiação denominacional.

Vários fatores vêm ajudando esta transformações, o mundo pós-moderno tem trazido inúmeras modificações na sociedade, e estas transformações tem atingido as grandes instituições, que tornam-se centros de lutas de poder, exibição da vaidade humana e pessoal, as grandes denominações desviaram seu foco de atuação, se perderam dentro de si mesmas, com planos e estratégias de manipulação e perpetuação do poder.

Com isto tem se desgastado, são muitas das vezes obsoletas, coorporativas, ineficientes, engessadas, desatualizadas, tirando o interesse cada vez maior de pertencer a algumas delas, demoram a se mobilizar, rígidas culturalmente, sem nenhuma preocupação de construir sobre o novo que surge, debate pouquíssimo as novas tendências, seja moral ou teológica e até cultural. Com isto tem surgido uma enorme fuga denominacional.

Mas há ainda outro fator que vem causando o enfraquecimento denominacional, vejamos.

1) O surgimento da Internet e da publicação eletrônica, que  criou um "espírito empreendedor" em algumas igrejas quando se  trata de produzir recursos o potencial, cristãos corroendo do apoio ou o uso de editoras denominacionais.

2) Uma mudança de um foco em investimentos de missões globais de longo prazo para  projetos de missão de curto prazo, muitas vezes iniciados no nível da igreja local.

3) O crescente uso de nomes de igrejas genéricas que deixam de lado a  afiliação denominacional.

4) Crescimento explosivo de grupos para-igreja, que estão atraindo tempo, energia e recursos longe das  igrejas locais . Muitos desses grupos são grandes em adoração e serviço, mas têm opiniões teológicas ou doutrinárias mínimas para que possam atrair uma grande variedade de denominações. Com isto desenvolvem pouco desgastes no debate teológico, preferindo o sermão de auto-ajuda.

5) Seminários em fluxo. Conflitos confessionais resultaram em  inúmeras escolas de "pequenos nichos". Muitos seminários estão  avaliando seriamente seus currículos e métodos de treinamento necessários para  o século XXI.

6) Tribos teológicas em grandes denominações, que preferem muitas das vezes outro sistema doutrinário, que a sua denominação possui, ou defende, por isto podemos encontrar pastores da assembleia defendendo calvinismo, presbiterianos pentecostais, batistas que a aspersão também é válido, a assim vai as coisas.

7) Enfraquece muito a disciplina da igreja. Disciplina é uma das "marcas tradicionais da igreja verdadeira" que eu vou discutir mais tarde capítulo. Uma igreja sem disciplina é uma igreja sem meios de manter um testemunho do evangelho unido. A Escritura requer disciplina, que inclui ensino, exortando, repreendendo, mas que, em casos extremos, pode levar à excomunhão (Mt. 18: 15-20; 1 Coríntios 5; 2 Tessalonicenses 3: 6-15; 2 Tim. 4: 1-5). No primeiro século, quando alguém foi disciplinado pela igreja (concedendo o esgotamento de todos possíveis apelos) que a disciplina foi respeitada por todos os crentes. Hoje, isso não é mais o caso. Infelizmente, na maioria de nossas igrejas de hoje não existe uma disciplina formal em absoluto. Mas mesmo aquelas igrejas que buscam implementar a disciplina bíblica são frequentemente frustrado pelo denominacionalismo, mais ainda agora no caminho individualista que estamos trilhando.

8) A não necessidade da fidelidade da presença nos cultos, nas contribuições, nos eventos da igreja, pois cada um faz, vai onde achar melhor.

 

CAPÍTULO QUATRO A IGREJA ORGÂNICA E OS DESIGREJADOS.

"Liturgias, antigas ou modernas, escritas ou não, são uma ferramenta humana para manter as engrenagens religiosas rodando, reproduzindo o costumeiro, ao invés de exercitar a fé na presença imediata e operação do Espírito.” Arthur Willis

O que é uma Igreja Orgânica? É um subproduto da igreja emergente. Segundo seus seguidores é a igreja voltando ao que era antes de Constantino transformar o cristianismo em uma religião oficial do império Romano. O termo “Igreja Orgânica” foi criado por T. Austin Sparks e é usado como sinônimo para “igreja nas casas”, “igreja simples” ou “igreja nos lares”. Igreja Orgânica é um movimento que traz no seu bojo vários grupos, como: Igreja Orgânica, Caminho da Graça, Igreja no Lar, Igreja em Casa.   

Muitos crentes em todo o mundo abandonam a forma de Igreja, conhecida como institucional ou cristandade e vão em busca de experiências nos movimentos religiosos chamados Igreja Orgânica, Igreja em Casa.

Estes movimentos têm surgido devido ao fato da Igreja institucional ter abandonado o Evangelho da cruz e se acomodado ao “modus vivendus” da sociedade, têm caído na armadilha da ganância, da ânsia por mega-crescimento e exaltação humana. Este declínio da Igreja produz uma frustração àqueles que estão cansados de culto-show, do mercantilismo religioso, dos chamados apóstolos iluminados sedentos de poder, terminam abandonando suas igrejas e ficam em suas casas ou tentam sobreviver em uma igreja doméstica.

Este movimento não é novo na fé, e nem mesmo é um fenômeno exclusivo do cristianismo, todas as religiões que ganham contorno institucional, começa a observar o surgimento de grupos contrário a esta condição. No judaísmo no tempo de Jesus havia um grupo sectário, e contrário ao sistema religioso desta época, os essênios, mesmo que as Escrituras não os mencione, ele eram bem ativos, e muitos identificam João Batista com pertencendo aos essênios, tese que não concordamos. O próprio Senhor Jesus por muitos teólogos, foi também descrito como sendo da seita dos essênios.

Quando a igreja se tornou estatal no século IV começou um movimento contrário a esta união estado e igreja, fugindo para lugares ermos distantes, fundam os monastérios. As primeiras sociedades cristãs de vida segregada surgiram no Egito, por volta do século IV. Mas foi na Capadócia, reino que ficava junto à Armênia e à Frígida, na Ásia Menor, que pela primeira vez, a vida religiosa dos monges dos mosteiros, foi regulamentada pelo bispo local, depois canonizado com o nome de São Basílio.[18]

A palavra mosteiro ou monastério vem do grego μοναστήριον "monasterion", da raiz "monos" = sozinho (originalmente todos os monges cristãos foram eremitas), e o sufixo "-terion"  lugar para fazer algo.[19]

Um dos primeiros movimentos da igreja em casa ocorreu nas ilhas britânicas do século XIX, um grupo de cristãos insatisfeitos com o estado da igreja protestante que consideravam formal e sem vigor espiritual, começou a ler as Escrituras Sagradas e celebrar a Ceia do Senhor sem a presença de um ministro ordenado. Tais manifestações foram espontâneas e descentralizadas, mas, sem dúvida, o grupo praticante dessa forma livre e desengajada de igreja que ficou mais conhecido na Inglaterra e, posteriormente, em toda Europa, tornando-se proeminente, foi o de Plymouth. Seus participantes ficaram conhecidos como os Irmãos de Plymouth, que mais tarde receberam a alcunha de darbistas, por causa de um dos seus membros que se tornou um grande defensor das ideias do movimento, chamado John Nelson Darby (1800-1882). Advogado e teólogo anglicano, John Nelson Darby uniu-se aos Irmãos em 1821, ao decepcionar-se com a degradação espiritual da igreja inglesa.[20] Dono de uma mente brilhante, Darby pregava fluentemente em alemão, francês e, claro, inglês, idiomas em que traduziu o Novo Testamento. Publicou mais de 50 livros e, em 1848, se tornou a mais importante voz do movimento dos Irmãos de Plymouth.[21]

Os darbistas acreditavam que a igreja nunca conseguiu se livrar totalmente das tradições humanas que surgiram no seio da mesma após a morte dos apóstolos e no início da Patrística. Essas tradições atravessaram os séculos com os escolásticos, os reformadores, e mesmo entre os puritanos estiveram presentes. Destarte, propuseram uma eclesiologia que asseveravam estar mais condizente com o Novo Testamento do que os modelos de igrejas cristãs vigorantes e conhecidas na Inglaterra até então.

O darbismo insistia no fim do clericalismo e da institucionalização da igreja, o que considerava graves distorções e desvios dos ensinos do Senhor Jesus Cristo e dos apóstolos. Entendiam que a igreja é tão somente composta por aqueles que foram alcançados com a graça de Deus e inseridos em uma grande assembleia de remidos, e que as tentativas de oferecer a essa experiência real, mas invisível, qualquer forma concreta de organização eclesiástica (as denominações) não passavam de invenções humanas.

Recentemente um dos grandes críticos da instituição da igreja foi Dietrich Bonhoeffer que se opôs radicalmente, iniciando uma jornada de contestação, resistência e militância contra o Nacional Socialismo de Hitler junto à Igreja Confessante. Para sua decepção o luteranismo se filiou ao movimento de Hitler, deixando uma sequela na sua fé, vendo o envolvimento da igreja ao estado começou suas críticas, e proclamando uma “organização social de fiéis individuais”[22].

Para Bonhoeffer a comunhão cristã como comunhão por meio e em Jesus Cristo, o que significa a necessidade, pela pessoa cristã, do outro por amor a Cristo; de Cristo, como mediação para se chegar ao outro; e a união com Cristo e com o outro desde a eternidade. “Temos uns aos outros apenas através de Cristo, mas através de Cristo nós de fato temos uns aos outros para toda a eternidade”[23]. Com isto não preciso da igreja para nos achegarmos, em Cristo é o suficiente para ser igreja. Daí o slogan ‘só Cristo’.

No contexto moderno os grandes promotores deste comportamento são George Barna e Frank Viola.  Frank Viola e Barna em seu polêmico livro, Cristianismo Pagão[24], já pode ser considerado como uma bíblia dos desigrejados, pois na obra, Viola questiona uma série de práticas que, segundo ele, pouco ou nada tem haver com o cristianismo legítimo.

Para Frank Viola e Barna o problema estava com os teólogos da Igreja de origem gentílica, marcados profundamente pelo helenismo que caracterizou o mundo nos tempos de Cristo. Eles são os responsáveis pela absorção por parte da igreja dos conteúdos do paganismo do mundo gentílico. Este é o argumento de Viola.

1 – Os teólogos gentílicos que tanto mal fizeram a Igreja de Cristo (de acordo com os autoes), são os mesmos que no de 392 d.C, na cidade de Cartago (Atual Tunísia, Norte da África), declararam a oficialização do Cânon das Escrituras do Novo Testamento. Seria, então, o Cânon do Novo Testamento um produto da mente de pagãos helênicos?

2- Os Concílios (Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia), onde as principais formulações teológicas do cristianismo foram compreendidas e explicadas, também são estranhamente omitidas na no livro de Viola.

Frank Viola e Barna também, no capítulo em que se dedica a questão dos templos (assunto excitante para os desigrejados), não leva em conta que a não utilização de templos no século I não ocorre em função de uma perspectiva teológica, mas sim de um horizonte histórico, pois o cristianismo, desde muito cedo fora perseguido, onde os cristãos tinham as suas casas invadidas e eram presos (At 8.3). Ora, se as reuniões domésticas eram alvos de ataques, imagine, então, se templos fossem construídos? Se a casa não era respeitada, como construir templos? E estamos falando de uma perseguição religiosa empreendida pelos líderes judaicos! Imagine a perseguição promovida pelo Império Romano nos tempos de Nero, Domiciano, Décio e outros? Quando a perseguição termina, as condições ideais para reuniões públicas com horário e local marcados surgem.

Os templos são circunstanciais para o cristianismo, mas para Frank Viola é uma fonte mais que segura de contaminação espiritual. Patético e ridículo, pois paredes e bancos não exercem tal poder e influencia sobre ninguém. Nem para o bem e nem para o mal.

Tando Barna e Frank Viola idolatram a igreja do Novo Testamento e ignora que as cartas paulinas foram escritas para resolver os problemas das mesmas. Paulo combate todas as formas de carnalidade da Igreja de Corinto; heresia na igreja de Colossos; legalismos na Galácia; agitação e oportunismo em Tessalônica; divisão e heresia em Éfeso. Ou seja, as igrejas caseiras do Novo Testamento, incipientes e pequenas, eram comunidades complicadas e que exigiram de Paulo atenção e admoestação. A própria Igreja Primitiva tinha problemas e tensões entre seus frequentadores e também entre os seus próprios líderes como deixam claro as passagens bíblicas de At 5 e 6 e 15.36-40 e Gl 2. 11-14, respectivamente. E as Igrejas citadas em Ap 2.1-32, não ficam de fora das crises.

No período apostólico o desligamento da comunidade era algo fatal para a vida dos cristãos daquela época, podemos observar em ICo5, com a condenação do pecado praticado, e vale fortalecer que foi um pecado sério, um rapaz deitou co aa mulher do pai, foi por Paulo excluído, com dois propósitos primeiro demonstrar a sociedade de corinto que a igreja não toleraria tal prática, segundo força no autor do pecado um arrependimento e um desejo de retornar ao seio e convívio da igreja, pois entendia que era uma condição cristã a membresia com a comunidade.

Um segundo ponto que não é positivo, se encontra em III Jo, em que um pastor, denominado Diótrefes, ameaçava sua congregação de exclusão se soubesse que acolheram o apóstolo João, esta ameaça deixa clara que a igreja do N.T. entendia que deveria haver uma comunhão entre os cristãos naquela época.

CAUSAS:

O sociólogo e filósofo Giddens (2005) também contribui afirmando que novos movimentos religiosos seguem no cristianismo, como os milenaristas, fundamentalistas e o uso de igrejas eletrônicas. Além disso, aponta que esses novos movimentos são comuns dentro da classe média e agem principalmente de três modos: a negar o mundo, a afirmar o mundo ou a se acomodar ao mundo. Aqui, colocando “mundo” como sinônimo de sociedade. Neste caso os desigrejados seriam um movimento que afirmam e se acomodam com o mundo.

Outro fator que Zygmunt Bauman explica, “as estruturas estão se decompondo em face dos Tempos Líquidos”[25] , pois a pós-modernidade que questiona e relativiza afirmações e conteúdos antes considerados absolutos e inegociáveis, gerando, assim, desencaixe em todas as esferas da sociedade, atingindo todas as expressões institucionais: partidos políticos, sistemas de governo, utopias, convenções familiares, casamento, religião, igrejas etc.

Uma outra observação vem de Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações.

Bomilcar porém, trata-se principalmente de pessoas que estão nesse movimento por modismo, descompromisso, passivos quanto a espiritualidade, cheias de reclames amarguradas e ingênuas, cristãos usuários, até mesmo hipócritas quanto ao termo cristão.[26]

Idauro Campo descreve que estes desigrejados são em sua maioria, 62% são egressos de denominações neopentecostais, cuja ênfase é a teologia da prosperidade; 29% dizem que não pretendem manter vínculo com outra igreja novamente; 5,6 anos é o tempo médio de conversão dos desigrejados.[27]

Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”.  Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.”

Augusto Nicodemos Lopes se manifesta com as seguintes afirmações

Eu concordo com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados. Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV.

Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas, esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical, organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história.

Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo em vôo solo. Pergunto ainda se os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem, acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude anti-instituição, antidisciplina, anti-regras, anti-autoridade, antilimites de todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo.[28]

O tripé crítico dos desigrejados seria Templo, pastor, e dízimo.

A religião evangélica passa por uma mudança estrutural e complexa, com difícil capacidade de ser capturada e compreendida. Durante esse processo, cabe aos pesquisadores se aproximar, estarem atentos aos seus discursos sobre ser cristão vindo do grupo e produzir novos conhecimentos a contribuir na pesquisa a partir disso. No caso dos cristãos sem igreja, trata-se de um grupo marginalizado dentro do meio evangélico e que, por sua vez, em muito também não tenta se aproximar destes. Assim, seus discursos são ainda muitos isolados dentro da amplitude dessa religião.

Concomitantemente, habitamos em uma sociedade contemporânea também complexa, que precisa ser intensamente estudada dentro dos estudos de religião. As ambiguidades da comunidade e da identidade, numa religião que está desvinculada de seu papel social, formam uma rede densa de significações. Alguns desses sentidos produzidos parecem opostos, mas são compostos, o que faz a nossa sociedade parecer paradoxal. O que é livre ao mesmo tempo reprime, o espontâneo segue um padrão. Da mesma forma os novos movimentos religiosos e os cristãos sem igreja.

Por vezes, na igreja sobram olhos para ver as brechas, e falta disposição para tapar uma só delas.[29]

PROGNÓSTICOS ECLESIÁSTICOS

1) Mudança da cartografia eclesiástica: No início do cristianismo o centro de formação cristã estava na antiga Ásia, que é a atual Turquia, podemos comprovar pelas epístolas enviadas ás igrejas nas Escrituras, e a relação das igrejas no livro de Apocalípse.

Posteriormente a igreja passou a ter dois policentros antagônicos, ocidental sediado em Roma e o oriental sediado em Constantinopla, mantiveram uma rivalidade de controle da instituição, e também nos debates teológicos, principalmente na concepção da trindade. Neste período a igreja vai se instalando e se fortalecendo na Europa.

Com a queda de Constantinopla a igreja dominou fortemente a Europa, sua expansão e domínio se estendiam em todas as comarcas e povoados deste continente.

Com a descoberta das Américas a igreja vai paulatinamente de transferindo a este novo continente, principalmente das discursões teológicas que estava acontecendo concomitantemente, a Reforma não foi uma afirmação anti-cristã, mas antes uma busca do cristianismo bíblico. Já nos séculos XVII, XVIII e XIX, a igreja dividia sua extensão tanto na América de igual forma com a Europa, após as guerras do século XX, o cristianismo perde força na Europa, e se sustenta nas Américas, sendo que agora divide suas expressões no Catolicismo e nas Reformadas.

Atualmente devido a unificação do conhecimento uniformizados elas cátedras, inicialmente na Europa, a América vai aderindo o comportamento europeu, e o cristianismo se enfraquecendo também. Neste caso vai surgindo novos centros da cristandade, que é reconhecido este fenômeno na África e na atual Ásia. Com afirma Gonazales “No entanto, a proporção de cristãos no Atlântico Norte continua diminuindo, enquanto nos países tradicionalmente mais pobres há uma verdadeira explosão no crescimento do cristianismo”[30].

A razão deste declínio se dá no cristianismo no Atlântico Norte, as igrejas não podem dar por certo que terão o apoio da sociedade em geral. O apoio oficial do Estado foi perdido há muito tempo. Este, certamente, foi o caso nos Estados Unidos. Agora, também nos Estados Unidos, começa-se a perder o apoio da sociedade em geral. Os valores da sociedade e especialmente seus meios de comunicação em massa são muito diferentes dos valores cristãos.

2) Mudanças da matriz reguladora (Alcorão): A grande ameaça ao cristianismo ocidental além das transformações tecnológicas que modificam o comportamento humano, e com isto se transfere na composição religiosa da sociedade, outro fator que vem de encontro ao cristianismo é o crescimento do islamismo, que se transforma na nova opção da sociedade, pois vê no cristianismo uma decepção, e desgastada, pois esta não mais se importa com as grandes questões sociais, e sua crescente queda ética, e de valores, deixando assim na sociedade uma certa desconfiança de seus propósitos, e seus alvos, a igreja se envolvendo com escândalos, equívocos políticos, e percebem que nada é feito para modificar, e com isto surgem os que se decepciona com a fé, e procuram uma alternativa que faça suas exigências se valerem.

O grande problema é o desconhecimento das nações islâmicas que a maioria delas não são democrática, e um governo laico, além de suprimir valores, como a da mulher, também a liberdade de escolha e opção religiosa, leis ampla, e outras coisas. Deixam-se enveredar por um caminho difícil de retornar, sem antes deixar rastros de violência.

Entendendo a necessidade de se buscar uma alternativa religiosa, sem o cristianismo, no início doas anos 70, os Beatles tentaram popularizar o hinduísmo, com suas músicas, seus misticismo, a yoga, os gurus, e outros componentes, com isto veio o Budismo, mas todos não alcançaram êxito. Tiveram uma matriz defensora no ocidente em Schopenhauer, tentando dar compreensões filosóficas a partir das ideias hindus, o hinduísmo não alcançou voos mais altos, antes paulatinamente vai sendo abandonado.

Possivelmente por possuir traços religiosos tão próximos como o cristianismo medieval, completamente contrário ao secularismo moderno que surge na sociedade ocidental, o hinduísmo não progrediu. Enquanto o islã se desenvolve e cresce no ocidente devido a imigrações, e os refugiados, que vai transformando, não aderindo, mas sendo aceito, conversor, catalisador do ocidental, criando admirador, construindo no ocidental o entendimento da corrupção, da destruição, que a atual fórmula produz, aproveitando o enfraquecimento do cristianismo neste ocidente, para se estabelecer.

3) O Caminho de Deus: Houve períodos que  igreja se encontrava perseguida, relativizada, ameaçada e sempre houve superação da mesma, quando o império romano tentou pela espada destruí-la, ela crescia e se mantia viva, e ativa, até que houve a suspensão definitiva a sua perseguição, é claro que a igreja em parte foi corrompida pelo poder. Depois foi com a invasão moura, que trouxeram os textos aristotélico, que ameaçou o sistema teológico cristão da época, veio o escolasticismo e  conseguiu desenvolver uma teologia aristotélica, é claro que seu contra ponto foi uma teologia altamente lógica.

Logo após veio a Reforma, que resgatou suas principais doutrinas, principalmente as de cunho soteriológico, trazendo a restauração até os dias atuais da doutrinas bíblicas. Depois no século XVIII surge, embebidos pelo iluminismo a teologia liberal, que negava profundamente as Escrituras, Deus trouxe diversos despertamentos dentre estes o pentecostalismo, e sustentou a igreja neste sombrio momento.

Diante do quadro acima apresentado, acreditamos que Deus tem ainda uma condição poderosa que há de trazer a igreja superação a todos estas situações, mas é claro que defendemos princípios infalíveis.

ORAÇÃO, DEPENDÊNCIA INCONDICIONAL AO ESPÍRITO SANTO, E PREGAÇÃO DA SÃ DOUTRINA DEBAIXO DA UNÇÃO DIVINA.                    

PROPOSTAS PARA REVITALIZAR A NOSSA IGREJA:

Ensinamento apostólico: Esta primeira característica é surpreendente e não muitas congregações a teriam em conta hoje. A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma comunidade que estuda. A primeira coisa que Lucas disse sobre esta igreja renovada pelo Espírito é que ela perseverava na doutrina dos apóstolos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42). Tinham fome da verdade e queriam sentar-se aos pés dos apóstolos e absorver seus ensinamentos.

A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o anti-intelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus mesmo o deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade será importante para nós. Aqueles crentes primitivos não pensaram que bastava para eles a presença do Espírito Santo em seu interior para conhecer a verdade. Não deram por certo que, por haver recebido a plenitude do Espírito Santo, este era o mestre que precisavam, e que poderiam prescindir dos mestres humanos. Não foi assim na igreja primitiva. Os novos crentes sabiam que Jesus havia nomeado aos apóstolos para que fossem mestres da igreja, e procuravam aprender todo o possível e perseveravam na sua doutrina.

Como se aplica isto à igreja de hoje? O que significa para nós perseverar na doutrina dos apóstolos, ser fiel em conservar seus ensinamentos? Entendemos que já não há apóstolos na igreja. Pode haver ministérios apostólicos, como os que realizam missões, os plantadores de igreja, os líderes. Estas pessoas exercem ministério apostólico mas não podemos os chamar apóstolos. Ninguém na igreja atual tem uma autoridade comparada a de Paulo, Pedro ou qualquer dos apóstolos de Jesus Cristo. Eles tinham uma autoridade única para ensinar em nome de Jesus e ninguém tem essa autoridade hoje. Então, se não há apóstolos na igreja contemporânea, como nós podemos nos submeter aos ensinamentos dos apóstolos? Seus ensinamentos chegaram até nós pela Bíblia. O Novo Testamento é precisamente isso: os ensinamentos dos apóstolos. Esta é a única classe de sucessão apostólica em que cremos, a continuidade da doutrina apostólica por meio do Novo Testamento. Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja bíblica, uma igreja neotestamentária, uma igreja apostólica. Nela se ensina as Escrituras.

Comunhão e ajuda mútua

A segunda marca de uma igreja viva que descobrimos na leitura de Atos é o amor e o cuidado mútuo entre os crentes. Se a primeira marca é o estudo, a segunda é a comunhão. A palavra comunhão que utilizam algumas versões é a tradução de koinonía. Este termo descreve aquilo que temos em comum, o que compartilhamos como crentes em Cristo. Isto se refere a duas verdades complementares.

Em primeiro lugar, compartilhamos a graça de Deus. O apóstolo João começa sua primeira carta com estas palavras: “Nossa comunhão é com o Pai e com o Filho, Jesus Cristo...” Paulo fala da comunhão que temos com o Espírito Santo. A comunhão autêntica é uma comunidade trinitária. Nós os crentes participamos em comum no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

Há um segundo aspecto da koinonía. Também temos em comum o que damos, este é o aspecto que Lucas dá ênfase. Em suas cartas, Paulo usa esta mesma palavra, koinonía, para referir-se a uma oferta que estavam dando as igrejas. O adjetivo koinónico significa “generoso”, Lucas descreve a generosidade dos cristãos primitivos: “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.” (Atos 2:44-45).

Adoração prazerosa e reverencia

Os primeiros cristãos não eram só fieis em conservar os ensinamentos dos apóstolos na comunhão uns com os outros. Também se reuniam uns com os outros. Também se reuniam e participavam juntos “no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42). “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (Atos 2:46)

O partir o pão se refere, sem dúvida, a Ceia do Senhor. Provavelmente, além dos símbolos do corpo e do sangue de Cristo na igreja primitiva havia também uma ceia compartilhada, um ágape. As orações que se mencionam aqui não são as orações privadas mas sim as reuniões de oração. Existem dois aspectos da vida de adoração da igreja primitiva que são desejáveis em uma igreja renovada. Aqueles cristãos mostravam equilíbrio nos dois sentidos. Por um lado a adoração era formal e informal.

Evangelização contínua

“E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. (Atos 2:47)

O ensinamento, o testemunho diário dos membros da igreja e sua vida de amor aos demais, são os meios que Deus usa para fazer chegar Sua mensagem ao mundo. Porém quem salva e incorpora novos membros a Sua igreja é Jesus Cristo.

Vivemos em uma época que confia muito no ativismo e na tecnologia. Sem dúvida, há de se fazer uso de toda tecnologia que o Senhor tem nos dado. Porém temos que humilharmos diante de Deus e reconhecer que somente Cristo pode abrir os olhos dos cegos, destapar os ouvidos dos surdos e dar vida às almas mortas. A igreja hoje necessita ser mais humilde.

Um segundo ponto sobre a evangelização é que Jesus fazia duas coisas, e estas devem sempre estar juntas. Acrescentava cada dia à igreja os que iam ser salvos, quer dizer, não os acrescentava sem serem salvos nem os salvava sem os acrescentar a igreja. Salvação e pertencer à igreja são dois atos que vão juntos.

Uma pregação alicerçada nas Escrituras:

1Co 2:4 A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder.

Atualmente temos observado que muitas pregações estão repletas de histórias, cheias de emocionalismo, nossos pregadores tem apostado mais na emoção, do que nas forte e poderosa atuação do Espírito Santo nos momentos de nossas prédicas.

Pregação vem com conhecimento bíblico e promovido pelo poder do Espírito Santo.

Uma teologia bíblica:

Quando falamos em uma teologia bíblica ela carrega um pressuposto de que a Bíblia é a Palavra de Deus, sua inerrância, e sua suficiência para desenvolver qualquer posições para a igreja.



[1] GONZALEZ, Justo L. Uma História do Pensamento Cristão. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.

[2] OLSON, Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:

[3] OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.

[4] OLSON, Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:

[5] OLSON, Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:

[6] OLSON, Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:

[7] OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.

[8] OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.

[9] OLSON, Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:

[10] A maior divergência entre os reformadores foi sobre a Ceis do Senhor.

[11] Mark Driscoll, um pastor de alto nível inicialmente associado ao movimento, distanciou-se da igreja emergente (e mais tarde tornou-se um crítico vocal dele), e os críticos começaram a abordar suas próprias preocupações sobre a manutenção de uma discussão tão aberta sobre teologia.

[12] Ayres, Jonas. A igreja no horizonte pós-moderno.

[13] LOPES, Augusto Nicodemos. O Que estão fazendo com a Igreja: A ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro. São Paulo, ed. Mundo Cristão, 2008.

[14] FRESTON, Paul. Breve história do pentecostalismo brasileiro. Em: ANTONIAZZI, Albertol. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994,

[15] Neuza  é Fundadora e presidente do Ministério Ágape Reconciliação e foi  "consagrada" ao denominado ministério apostólico em Agosto de 2002. Ela possui o bacharelado em Teologia (Faculdade Metodista Livre),  é também  formada em Pedagogia pela USP e doutora em Missiologia pelo Seminário Teológico Fuller e desde 1988 vem atuando na área de Libertação, Cura Interior e Batalha Espiritual. Postado por Renato Vargens. http://renatovargens.blogspot.com.br/2011/01/as-novas-heresias-de-neusa-itioka.html

[16] GONÇALVES, José. Rastro de Fogo, CPAD, Rio de Janeiro, 2012.

[17] Idem.

[18] https://www.significados.com.br/mosteiro/

[19] https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro

[20] PFANDL, Gerhard. Rapto Secreto: As surpreendentes origens da visão teológica dispensacionalista. Disponível em: http://www.monergismo.com.br/

[21] Clérigos da Igreja Anglicana que, insatisfeitos com a reforma da igreja inglesa, que julgavam por demais filocatólica, romperam com a mesma em busca de uma igreja mais “pura”. Nesse núcleo de clérigos encontram-se as raízes de importantes grupos cristãos protestantes como os congregacionais, batistas e presbiterianos.

[22] DUMAS, André; BOSC, Jean; e CARREZ, Maurice. Novas Fronteiras da Teologia. São Paulo: Duas Cidades, 1969. Em; Gerson Lourenço Pereira. O Metodismo na Cidade do Rio de Janeiro. Uma abordagem teológico-pastoral a partir do pensamento eclesiológico de Dietrich Bonhoeffer. Dissertação de Mestrado, PUCRJ.

[23]Dietrich Bonhoeffer.  Vida em Comunhão. São Leopoldo: Sinodal, 2003.

[25] BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

[26] BOMILCAR, Nelson. Os sem-igreja: Buscando caminhos de esperança na experiência comunitária. São Paulo: Mundo Cristão, 2012.

[27] CAMPOS, Idauro. Desigrejados: teoria, história e contradições do niilismo eclesiástico. BVBOOK 2017.

[28] http://tempora-mores.blogspot.com.br/2010/04/os-desigrejados.html

[29] AZEVEDO, Israel Belo de. Gente Cansada de Igreja, United Press.

[30] GONZALEZ Justo L.. Mapas para a história futura da igreja, Tradução: Mônica Guimarães de Mesquita e Erika Batista de Souza. Revisão: Jessé Fogaça, CAPAS, 2006.