Quando a Igreja é de fato diferente do mundo, ela invariavelmente o
atrai. É nesse momento que o mundo começa a prestar atenção a sua mensagem,
embora possa, em um primeiro momento, odiá-la.
D. Martin Lloyd-Jones
INTRODUÇÃO
Quando estudamos a história da teologia descobrimos que de momento
a momento uma doutrina entra em crise, ganhando notoriedade no debate teológico,
muitas das vezes promovidas por situações hermenêutica, ou na busca de definir seu
conteúdo.
O que não se pode negar é que toda apostasia começa com uma mudança
na mente e no coração, uma progressiva transformação que vai corroendo as
convicções e minando as resistências mentais e espirituais, até que uma
completa metamorfose — para fora da fé — venha a ocorrer. Uma vez transformado,
o apóstata se empenha em oferecer justificativas, quer apelando para o
argumento de que as revoluções são algo natural e desejável, quer rompendo
abertamente com alguns pontos centrais do cristianismo histórico, nos quais antes
acreditava. O próximo passo é assumir um estado de perpétuo abandono das
verdades bíblicas, aliado à total carência de fundamentos em que possa
sustentar suas convicções. Precisamos ficar com o lema da Reforma, segundo o
qual a Igreja está constantemente se reformando e, com ela, seus membros.
Todavia, há que se ressaltar que isso sempre se dá à luz da Palavra de Deus.
Sempre ocorreram no seio da igreja controvérsias, oposições a fé
cristã, e isto já ocorria no tempo apostólico, e perduro na estrada percorrida
da história da igreja, o mesmo ocorre atualmente, nesta primeira parte veremos
algumas das controvérsias que a igreja enfrentou.
Uma das primeiras controvérsias que encontramos podem se observada
na epístola aos gálatas de Paulo, em que judeus ortodoxos exigiam a observação
das tradições judaicas também entre os gentios. Depois vieram os docetismos,
gnosticismo, Ireneo, bispo de Lião, que viveu durante a segunda metade do
século II, ressaltou que o apóstolo João escreveu seu Evangelho com o propósito
específico de refutar os pontos de vista docetistas do líder Cerinto. Nas suas
epístolas, João ainda mais claramente adverte contra a heresia do docetismo, a
cujos mestres define como “anticristo” (1Jo 2:18-26; 4: 1-3, 9, 14; 2Jo 7, 10).
Pedro e Judas combatem também falsos ensinadores, havia aqueles que negavam as
promessas divinas IIPe 3.
Monarquianismo
O monarquianismo (Lit. um “monarca” é um “governante único”) fazia
ressaltar a unicidade da Deidade. Foi uma reação contra os muitos deuses dos
gnósticos e contra os dois deuses de Marcion. Porém, como movimento
reacionário, o monarquianismo foi ao extremo oposto, e como resultado, tornou-se
uma heresia que a igreja se viu em necessidade de condenar. Segundo Nicholl
(1992), a ênfase do monarquianismo serviu, até certo ponto, para eliminar da
igreja os ensinos gnósticos. Porém, essa solução teria trazido quase tanto mal
como a heresia que buscava combater. A luta contra o monarquianismo começou
para fins do século II e continuou até os dias do século III. Houve duas
classes de monarquianos: os dinamistas (termo que provém de uma palavra grega
(dínamos) que significa “poder”), os quais ensinavam que um poder divino
animava o corpo humano de Jesus[1], e
os modalistas, que concebiam um Deus que se revelou em diferentes formas.
Nos dias do século III, Orígenes propôs a teoria da “geração
eterna”. Segundo ela, só o Pai é Deus no sentido mais excelso. De acordo com
Orígenes, o Filho é coeterno com o Pai, mas é “Deus” só em um sentido derivado.
Orígenes acreditava que a alma de Cristo preexistiu, mas foi diferente de todas
as outras por ser pura. O Logotipos, ou Verbo divino, cresceu em indissolúvel
união com a alma humana de Jesus. Distinguindo entre theós (Deus) e ho theós (o
Deus) de João1:1,[2]
Orígenes chegou à conclusão de que o Filho não é Deus em um sentido primitivo e
absoluto, podendo ser “Deus” só em virtude de ter recebido um grau secundário
de divindade que poderia chamar-se theós, mas não ho theós. Ficaria, pois,
Cristo na metade do caminho existente entre as coisas criadas e as que não o
são.
Arianismo.
No início do século IV Ário, um dos líderes da Igreja da
Alexandria, aceitou a teoria do Orígenes quanto aos Logotipos, embora não
reconhecesse nenhuma substância intermediária entre Deus e os seres criados. Em
razão disso, deduziu que o Filho não é divino em nenhum sentido da palavra a
não ser estritamente uma criatura, embora a mais excelsa e primeira de todas, e
que por isso, houve um tempo quando não existia. Ensinava também que só há um
Ser (o Pai) a quem lhe pode atribuir uma existência atemporal, que o Pai criou
ao Filho de um “nada” e que antes de ter sido gerado por um ato da vontade do
Pai, o Filho não existia. Para Ário, Cristo tampouco era verdadeiramente humano
porque não tinha uma alma humana, nem era verdadeiramente divino, porque lhe
faltava a essência e os atributos de Deus.[3]
Simplesmente, era o mais excelente de todos os seres criados. O homem Jesus,
foi eleito para ser o Cristo em virtude de seu triunfo, que Deus reconheceu
mediante sua submissão.
A controvérsia ariana foi motivo da reunião do Primeiro Concílio de
Nicéia, em 325 d.C. Nesse Concílio, Atanásio se apresentou como “o pai da
ortodoxia”, ao sustentar a fé na existência eterna de Jesus Cristo e Este que
era da mesma essência do Pai. Aplicando a Cristo o termo homoóusios, (“mesma
substância”), o Concílio afirmou sua crença de que ele é da única e mesma
essência com o Pai. O Concílio também declarou anátema ao arianismo e declarou
que não negava a unidade da Deidade quando defendia a Trindade, nem negava a
Trindade quando defendia a unidade. Por isso, o Credo de Nicéia afirma que o
Filho é do Pai Luz de Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não
feito, consubstancial ao Pai. Abaixo, um transcrito de parte do Credo niceno:[4]
Nestorianismo.
Após o Concílio de Constantinopla, a atenção da igreja se voltou
para o aspecto cristológico do problema da natureza e pessoa de Cristo.
Tentou-se definir a natureza do elemento divino e do elemento humano em Cristo,
e declarar a relação entre os dois. Como podiam coexistir duas naturezas
pessoais em uma única pessoa?[5]
Essa fase da controvérsia se centralizou em duas escolas teológicas
opostas, uma em Alexandria e a outra em Antioquia da Síria. Ambas reconheciam a
verdadeira unidade da divindade e da humanidade em uma única pessoa: Jesus
Cristo. A escola de Alexandria ressaltava a unidade das duas naturezas, mas
destacava a importância da Deidade, ao passo que a escola da Antioquia
ressaltava a distinção entre as duas naturezas e destacava a importância do
aspecto humano. Os adeptos de Antioquia sustentavam que a divindade e a
humanidade se relacionaram em uma coexistência constante e em uma cooperação,
sem fundir-se realmente. Separavam as duas naturezas na pessoa de Cristo,
declarando que não houve uma união completa a não ser só uma associação
permanente. Faziam uma distinção radical entre Cristo como o Filho de Deus e
Cristo como o Filho do homem, e reconheciam em forma mais clara a natureza
humana. Concebiam a unidade das duas naturezas como se tivesse realizado
mediante a unidade das vontades respectivas. Preservavam a realidade e a
integridade da natureza humana de Cristo, mas colocavam em perigo a unidade da
pessoa. Era uma união imperfeita, incompleta, indefinida e mecânica, na qual as
duas naturezas não estavam realmente unidas em uma só pessoa dotada de
consciência.[6]
Por outra parte, os alexandrinos concebiam uma compenetração milagrosa e
completa das duas naturezas, havendo-se fundido a humana com a divina e havendo-se
subordinado aquela a esta. Dessa maneira, Deus entrou na humanidade, e por meio
dessa união da Deidade e da natureza humana se fez possível que Cristo levasse
a humanidade de novo a Deus.
O choque das duas escolas chegou a seu clímax na controvérsia nestoriana,
a princípios do século V. Nestório de Antioquia aceitava a verdadeira divindade
e a verdadeira humanidade, mas negava sua união em uma só pessoa
autoconsciente. O Cristo dos nestorianos é em realidade duas pessoas que
desfrutam de uma união moral afim. Entretanto, nenhuma delas está decisivamente
influenciada pela outra. A Deidade não se humilha; a humanidade não se elogia.
Há um Deus e há um homem, mas não há um Deus-homem.
O terceiro Concílio Ecumênico da igreja se reuniu no Éfeso, em 431,
com o propósito de decidir a controvérsia existente entre as escolas da
Antioquia e Alexandria. O concílio condenou ao Nestório e seus ensinos, mas não
considerou necessário redigir um novo credo que substituísse ao Credo Niceno.[7] Em
realidade, nada se decidiu nem realizou, exceto ampliar a brecha, e a
controvérsia resultante tomou tais proporções que ficaram a um lado todos os
outros problemas doutrinais.
Monofisismo.
Algum tempo após o Concílio de Éfeso outra teoria conhecida como
monofisismo, ou eutiquianismo surgiu na Igreja. Esta se caracterizou por
apresentar uma perspectiva de Cristo contrária ao nestorianismo. Seu principal
expositor era Eutiques. Ele sustentava que a natureza humana original do Jesus
se transformou na natureza divina no instante da encarnação, e com o resultado,
o Jesus humano e o Cristo divino chegaram a ser uma só pessoa e uma só
natureza. Afirmava a unidade da autoconsciência, mas segundo ele, as duas
naturezas estavam fundidas de tal maneira, que, na prática, perdiam sua
identidade individual. Em 451 d.C. se reuniu o Concílio da Igreja em Calcedônia
com o propósito de se declarar acerca do nestorianismo e do monofisismo, e
condenou a ambos. Tanto Nestório como Eutiques rejeitaram a decisão do
Concílio, dando lugar a seitas independentes do Cristianismo da mesma maneira
que Ário havia feito alguns anos antes.[8]
O Concílio da Calcedônia também afirmou a perfeita divindade e a
perfeita humanidade de Cristo, sua mesma substância com o Pai quanto a sua
natureza divina e consubstancial conosco quanto a sua natureza humana, mas sem
pecado. O Concílio preservou a identidade de cada natureza e declarou que as
duas eram distintas, sem mescla, imutáveis, indivisíveis, e inseparáveis. Além
do mais, reconheceu a divindade, e não à humanidade, como a base da
personalidade de Cristo. Pelo fato da pessoa de Cristo ser uma união de duas
naturezas, se propôs que o sofrimento do Deus-homem foi em verdade, infinito;
sofreu em sua natureza humana e não em sua natureza divina, mas a paixão foi
infinita pelo motivo de que a sua pessoa é infinita.
Como resultado do Concílio da Calcedônia, o cisma no Oriente se
intensificou. Finalmente, o imperador Justiniano, convencido de que a segurança
do império requeria uma solução do problema, enclausurou permanentemente as
escolas da Antioquia e Alexandria, os dois centros de controvérsia. No Segundo
Concílio de Constantinopla, em 553, a igreja decidiu suprimir pela força o
monofisismo, o qual se converteu em um cisma permanente e persistente até hoje
em dia em seitas cristãs tais como os jacobitas, os coptos e os abisinios.
Confirmando o Símbolo de Calcedônia, a Igreja realizou uma distinção definitiva
entre a ortodoxia e a heterodoxia. Essas cristologias têm sido denominadas de
descendente e ascendente.[9]
O que poderíamos falar dos Reformadores? Suas distintas ênfases
ajudaram a expandir o todo teológico do movimento iniciado nas portas do
Castelo de Wittenberg. Quantas questões discordavam Lutero, Calvino e Zwinglio?[10] E
os arminianos com os calvinistas, no século XVII? Sem as tensões típicas das
diferentes escolas soteriológica não teríamos talvez hoje a Remonstrância.
Humanistas e Reformadores. Luteranos e Pietistas. Arminianos e
Calvinistas. Anglicanos e Puritanos. Anglicanos e Metodistas. Ortodoxos e Liberais.
Progressistas e Fundamentalistas. Neo-ortodoxos e Evangelicais. Conservadores e
Modernistas. Tradicionais e Pentecostais. Cessacionistas e Contemporanistas.
Neopentecostais e missionais. Denominacionalistas e desigrejados. Podemos ainda
acrescentar os dispensacionalístas e os amilenistas, a teologia da
substituição, relação Israel e a igreja. Quem irá negar o fato que foi dessas
ambivalências que a teologia cristã foi construída paulatinamente?
Até mesmo o polêmico e controvertido liberalismo teológico alemão
que é herético em muito de suas premissas, trouxe contribuições, pois exigiu um
reposicionamento da igreja em afirmar pontos fundamentais da fé e que seriam
importantíssimos diante de todo um cenário de caos, desesperança e cinismo que
assolariam o mundo no século XX. Se com a couraça da ortodoxia e do
fundamentalismo a igreja sofreu importantes baixas com o advento da
pós-modernidade, imaginemos o que aconteceria sem estes movimentos e suas
variações. Sem saber, e sem querer, o liberalismo ajudou a teologia
conservadora a se preparar para o mundo moderno que se aproximava na aurora do
século XX.
Neste século XXI o grande dilema teológico se foca dentro da
Eclesiologia, começa-se a debater o papel, e relevância da igreja no modelo
tradicional como a encontramos, no primeiro grupo discute-se suas doutrinas,
seu posicionamento diante do mundo pós-moderno, no segundo grupo destina-se a
analisar seu comportamento que descarta a estrutura de sua condição, uma
liderança, e até mesmo se há a necessidade de possuir um local para celebração
de seus cultos, e por fim o terceiro grupo que transforma a igreja numa fonte
exclusiva de renda, não se preocupando com ensinos, doutrinas, pois em suas
programações não encontramos um momento de encontro de ensino, e nem uma
declaração de sua crença doutrinária.
Tornou-se comum evangélicos acusarem de falta de amor a atitude de
outros evangélicos que tomam posicionamentos firmes em questões éticas,
doutrinárias e práticas. Considera-se desamor tudo aquilo que envolve a exposição,
a discussão e o confronto de opiniões alheias. Essa postura reflete o sentimento
pluralista e relativista que permeia a mentalidade evangélica de hoje e que
toma como ofensivo todo confronto de ideias no que se refere a teologia.
Perdeu-se a virilidade teológica. Vivemos dias de frouxidão, nos quais
proliferam os que tremem diante de uma peleja teológica.
CAPÍTULO PRIMEIRO AS IGREJAS EMERGENTES
"Um niilista é um homem que não se curva ante qualquer
autoridade; nem aceita nenhum princípio sem exame, qualquer que seja o respeito
que esse princípio envolva".
O primeiro movimento que iremos analisar no contexto contemporâneo,
que estamos presenciando relativo a igreja é a das Igrejas Emergentes.
Igreja Emergente é um grupo de pastores que no seu início viveram
uma fé ortodoxa, estudaram com os melhores professores e nas melhores
faculdades teológicas, mas não souberam enfrentar, e consolidar esta teologia e
seus ministérios a novas tendências filosóficas, estamos nos referindo ao
pós-modernismo, e por isto, rompem com suas concepções, acreditando serrem
ultrapassadas, para uma nova abordagem, e com isto, refazem suas convicções,
adaptando-as a estas novas tendências sociais.
Este movimento começou nos na Inglaterra mas foi nos EUA que
surgiram seus principais defensores, entre eles podemos citar Brian McLaren, Doug Pagitt, Tony Jones, Rob
Bell, Tony Campolo, Steve Chalke, Peter Rollins, Dan Kimball, Richard Rohr,
Phyllis Tickle, Spencer Burke e outros.
O termo que a denomina ‘Igreja Emergente’ vem por Karen Ward
(Igreja dos Apóstolos, Seattle), quando ela criou um site na Internet
denominado Emerging Church.org., como o próprio nome sugere, a igreja emergente
consiste em grande parte de cristãos envolvidos (ou anteriormente envolvidos)[11]
nas igrejas evangélicas predominantes que "emergiram" de ideologias
preexistentes e estruturas da igreja.
Movimento da Igreja Emergente, que ao invés de sustentar a ortodoxia
tradicional do Cristianismo, está procurando ajustar a cosmovisão cristã ao
pluralismo relativista da pós-modernidade, criando uma religião híbrida e
amigável ao extremo.[12]
Os emergentes possuem como mérito o despertar de aspectos cristãos que algumas
denominações simplesmente esqueceram, como por exemplo, a prática do Evangelho,
a comunicação do Reino de Deus fora das paredes da igreja, as boas obras para
todo e qualquer ser humano, amando-o acima de dogmas e tradicionalismos
religiosos. A igreja Emergente se converte cada vez mais ao liberalismo
teológico, e todas as suas prerrogativas, como veremos.
Menos palavras - Mais adoração - Já
deve ter ficado claro que a Igreja Emergente está mais embasada na experiência
do que na Bíblia. Além disso, na Igreja Emergente a Palavra de Deus ocupa uma
posição secundária na adoração a Deus. Conquanto a adoração seja uma parte
muito importante na fé cristã, alguns problemas poderiam ocorrer se a adoração
superasse a pregação da Palavra? Dan Kimbal não pensa assim. Ele vê uma nova
geração de adoração que é essencial na Igreja Emergente. Numa seção do seu
livro com o sub-título “Adorando Verdadeiramente num Ajuntamento de Adoração”,
ele escreve: “Deveríamos voltar a uma aproximação sem barreiras da adoração e
do ensino, de modo que, quando nos ajuntarmos, não haja dúvida de que estamos
na presença de Deus. Creio que tanto os crentes como os incrédulos em nossa
cultura emergente estão famintos por isso. Não através da Apologética séria,
nem da Exegese cuidadosa, da pregação expositiva ou de grandes grupos de adoração...
As gerações emergentes têm fome de experiências com Deus”.
Livro de importância para a Igreja Emergente, de autoria de Brian McLaren
é “A Igreja do outro lado”. Tal livro mostra a aversão da Igreja Emergente pela
Teologia Sistemática, Apologética Tradicional e organização eclesiástica.
Comportamento explicado pelo sociólogo madrilense Corbí em que a sociedade
contemporânea deseja construir uma espiritualidade, que ele a denomina ‘laica’,
em que acompanha as modificações do mundo pós-moderno, que se constrói na total
ausência de axiológica. Corbí declara que toda necessidade leva a uma
submissão, e neste caso uma submissão religiosa. No desejo de se afugentar
desta submissão, a sociedade se silencia, mas não tira com isto a anseio
espiritual, e nesta batalha, a sociedade escolhe sua liberdade, mas cria uma
angústia.
Pois a religião está impregnada de valores, métodos, doutrinas,
ritos, pois estas fazem parte do cerimonial,
da liturgia religiosa, por isto para Corbí conclui que a religião só alcançara
esta sociedade se esta abdicar de seus valores, de seus ritos e de suas
crenças, uma kenosi existencial, para adquirir esta sociedade no seu convívio,
e é isto que os emergentes praticam, e colaboram com uma espiritualidade laica,
conforme Corbi, ou uma espiritualidade secular conforme Vattimo.
Os recintos muito iluminados e alegres devem ser escurecidos, pois
a penumbra é favorável à sensação de espiritualidade. O ponto focal do culto,
que antes era o sermão, deve ser mudado, de modo que passe a ser uma experiência
holística. O uso da moderna tecnologia, antes usada para o apelo contemporâneo,
deve ser mudado, de modo que os frequentadores da igreja possam experimentar o
antigo e o místico (devendo a moderna tecnologia ser usada para esse fim).
Adotando o Pós-modernismo: pós-modernidade
propriamente dita tem origem nas primeiras décadas do século XX, e seu impacto
maior ocorreu nas últimas décadas. O fenômeno
teve início nas artes, inicialmente na arquitetura, e depois teve espaço
ampliado na cultura geral. O impacto maior na sociedade se deu por influência
da mídia. O cinema, a televisão e a internet são seus principais meios de
disseminação, porém não os únicos. Esse novo modelo de ser já criou uma nova
cultura que desafia o jeito tradicional de ser igreja.
Essa nova cultura manifesta algumas tendências tais como: culto ao ecossistema,
desespero humanista, irracionalismo, misticismo, relativismo, existencialismo,
pluralismo e predomínio do artístico. Tudo isso traça um perfil distinto de uma
nova realidade que precisa ser mapeada, compreendida e enfrentada, pois o
grande desafio para os cristãos é “ser igreja” em meio a essa nova cultura.
É realidade que nossa tradição evangélica histórica foi moldada
pela mentalidade moderna, tanto na teologia, quando na eclesiologia. Essa
igreja histórica, e um tanto quanto “sarcófaga”, sente em diversos aspectos o
seu descompasso com esta nova geração pós-moderna. Urge tornar a mensagem bíblica
relevante para esta nova geração. Todavia, a questão é muito melindrosa e complexa.
O desafio é: como ser igreja em meio ao pós-modernismo? Como construir uma
teologia desprendida da modernidade que não se atole no lamaçal do relativismo
absoluto da pós-modernidade?
O pós-modernismo adota a desconstrução, que implica na subversão,
na descentralização de qualquer origem perceptível de discursos autoritativos
associados a ‘metanarrativas’, isto é, macroestruturas teóricas como, por
exemplo, sistemas filosóficos ou teológicos. As metanarrativas são desconstruídas
através de uma ‘arqueologia do conhecimento’ e de uma tipologia dos discursos. O
pós-modernismo rejeita e busca desconstruir qualquer noção de verdade que se
proponha unitária, absoluta, universal, ou mesmo coerente, daí adotam uma
epistemologia ‘niilista’.
Para ele, a igreja precisava aprender a falar uma linguagem
totalmente nova, com o fim de alcançar a geração pós-moderna. Só uma mudança de
estilos de culto não mais seria suficiente para alcançar a nova geração.
Confirmando essa perspectiva, uma das obras de Mclaren reivindica “um novo tipo
de cristão”, o cristão pós-moderno.
McLaren apela claramente aos cristãos a que abracem o pós-modernismo
e se adaptem à maneira pós-moderna de pensar. Dentro desse espírito, para
alguém ser emergente ele deve negar, inclusive, a necessidade de uma declaração
de fé e qualquer forma que sugira um dogma comum.
Pluralismo: Grande parte
das obras escritas pelos líderes emergentes demonstra o tipo de pluralismo desejado.
O subtítulo do livro de McLaren, Ortodoxia Generosa, revela o espírito que
projeta a sua teologia: Por que sou um cristão missional, evangélico,
pós-protestante, liberal-conservador, místico-poético, bíblico,
carismático-contemplativo, fundamentalista calvinista, anabatista-anglicano,
metodista, católico, verde, encarnacional, deprimido-mas-esperançoso, emergente
e inacabado.
Protesto: A marca do
pluralismo leva o movimento emergente a uma posição de protesto. Praticamente
toda a sua liderança vem de dentro da base do cristianismo evangélico
tradicional e fundamentalista e manifesta o seu descontentamento com a
instituição de origem.
O próprio nome da igreja de Kimball reflete essa ideia, pois
Vintage significa algo genuíno, de qualidade, em oposição à igreja “enlatada” e
supostamente não genuína do século 20. Para McLaren o que os evangélicos
precisam é do novo cristão, de uma nova forma de seguir a Jesus que emerge dos
escombros do cristianismo dividido por lutas teológicas, da negligência das
responsabilidades sociais e da tirania do capitalismo conservador da
modernidade.
Esse perfil de protesto marca o movimento como desconstrucionista. A
igreja evangélica no final do século 20 precisa ser desconstruída para ser reconstruída,
a começar dos conceitos de verdade absoluta que a mesma mantém.
Humanismo em vez de discipulado: demonstram
uma intensa preocupação com os incrédulos e uma considerável eficiência no
alcance de não-cristãos. Por outro lado, as ênfases tendem a levar os grupos a
uma relação extremamente horizontal, na qual a pregação do evangelho e a ação
social, por exemplo, tornam-se indistintas e os discursos quase que se
confundem, em nova embalagem, com os da teologia da libertação. Assim sendo, a
ação social, como ato de amor, já é pregação e pode dispensar a proclamação.
Universalismo: A fé cristã
missional afirma que Jesus não veio tornar algumas pessoas salvas e outras
condenadas. Jesus não veio ajudar algumas pessoas a serem corretas enquanto
deixa todas as demais erradas. Jesus não veio para criar outra religião exclusiva
– o judaísmo estando exclusivamente baseado na genética e o cristianismo estando
baseado exclusivamente na crença (o que pode ser um requisito mais difícil do
que a genética).
Inclusivismo: Interpretam a
questão homossexual nas Escrituras como aspecto cultural, e não ético e doutrinário,
por isto apoiam, e realizam casamentos homossexuais. O Homossexualismo é um
fato na sociedade contemporânea. O homossexual deve ser respeitado como ser
humano, sendo repulsiva toda e qualquer forma de violência contra o cidadão
seja por palavras ou ações. Os homossexuais, assim como todo e qualquer
cidadão, diante da lei têm seus direitos e deveres. Entretanto, perante as
premissas bíblicas, tais práticas são consideradas pecaminosas, e a cultura
secular não deve se infiltrar na igreja a ponto do cristianismo passar a encarar
esta prática como normal e aceitável. Uma ditadura gay tenta ser implantada no
mundo, sob o falso pressuposto de homofobia, onde o que de fato se observa é o
levantar da bandeira heterofóbica por parte das militâncias homossexuais.
Igreja Emergente no Brasil segue passos um pouco diferentes da
igreja americana. Os Emergentes no Brasil estão aparecendo cada vez mais
inseridos em igrejas novas ou velhas, mas que abriram as portas para a
filosofia relativista da pós-modernidade. Como praticamente tudo que vem de
fora encontra solo fértil na mentalidade espiritualista consumista do brasileiro,
não é de se estranhar que esta moda ainda venha a se manifestar de modo intenso
nos próximos anos.
CAPÍTULO SEGUNDO IGREJAS SEM DOUTRINAS
“Doutrina não dá dinheiro” Bispo de uma denominação neopentecostal.
O movimento denominado Neopentecostal tem desenvolvido uma escolha
que está se transformando numa perigosa condição aos cristãos, principalmente
ao neófito, pois este se aproxima do cristianismo sem contato nenhum com as
Escrituras, e com seus princípios éticos e doutrinários, e permanece desta
forma, pois deliberadamente a denominação optou por não desenvolver em sua
rotina de encontros cúltico, um momento de se fazer, e estudar as Escrituras
doutrinariamente, com isto, como explica LOPES “ Hoje os evangélicos têrn
dificuldades de delinear os limites do verdadeiro cristianismo e manter as portas
fechadas para heresias”[13].
Umas das razoes que apontaríamos como um abandono de não mais
reservar um dia da semana para estudar as doutrinas bíblicas, foi que muitos
movimentos pentecostais, por rejeitar a instrução teológica formal, seus
líderes não tinham conhecimento dos assuntos teológicos, e nos seus encontros
confundiram cultura com doutrina, principalmente roupas, cabelos, adereços
pessoais, etc. não os princípios teológicos bíblicos. Com isto gerou uma
repugnância aos denominados cultos de doutrina.
Entretanto certos movimentos descartaram deliberadamente este tipo
de culto, pois nele observou baixa frequência da sua membresia, com isto
substituíram por cultos de auto-ajuda, de libertação com ênfase profética, a
distorcida teologia da prosperidade, pois este tipo de chamada é mais atraente
e convidativo, aumente a frequência, e também a renda da igreja. Culturalmente
o brasileiro não é dado ao estudo, e este comportamento pode ser refletido nos
cultos de doutrina, por isto a sua baixa frequência.
A consequência deste comportamento é corretamente explicada por
LOPES:
Os evangélicos passaram a adotar o não-exclusivismo como principio.
Iniciaram com isso uma abertura para a pluralidade doutrinaria. a
multiplicidade de eclesiologias e o relativismo moral. Sem que dispusessem de
qualquer instrumento poderoso o suficiente para ao menos identificar o que
estivesse em desacordo com os pontos cruciais.
Antes de continuarmos precisamos rever a origem do pentecostalismo
brasileiro, historicamente há duas origens pentecostais no solo brasileiro,
primeiro a Congregação Cristã no Brasil (1910) e no ano seguinte Assembleias de Deus (1911), FRESTON identifica
basicamente três ondas pentecostais brasileira[14],
a primeira a implantação, desta duas matrizes a Assembleia de Deus é a que mais
influenciará no pentecostalismo no Brasil.
A segunda onda pentecostal
ocorreu na década de 50 e início dos anos 60, quando houve uma fragmentação do
campo pentecostal e surgiram, entre muitos outros, três grandes grupos ainda
ligados ao pentecostalismo clássico: Igreja do Evangelho Quadrangular (1951),
Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e Igreja Pentecostal
Deus é Amor (1962), todas voltadas de modo especial para a cura divina. Essa
segunda onda coincidiu com o aumento do processo de urbanização do país e o
crescimento acelerado das grandes cidades. Podemos observar que a Quadrangular
traz uma nova matriz pentecostal com ênfase da cura, enquanto a da Assembleia a
glossolalia.
A terceira onda histórica do pentecostalismo brasileiro começou no
final dos anos 70 e ganhou força na década de 80, com o surgimento das igrejas
denominadas “neopentecostais”, com sua forte ênfase na teologia da
prosperidade. Sua representante máxima é a Igreja Universal do Reino de Deus
(1977), mas existem outros grupos significativos como a Igreja Internacional da
Graça de Deus (1980).
Uma importante precursora dos grupos neopentecostais foi a Igreja
de Nova Vida, fundada pelo canadense “bispo” Robert McAllister, que rompeu com
a Assembleia de Deus em 1960. Essa igreja foi pioneira de um pentecostalismo de
classe média, menos legalista, e investiu muito na mídia. Foi também a primeira
igreja pentecostal a adotar o episcopado no Brasil. Sua maior contribuição foi
o treinamento de futuros líderes como Edir Macedo e seu cunhado Romildo R.
Soares.
Poderíamos ainda ressaltar um quarto movimento pentecostal, que
seriam as comunidades, com o pentecostalismo entrando nos bairros mais
sofisticados muitos de seus membros não concordaram com as exigências rigorosas
dos costumes, pessoas mais viajadas, e com nível maior de educação,
contemplaram em outros países um pentecostalismo tão avivado como no Brasil,
mas com abertura dos trajes, e perceberam a dissociação de um com o outro,
tentaram trazer esta realidade ao seu meio inicialmente, vendo que não seriam
atendidos, rompem e começam a procurar seu espaço, e criando assim as
diversidades de denominações pentecostais, com ênfase maior um louvor
espontâneo, surge o ‘ministério de louvor’, apegam-se a novidades como ‘Batalha
Espiritual’, ‘Quebra de Maldição’, ‘prosperidade’ etc. Não dando importância a
glossolalia, ou culto de cura.
Este movimento trouxe um entendimento de independência
convencional, atualmente inúmeras igrejas estão se desligando de suas
convenções, seja pastoral, seja denominacional, mas mantendo o nome denominacional
que pertenceram em seus letreiros, com a ressalva ‘Ministério ...’ .
Outro ponto que vale ressaltar seria o título de neopentecostais,
que BUTIM entende que não deveria ser conhecidos com esta alcunha, pois tais
movimentos negam veementemente os dons espirituais, concordamos totalmente.
Outro fator que queremos levantar é a distinção da terceira onda para a quarta,
enquanto a terceira onda tem uma ênfase no exorcismo, a quarta na ‘Batalha
Espiritual’ sem confronto direto ficando apenas no campo da hipótese,
popularizada nos encontros com Neuza Itioka[15],
Daniel Mastral.
A segunda diferença é que a terceira onda vive um mercantilismo da
fé, vendendo objetos tidos como sagrados e com poderes sobrenaturais, enquanto
o outro não utiliza destas armadilhas, mas ambas defendem uma prosperidade ao
fiel contribuinte. Outro fator de distinção dos dois movimentos seria que o grupo
da terceira onda não se preocupa com uma organização eclesiástica, não
desenvolvendo departamentos em suas igrejas, o movimento da quarta onda já tem
uma preocupação da descentralidade das funções, desenvolvendo os departamentos
da igreja.
Principais Equívocos Deste Movimento:
1) Tem produzido inúmeros choros, gemidos, lágrimas, e pouca
transformação pessoal e arrependimento de pecado, certas doutrinas
desapareceram de nossos púlpitos, e com isto geramos poucos conversos. A
conversão está associada a benção, triunfalismo, vida vitoriosa, e outras
situações, e não mais convicção de pecado e a busca pela salvação em Jesus.
2) Miragens e delírios, no nosso meio pentecostal observamos abusos
de experiências sobrenaturais, galinhas profetizando, galo interpretando,
pessoas que já foram várias vezes a inferno e ao céu, livros que apresentam
esta temática é dissecada, pessoas que se auto intitulam com poderes
sobrenaturais, poder de cura, cirurgia durante o culto, exorcismo com
entrevistas, como se o demônio pudesse dizer algo interessante, coisas que
envergonha o verdadeiro pentecostal.
3) O desejo de liderar, impregnado do espírito messiânico, repletos
de esforço de mandar, controlar, enchendo de títulos ‘Ungidos’, ‘Anjo da
igreja’, ‘Apóstolos’, ‘Pai Apostólico’ etc. como garantia de tornar seu
ministério irrefutável e inquestionável, donos da verdade, suas palavras estão
acima das Escrituras.
4) Confusão do exercício ministerial da vocação a profissão. Existem
denominações pentecostais que já há muito tratam seus pastores como simples
empregados. São assalariados e o seu vínculo com a comunidade ou denominação é
extremamente profissional. São tratados como executivos de uma multinacional
que gerenciam uma grande empresa ou uma filial da mesma. Dessa forma, o seu
vínculo com a comunidade é extremamente profissional, tendo como fator preponderante
a produção de resultados. Eles são remanejados quando as metas financeiras
estipuladas pela diretoria geral para aquela área, comunidade ou igreja não é
alcançados, ou promovidos a postos mais elevados se este tem o poder de
persuasão enriquecedora, manipuladores, tendo como objetivo apenas a arrecadação
de dinheiro. Como Gonçalves afirma “Não demonstram mais uma atitude de
ajustamento ao modelo de governo bíblico, mas uma forma de conferir status e
destaque dentro do seu respectivo grupo”[16].
Com isto surge dentro da questão vocacional o preparo, não se busca
neste tipo de pastor certas qualificações ministeriais, e habilidades
teológicas, Gonçalves mais uma vez assertivamente coloca que “Quando o assunto
é vocação pastoral, devemos observar o binómio: vocação-qualificação. Há o
perigo de termos um ministro vocacionado, mas não qualificado como podemos
tê-lo qualificado, mas não vocacionado. Somente um ministro vocacionado e
qualificado pode exercer a contento e com êxito o ministério pastoral”[17].
Neste caso o que menos necessita de um pastor para executar estas tarefas é
este preparo.
A) Um ministério legal, mas não moral.
B) Um ministério sacerdotal controlado pelas leis de mercado
C) Um ministério determinado pela posição e não pela unção.
5) Crise dualista Platônica: Platão acreditava que existia um mundo
ideal, perfeito, do qual o nosso era apenas um cópia imperfeita. No seu famoso Mito
da Caverna, compara as pessoas que vivem nesse mundo dos sentidos com as
sombras das coisas reais. Nós seriamos apenas sombras ou cópias das coisas perfeitas!
Sendo este mundo apenas sombra, qualquer tentativa de representá-lo, seria uma
cópia e não a imagem exata.
O neopentecostalismo é uma cópia, ou uma tentativa de se copiar o
verdadeiro pentecostalismo, usando de subterfúgios similares criam cópias,
cópias estas imperfeitas, curas que analgésico resolveriam, imitações de
glossolalia, cometendo verdadeiras heresias, verdadeiros teatro cheia de
representações, imitação de Templos bíblicos, imitações dos objetos sagrados do
tabernáculo, cantores se tornam levitas, pastores se tornam sacerdotes
veterotestamentário, simulações de mover espiritual, pregadores se tornam
profetas da antiga aliança, pregadores
pentecostais modernos possuem uma oratória rebuscada e sabem, de fato, mexer
com as massas, contudo continuam sendo apenas réplicas, cópias imperfeitas do
pentecostalismo bíblico. púlpito se torna altar, pentecostes moderno possui
muita carne e pouco Espírito, muita fumaça e pouco fogo.
Verdadeiros manipuladores do ‘Fogo Estranho’, em recente declaração
Dr. George O. Wood, pastor-presidente da convenção das Assembleias de Deus dos
EUA, admitiu que existe “fogo estranho” entre os pentecostais. O incensário
devia ser aceso, usando-se para isso brasas tiradas do próprio altar do sacrifício. Nadabe
e Abiú (Lv. 10) acenderam seus incensários com fogo que eles mesmos produziram,
e foram mortos.
E é isto que temos vistos em muito movimento pentecostal,
manipulação do fogo divino, apresentando fogo estranho, e isto mata.
6) Nova Indulgências: O neopentecostalismo tem se tornado um
ambiente mercadológico, vendas de objetos miraculosos, criando neles um
simbolismo religioso sagrado, repleto de magia, capaz de reproduzir ações que o
fiel necessita, em que seus esforços seriam incapaz de modificar, necessitando
assim de ajuda e auxílio, por isto recorrem a símbolos que possam trazer fé,
conforto, socorro sobrenatural.
O neopentecostalismo com isto se sustenta nesta composição
inconsciente social do símbolo religioso, herdado de um catolicismo que também
foi construindo seus símbolos repletos de magia, um sincretismo que através do
tempo foi transformando o cristianismo uma religião de objetos sagrados,
similar ao paganismo que expurgava de seu território, mas não conseguiu impedir
sua influência na liturgia através do tempo.
A Reforma veio justamente condenar e denunciar estes exageros
dentro do cristianismo, abolindo certos ritos, símbolos que criavam venerações,
ofuscando a adoração ao verdadeiro Deus. O neopentecostalismo vem ressuscitando
tais práticas, normatizando no protestantismo objetos, supostamente sagrados, e
após serem orados, ou ungidos, tornam-se poderosos, eficazes de atenderem as
necessidades dos fieis, ou dos emergentes famigerados do sistema, prometendo
cura, prosperidade, exorcismo, e todo tipo de atendimento a necessidade daquele
que o busca.
Sociologicamente a força do símbolo reside exatamente na
possibilidade de que, por meio dele, sejam possíveis a comunicação intersubjetiva
e o entendimento comum em torno do fato social. O poder simbólico costura o
tecido social, conferindo significado à realidade em construção, Karen
Armstrong explica que “o termo grego symballein significa ‘colocar
junto’: dois objetos até então distintos se tornem inseparáveis. Quando
contempla um objeto mundano a pessoa está, portanto, na presença de sua contrapartida
celeste. Esse senso de participação no divino é essencial para a visão mítica
do mundo: o objeto de um mito é tornar as pessoas mais conscientes da dimensão
espiritual que os rodeia e faz parte natural da vida”. A linguagem simbólica –
e não se trata de uma novidade – opera por analogias e por metáforas.
Com isto cria um aprisionamento psicológico, em que o fiel vai
depositando no objeto sagrado sua confiança, e outro surge a atender nova
demanda do fiel, aproveitando à situação crítica social, econômica e familiar,
uma dependência necessária, a solução de suas preocupações e anseios, por isto
se torna dependentes do sistema, o mesmo pode-se encontrar nas promoções dos
supermercados, que prende o consumidor com uma promoção relâmpago, de tempo em
tempo, impedindo deste de sair do ambiente, pois pode surgir uma promoção
exatamente daquilo que precisa no consumo diário.
Desta forma o símbolo ganha forma mercadológica, desenvolvendo uma
dependência do fiel psicologicamente desta denominação, que a todo o momento
nasce uma campanha a atender suas necessidades. O subjetivismo simbólico
construído desempenha seu papel manipulador, e opressor, no fiel, não ingênuo,
mas que se vende voluntariamente, pois este pode dar a ele o que precisa, e
necessita. Pois vê na religião a única capaz de reproduzir estas verdades, por
que procurar uma escola, ou uma faculdade, entendendo que estas negam toda
realidade sobrenatural no mundo em sua volta?
Assim a religião ganha força, e o neopentecostalismo, se torna o
recurso ímpar desta sociedade carente, aflita, e desiludida com a realidade do
mundo em sua volta. Pois o catolicismo, como também o espiritismo, perdem para
estes promotores, pois a Reforma protestante desbancou a igreja católica, e o
da religião de origem africana foi envergonhada em seus cultos e ritos
exorcistas. Além de que o padre e quase inacessível, enquanto o pastor está
disponível, tangível e acessível.
CAPÍTULO TERCEIRO PÓS-DENOMINACIONALISMO OU
TRANS-DENOMINACIONALISMO: (A FRAGMENTAÇÃO DO CRISTIANISMO).
Antigamente perguntava-se ‘Qual é a sua denominação?’, com a
resposta desta pergunta já se tinha ideia do credo da pessoa, sua forma
litúrgica, etc. Atualmente pergunta-se ‘Que igreja você congrega?’ As fragmentações
eclesiásticas tem remoldado o comportamento dos cristãos atualmente, não há
mais interesse, ou tem descoberto que para uma igreja ser dada como séria não
precisa de uma filiação denominacional.
Vários fatores vêm ajudando esta transformações, o mundo
pós-moderno tem trazido inúmeras modificações na sociedade, e estas
transformações tem atingido as grandes instituições, que tornam-se centros de
lutas de poder, exibição da vaidade humana e pessoal, as grandes denominações
desviaram seu foco de atuação, se perderam dentro de si mesmas, com planos e
estratégias de manipulação e perpetuação do poder.
Com isto tem se desgastado, são muitas das vezes obsoletas,
coorporativas, ineficientes, engessadas, desatualizadas, tirando o interesse
cada vez maior de pertencer a algumas delas, demoram a se mobilizar, rígidas
culturalmente, sem nenhuma preocupação de construir sobre o novo que surge,
debate pouquíssimo as novas tendências, seja moral ou teológica e até cultural.
Com isto tem surgido uma enorme fuga denominacional.
Mas há ainda outro fator que vem causando o enfraquecimento
denominacional, vejamos.
1) O surgimento da Internet e da publicação eletrônica, que criou um "espírito empreendedor" em
algumas igrejas quando se trata de
produzir recursos o potencial, cristãos corroendo do apoio ou o uso de editoras
denominacionais.
2) Uma mudança de um foco em investimentos de missões globais de
longo prazo para projetos de missão de
curto prazo, muitas vezes iniciados no nível da igreja local.
3) O crescente uso de nomes de igrejas genéricas que deixam de lado
a afiliação denominacional.
4) Crescimento explosivo de grupos para-igreja, que estão atraindo
tempo, energia e recursos longe das igrejas
locais . Muitos desses grupos são grandes em adoração e serviço, mas têm opiniões
teológicas ou doutrinárias mínimas para que possam atrair uma grande variedade
de denominações. Com isto desenvolvem pouco desgastes no debate teológico,
preferindo o sermão de auto-ajuda.
5) Seminários em fluxo. Conflitos confessionais resultaram em inúmeras escolas de "pequenos
nichos". Muitos seminários estão avaliando
seriamente seus currículos e métodos de treinamento necessários para o século XXI.
6) Tribos teológicas em grandes denominações, que preferem muitas
das vezes outro sistema doutrinário, que a sua denominação possui, ou defende,
por isto podemos encontrar pastores da assembleia defendendo calvinismo,
presbiterianos pentecostais, batistas que a aspersão também é válido, a assim
vai as coisas.
7) Enfraquece muito a disciplina da igreja. Disciplina é uma das
"marcas tradicionais da igreja verdadeira" que eu vou discutir mais
tarde capítulo. Uma igreja sem disciplina é uma igreja sem meios de manter um
testemunho do evangelho unido. A Escritura requer disciplina, que inclui
ensino, exortando, repreendendo, mas que, em casos extremos, pode levar à
excomunhão (Mt. 18: 15-20; 1 Coríntios 5; 2 Tessalonicenses 3: 6-15; 2 Tim. 4:
1-5). No primeiro século, quando alguém foi disciplinado pela igreja (concedendo
o esgotamento de todos possíveis apelos) que a disciplina foi respeitada por
todos os crentes. Hoje, isso não é mais o caso. Infelizmente, na maioria de
nossas igrejas de hoje não existe uma disciplina formal em absoluto. Mas mesmo
aquelas igrejas que buscam implementar a disciplina bíblica são frequentemente
frustrado pelo denominacionalismo, mais ainda agora no caminho individualista
que estamos trilhando.
8) A não necessidade da fidelidade da presença nos cultos, nas
contribuições, nos eventos da igreja, pois cada um faz, vai onde achar melhor.
CAPÍTULO QUATRO A IGREJA ORGÂNICA E OS DESIGREJADOS.
"Liturgias, antigas ou modernas, escritas ou não, são uma
ferramenta humana para manter as engrenagens religiosas rodando, reproduzindo o
costumeiro, ao invés de exercitar a fé na presença imediata e operação do
Espírito.” Arthur Willis
O que é uma Igreja Orgânica? É um subproduto da igreja emergente.
Segundo seus seguidores é a igreja voltando ao que era antes de Constantino
transformar o cristianismo em uma religião oficial do império Romano. O termo
“Igreja Orgânica” foi criado por T. Austin Sparks e é usado como sinônimo para
“igreja nas casas”, “igreja simples” ou “igreja nos lares”. Igreja Orgânica é
um movimento que traz no seu bojo vários grupos, como: Igreja Orgânica, Caminho
da Graça, Igreja no Lar, Igreja em Casa.
Muitos crentes em todo o mundo abandonam a forma de Igreja,
conhecida como institucional ou cristandade e vão em busca de experiências nos
movimentos religiosos chamados Igreja Orgânica, Igreja em Casa.
Estes movimentos têm surgido devido ao fato da Igreja institucional
ter abandonado o Evangelho da cruz e se acomodado ao “modus vivendus” da
sociedade, têm caído na armadilha da ganância, da ânsia por mega-crescimento e
exaltação humana. Este declínio da Igreja produz uma frustração àqueles que
estão cansados de culto-show, do mercantilismo religioso, dos chamados
apóstolos iluminados sedentos de poder, terminam abandonando suas igrejas e
ficam em suas casas ou tentam sobreviver em uma igreja doméstica.
Este movimento não é novo na fé, e nem mesmo é um fenômeno
exclusivo do cristianismo, todas as religiões que ganham contorno institucional,
começa a observar o surgimento de grupos contrário a esta condição. No judaísmo
no tempo de Jesus havia um grupo sectário, e contrário ao sistema religioso
desta época, os essênios, mesmo que as Escrituras não os mencione, ele eram bem
ativos, e muitos identificam João Batista com pertencendo aos essênios, tese que
não concordamos. O próprio Senhor Jesus por muitos teólogos, foi também
descrito como sendo da seita dos essênios.
Quando a igreja se tornou estatal no século IV começou um movimento
contrário a esta união estado e igreja, fugindo para lugares ermos distantes,
fundam os monastérios. As primeiras sociedades cristãs de vida segregada
surgiram no Egito, por volta do século IV. Mas foi na Capadócia, reino que
ficava junto à Armênia e à Frígida, na Ásia Menor, que pela primeira vez, a
vida religiosa dos monges dos mosteiros, foi regulamentada pelo bispo local,
depois canonizado com o nome de São Basílio.[18]
A palavra mosteiro ou monastério vem do grego μοναστήριον "monasterion",
da raiz "monos" = sozinho (originalmente todos os monges cristãos
foram eremitas), e o sufixo "-terion" lugar para fazer algo.[19]
Um dos primeiros movimentos da igreja em casa ocorreu nas ilhas
britânicas do século XIX, um grupo de cristãos insatisfeitos com o estado da
igreja protestante que consideravam formal e sem vigor espiritual, começou a
ler as Escrituras Sagradas e celebrar a Ceia do Senhor sem a presença de um
ministro ordenado. Tais manifestações foram espontâneas e descentralizadas,
mas, sem dúvida, o grupo praticante dessa forma livre e desengajada de igreja
que ficou mais conhecido na Inglaterra e, posteriormente, em toda Europa,
tornando-se proeminente, foi o de Plymouth. Seus participantes ficaram
conhecidos como os Irmãos de Plymouth, que mais tarde receberam a alcunha de
darbistas, por causa de um dos seus membros que se tornou um grande defensor
das ideias do movimento, chamado John Nelson Darby (1800-1882). Advogado e
teólogo anglicano, John Nelson Darby uniu-se aos Irmãos em 1821, ao
decepcionar-se com a degradação espiritual da igreja inglesa.[20]
Dono de uma mente brilhante, Darby pregava fluentemente em alemão, francês e,
claro, inglês, idiomas em que traduziu o Novo Testamento. Publicou mais de 50
livros e, em 1848, se tornou a mais importante voz do movimento dos Irmãos de
Plymouth.[21]
Os darbistas acreditavam que a igreja nunca conseguiu se livrar
totalmente das tradições humanas que surgiram no seio da mesma após a morte dos
apóstolos e no início da Patrística. Essas tradições atravessaram os séculos
com os escolásticos, os reformadores, e mesmo entre os puritanos estiveram presentes.
Destarte, propuseram uma eclesiologia que asseveravam estar mais condizente com
o Novo Testamento do que os modelos de igrejas cristãs vigorantes e conhecidas
na Inglaterra até então.
O darbismo insistia no fim do clericalismo e da institucionalização
da igreja, o que considerava graves distorções e desvios dos ensinos do Senhor
Jesus Cristo e dos apóstolos. Entendiam que a igreja é tão somente composta por
aqueles que foram alcançados com a graça de Deus e inseridos em uma grande
assembleia de remidos, e que as tentativas de oferecer a essa experiência real,
mas invisível, qualquer forma concreta de organização eclesiástica (as
denominações) não passavam de invenções humanas.
Recentemente um dos grandes críticos da instituição da igreja foi Dietrich
Bonhoeffer que se opôs radicalmente, iniciando uma jornada de contestação,
resistência e militância contra o Nacional Socialismo de Hitler junto à Igreja
Confessante. Para sua decepção o luteranismo se filiou ao movimento de Hitler,
deixando uma sequela na sua fé, vendo o envolvimento da igreja ao estado
começou suas críticas, e proclamando uma “organização social de fiéis
individuais”[22].
Para Bonhoeffer a comunhão cristã como comunhão por meio e em Jesus
Cristo, o que significa a necessidade, pela pessoa cristã, do outro por amor a Cristo;
de Cristo, como mediação para se chegar ao outro; e a união com Cristo e com o
outro desde a eternidade. “Temos uns aos outros apenas através de Cristo, mas através
de Cristo nós de fato temos uns aos outros para toda a eternidade”[23].
Com isto não preciso da igreja para nos achegarmos, em Cristo é o suficiente
para ser igreja. Daí o slogan ‘só Cristo’.
No contexto moderno os grandes promotores deste comportamento são George
Barna e Frank Viola. Frank Viola e Barna
em seu polêmico livro, Cristianismo Pagão[24],
já pode ser considerado como uma bíblia dos desigrejados, pois na obra, Viola
questiona uma série de práticas que, segundo ele, pouco ou nada tem haver com o
cristianismo legítimo.
Para Frank Viola e Barna o problema estava com os teólogos da
Igreja de origem gentílica, marcados profundamente pelo helenismo que
caracterizou o mundo nos tempos de Cristo. Eles são os responsáveis pela
absorção por parte da igreja dos conteúdos do paganismo do mundo gentílico. Este
é o argumento de Viola.
1 – Os teólogos gentílicos que tanto mal fizeram a Igreja de Cristo
(de acordo com os autoes), são os mesmos que no de 392 d.C, na cidade de
Cartago (Atual Tunísia, Norte da África), declararam a oficialização do Cânon
das Escrituras do Novo Testamento. Seria, então, o Cânon do Novo Testamento um
produto da mente de pagãos helênicos?
2- Os Concílios (Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia), onde
as principais formulações teológicas do cristianismo foram compreendidas e
explicadas, também são estranhamente omitidas na no livro de Viola.
Frank Viola e Barna também, no capítulo em que se dedica a questão
dos templos (assunto excitante para os desigrejados), não leva em conta que a
não utilização de templos no século I não ocorre em função de uma perspectiva
teológica, mas sim de um horizonte histórico, pois o cristianismo, desde muito
cedo fora perseguido, onde os cristãos tinham as suas casas invadidas e eram
presos (At 8.3). Ora, se as reuniões domésticas eram alvos de ataques, imagine,
então, se templos fossem construídos? Se a casa não era respeitada, como
construir templos? E estamos falando de uma perseguição religiosa empreendida
pelos líderes judaicos! Imagine a perseguição promovida pelo Império Romano nos
tempos de Nero, Domiciano, Décio e outros? Quando a perseguição termina, as
condições ideais para reuniões públicas com horário e local marcados surgem.
Os templos são circunstanciais para o cristianismo, mas para Frank
Viola é uma fonte mais que segura de contaminação espiritual. Patético e
ridículo, pois paredes e bancos não exercem tal poder e influencia sobre
ninguém. Nem para o bem e nem para o mal.
Tando Barna e Frank Viola idolatram a igreja do Novo Testamento e
ignora que as cartas paulinas foram escritas para resolver os problemas das
mesmas. Paulo combate todas as formas de carnalidade da Igreja de Corinto;
heresia na igreja de Colossos; legalismos na Galácia; agitação e oportunismo em
Tessalônica; divisão e heresia em Éfeso. Ou seja, as igrejas caseiras do Novo Testamento,
incipientes e pequenas, eram comunidades complicadas e que exigiram de Paulo
atenção e admoestação. A própria Igreja Primitiva tinha problemas e tensões
entre seus frequentadores e também entre os seus próprios líderes como deixam
claro as passagens bíblicas de At 5 e 6 e 15.36-40 e Gl 2. 11-14,
respectivamente. E as Igrejas citadas em Ap 2.1-32, não ficam de fora das
crises.
No período apostólico o desligamento da comunidade era algo fatal
para a vida dos cristãos daquela época, podemos observar em ICo5, com a
condenação do pecado praticado, e vale fortalecer que foi um pecado sério, um
rapaz deitou co aa mulher do pai, foi por Paulo excluído, com dois propósitos
primeiro demonstrar a sociedade de corinto que a igreja não toleraria tal
prática, segundo força no autor do pecado um arrependimento e um desejo de
retornar ao seio e convívio da igreja, pois entendia que era uma condição
cristã a membresia com a comunidade.
Um segundo ponto que não é positivo, se encontra em III Jo, em que
um pastor, denominado Diótrefes, ameaçava sua congregação de exclusão se
soubesse que acolheram o apóstolo João, esta ameaça deixa clara que a igreja do
N.T. entendia que deveria haver uma comunhão entre os cristãos naquela época.
CAUSAS:
O sociólogo e filósofo Giddens (2005) também contribui afirmando
que novos movimentos religiosos seguem no cristianismo, como os milenaristas,
fundamentalistas e o uso de igrejas eletrônicas. Além disso, aponta que esses
novos movimentos são comuns dentro da classe média e agem principalmente de três
modos: a negar o mundo, a afirmar o mundo ou a se acomodar ao mundo. Aqui, colocando
“mundo” como sinônimo de sociedade. Neste caso os desigrejados seriam um
movimento que afirmam e se acomodam com o mundo.
Outro fator que Zygmunt Bauman explica, “as estruturas estão se
decompondo em face dos Tempos Líquidos”[25]
, pois a pós-modernidade que questiona e relativiza afirmações e conteúdos
antes considerados absolutos e inegociáveis, gerando, assim, desencaixe em
todas as esferas da sociedade, atingindo todas as expressões institucionais:
partidos políticos, sistemas de governo, utopias, convenções familiares, casamento,
religião, igrejas etc.
Uma outra observação vem de Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim
e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso:
é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas
possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são
errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica.
Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do
senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e
frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente,
quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição
religiosa por gerações.
Bomilcar porém, trata-se principalmente de pessoas que estão nesse
movimento por modismo, descompromisso, passivos quanto a espiritualidade,
cheias de reclames amarguradas e ingênuas, cristãos usuários, até mesmo
hipócritas quanto ao termo cristão.[26]
Idauro Campo descreve que estes desigrejados são em sua maioria,
62% são egressos de denominações neopentecostais, cuja ênfase é a teologia da
prosperidade; 29% dizem que não pretendem manter vínculo com outra igreja
novamente; 5,6 anos é o tempo médio de conversão dos desigrejados.[27]
Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da
Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em
São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo.
“Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é
o imediatismo”. Segundo o estudioso, a
membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada,
que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o
filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos,
pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do
prometido lhes aconteceu.”
Augusto Nicodemos Lopes se manifesta com as seguintes afirmações
Eu concordo com vários dos pontos defendidos pelos desigrejados.
Infelizmente, eles estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos
confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo e têm lutado com unhas e
dentes para defender sua denominação e sua igreja, mesmo quando estas não
representam genuinamente os valores da Igreja de Cristo. Concordo também que a
igreja de Cristo não precisa de templos construídos e nem de todo o aparato
necessário para sua manutenção. Ela, na verdade, subsistiu de forma vigorosa
nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas, cavernas, vales, campos, e
até cemitérios. Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do
Cristianismo por Constantino, no séc. IV.
Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa
criados para perpetuar as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas,
esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização. Concordo com eles que
não podemos identificar a igreja com cultos organizados, programações sem fim
durante a semana, cargos e funções como superintendente de Escola Dominical,
organizações internas como uniões de moços, adolescentes, senhoras e homens, e
métodos como células, encontros de casais e de jovens, e por ai vai. E também
estou de acordo com a constatação de que a igreja institucional tem cometido
muitos erros no decorrer de sua longa história.
Dito isto, pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a
igreja institucional e seguirmos um cristianismo em vôo solo. Pergunto ainda se
os desigrejados não estão jogando fora o bebê junto com a água suja da
banheira. Ao final, parece que a revolta deles não é somente contra a
institucionalização da igreja, mas contra qualquer coisa que imponha limites ou
restrições à sua maneira de pensar e de agir. Fico com a impressão que eles
querem se livrar da igreja para poderem ser cristãos do jeito que entendem,
acreditarem no que quiserem – sendo livres pensadores sem conclusões ou
convicções definidas – fazerem o que quiserem, para poderem experimentar de
tudo na vida sem receio de penalizações e correções. Esse tipo de atitude
anti-instituição, antidisciplina, anti-regras, anti-autoridade, antilimites de
todo tipo se encaixa perfeitamente na mentalidade secular e revolucionária de
nosso tempo, que entra nas igrejas travestida de cristianismo.[28]
O tripé crítico dos desigrejados seria Templo, pastor, e dízimo.
A religião evangélica passa por uma mudança estrutural e complexa,
com difícil capacidade de ser capturada e compreendida. Durante esse processo,
cabe aos pesquisadores se aproximar, estarem atentos aos seus discursos sobre
ser cristão vindo do grupo e produzir novos conhecimentos a contribuir na
pesquisa a partir disso. No caso dos cristãos sem igreja, trata-se de um grupo
marginalizado dentro do meio evangélico e que, por sua vez, em muito também não
tenta se aproximar destes. Assim, seus discursos são ainda muitos isolados
dentro da amplitude dessa religião.
Concomitantemente, habitamos em uma sociedade contemporânea também complexa,
que precisa ser intensamente estudada dentro dos estudos de religião. As ambiguidades
da comunidade e da identidade, numa religião que está desvinculada de seu papel
social, formam uma rede densa de significações. Alguns desses sentidos produzidos
parecem opostos, mas são compostos, o que faz a nossa sociedade parecer paradoxal.
O que é livre ao mesmo tempo reprime, o espontâneo segue um padrão. Da mesma
forma os novos movimentos religiosos e os cristãos sem igreja.
Por vezes, na igreja sobram olhos para ver as brechas, e falta
disposição para tapar uma só delas.[29]
PROGNÓSTICOS ECLESIÁSTICOS
1) Mudança da cartografia eclesiástica: No início do cristianismo o
centro de formação cristã estava na antiga Ásia, que é a atual Turquia, podemos
comprovar pelas epístolas enviadas ás igrejas nas Escrituras, e a relação das
igrejas no livro de Apocalípse.
Posteriormente a igreja passou a ter dois policentros antagônicos,
ocidental sediado em Roma e o oriental sediado em Constantinopla, mantiveram
uma rivalidade de controle da instituição, e também nos debates teológicos,
principalmente na concepção da trindade. Neste período a igreja vai se
instalando e se fortalecendo na Europa.
Com a queda de Constantinopla a igreja dominou fortemente a Europa,
sua expansão e domínio se estendiam em todas as comarcas e povoados deste
continente.
Com a descoberta das Américas a igreja vai paulatinamente de
transferindo a este novo continente, principalmente das discursões teológicas
que estava acontecendo concomitantemente, a Reforma não foi uma afirmação
anti-cristã, mas antes uma busca do cristianismo bíblico. Já nos séculos XVII,
XVIII e XIX, a igreja dividia sua extensão tanto na América de igual forma com
a Europa, após as guerras do século XX, o cristianismo perde força na Europa, e
se sustenta nas Américas, sendo que agora divide suas expressões no Catolicismo
e nas Reformadas.
Atualmente devido a unificação do conhecimento uniformizados elas
cátedras, inicialmente na Europa, a América vai aderindo o comportamento
europeu, e o cristianismo se enfraquecendo também. Neste caso vai surgindo
novos centros da cristandade, que é reconhecido este fenômeno na África e na
atual Ásia. Com afirma Gonazales “No entanto, a proporção de cristãos no Atlântico
Norte continua diminuindo, enquanto nos países tradicionalmente mais pobres há
uma verdadeira explosão no crescimento do cristianismo”[30].
A razão deste declínio se dá no cristianismo no Atlântico Norte, as
igrejas não podem dar por certo que terão o apoio da sociedade em geral. O
apoio oficial do Estado foi perdido há muito tempo. Este, certamente, foi o
caso nos Estados Unidos. Agora, também nos Estados Unidos, começa-se a perder o
apoio da sociedade em geral. Os valores da sociedade
e especialmente seus meios de comunicação em massa são muito diferentes dos
valores cristãos.
2) Mudanças da matriz reguladora (Alcorão): A grande ameaça ao
cristianismo ocidental além das transformações tecnológicas que modificam o
comportamento humano, e com isto se transfere na composição religiosa da
sociedade, outro fator que vem de encontro ao cristianismo é o crescimento do
islamismo, que se transforma na nova opção da sociedade, pois vê no
cristianismo uma decepção, e desgastada, pois esta não mais se importa com as
grandes questões sociais, e sua crescente queda ética, e de valores, deixando
assim na sociedade uma certa desconfiança de seus propósitos, e seus alvos, a
igreja se envolvendo com escândalos, equívocos políticos, e percebem que nada é
feito para modificar, e com isto surgem os que se decepciona com a fé, e
procuram uma alternativa que faça suas exigências se valerem.
O grande problema é o desconhecimento das nações islâmicas que a maioria
delas não são democrática, e um governo laico, além de suprimir valores, como a
da mulher, também a liberdade de escolha e opção religiosa, leis ampla, e
outras coisas. Deixam-se enveredar por um caminho difícil de retornar, sem
antes deixar rastros de violência.
Entendendo a necessidade de se buscar uma alternativa religiosa,
sem o cristianismo, no início doas anos 70, os Beatles tentaram popularizar o
hinduísmo, com suas músicas, seus misticismo, a yoga, os gurus, e outros
componentes, com isto veio o Budismo, mas todos não alcançaram êxito. Tiveram
uma matriz defensora no ocidente em Schopenhauer, tentando dar compreensões
filosóficas a partir das ideias hindus, o hinduísmo não alcançou voos mais altos,
antes paulatinamente vai sendo abandonado.
Possivelmente por possuir traços religiosos tão próximos como o
cristianismo medieval, completamente contrário ao secularismo moderno que surge
na sociedade ocidental, o hinduísmo não progrediu. Enquanto o islã se
desenvolve e cresce no ocidente devido a imigrações, e os refugiados, que vai
transformando, não aderindo, mas sendo aceito, conversor, catalisador do
ocidental, criando admirador, construindo no ocidental o entendimento da
corrupção, da destruição, que a atual fórmula produz, aproveitando o enfraquecimento
do cristianismo neste ocidente, para se estabelecer.
3) O Caminho de Deus: Houve períodos que igreja se encontrava perseguida,
relativizada, ameaçada e sempre houve superação da mesma, quando o império
romano tentou pela espada destruí-la, ela crescia e se mantia viva, e ativa,
até que houve a suspensão definitiva a sua perseguição, é claro que a igreja em
parte foi corrompida pelo poder. Depois foi com a invasão moura, que trouxeram
os textos aristotélico, que ameaçou o sistema teológico cristão da época, veio
o escolasticismo e conseguiu desenvolver
uma teologia aristotélica, é claro que seu contra ponto foi uma teologia
altamente lógica.
Logo após veio a Reforma, que resgatou suas principais doutrinas,
principalmente as de cunho soteriológico, trazendo a restauração até os dias
atuais da doutrinas bíblicas. Depois no século XVIII surge, embebidos pelo
iluminismo a teologia liberal, que negava profundamente as Escrituras, Deus
trouxe diversos despertamentos dentre estes o pentecostalismo, e sustentou a
igreja neste sombrio momento.
Diante do quadro acima apresentado, acreditamos que Deus tem ainda
uma condição poderosa que há de trazer a igreja superação a todos estas
situações, mas é claro que defendemos princípios infalíveis.
ORAÇÃO, DEPENDÊNCIA INCONDICIONAL AO ESPÍRITO SANTO, E PREGAÇÃO DA
SÃ DOUTRINA DEBAIXO DA UNÇÃO DIVINA.
PROPOSTAS PARA REVITALIZAR A NOSSA IGREJA:
Ensinamento apostólico: Esta
primeira característica é surpreendente e não muitas congregações a teriam em
conta hoje. A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma
comunidade que estuda. A primeira coisa que Lucas disse sobre esta
igreja renovada pelo Espírito é que ela perseverava na doutrina dos
apóstolos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42). Tinham
fome da verdade e queriam sentar-se aos pés dos apóstolos e absorver seus
ensinamentos.
A plenitude do Espírito Santo é incompatível com o anti-intelectualismo.
O Espírito de Deus é Espírito de verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus
mesmo o deu ao Espírito. Se quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade
será importante para nós. Aqueles crentes primitivos não pensaram que bastava
para eles a presença do Espírito Santo em seu interior para conhecer a verdade.
Não deram por certo que, por haver recebido a plenitude do Espírito Santo, este
era o mestre que precisavam, e que poderiam prescindir dos mestres humanos. Não
foi assim na igreja primitiva. Os novos crentes sabiam que Jesus havia nomeado
aos apóstolos para que fossem mestres da igreja, e procuravam aprender todo o
possível e perseveravam na sua doutrina.
Como se aplica isto à igreja de hoje? O que significa para nós perseverar
na doutrina dos apóstolos, ser fiel em conservar seus ensinamentos? Entendemos
que já não há apóstolos na igreja. Pode haver ministérios apostólicos, como os
que realizam missões, os plantadores de igreja, os líderes. Estas pessoas exercem
ministério apostólico mas não podemos os chamar apóstolos. Ninguém na igreja
atual tem uma autoridade comparada a de Paulo, Pedro ou qualquer dos apóstolos
de Jesus Cristo. Eles tinham uma autoridade única para ensinar em nome de Jesus
e ninguém tem essa autoridade hoje. Então, se não há apóstolos na igreja
contemporânea, como nós podemos nos submeter aos ensinamentos dos apóstolos?
Seus ensinamentos chegaram até nós pela Bíblia. O Novo Testamento é precisamente
isso: os ensinamentos dos apóstolos. Esta é a única classe de sucessão apostólica
em que cremos, a continuidade da doutrina apostólica por meio do Novo Testamento.
Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja bíblica, uma igreja neotestamentária,
uma igreja apostólica. Nela se ensina as Escrituras.
Comunhão e ajuda mútua
A segunda marca de uma igreja viva que descobrimos na leitura de
Atos é o amor e o cuidado mútuo entre os crentes. Se a primeira marca é o
estudo, a segunda é a comunhão. A palavra comunhão que utilizam algumas versões
é a tradução de koinonía. Este termo descreve aquilo que temos em comum, o que
compartilhamos como crentes em Cristo. Isto se refere a duas verdades
complementares.
Em primeiro lugar, compartilhamos a graça de Deus. O apóstolo João
começa sua primeira carta com estas palavras: “Nossa comunhão é com o Pai e com
o Filho, Jesus Cristo...” Paulo fala da comunhão que temos com o Espírito
Santo. A comunhão autêntica é uma comunidade trinitária. Nós os crentes participamos
em comum no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Há um segundo aspecto da koinonía. Também temos em comum o que
damos, este é o aspecto que Lucas dá ênfase. Em suas cartas, Paulo usa esta
mesma palavra, koinonía, para referir-se a uma oferta que estavam dando as
igrejas. O adjetivo koinónico significa “generoso”, Lucas descreve a
generosidade dos cristãos primitivos: “E todos os que criam estavam juntos, e
tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com
todos, segundo cada um havia de mister.” (Atos 2:44-45).
Adoração prazerosa e reverencia
Os primeiros cristãos não eram só fieis em conservar os
ensinamentos dos apóstolos na comunhão uns com os outros. Também se reuniam uns
com os outros. Também se reuniam e participavam juntos “no partir do pão, e nas
orações” (Atos 2:42). “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e
partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (Atos
2:46)
O partir o pão se refere, sem dúvida, a Ceia do Senhor.
Provavelmente, além dos símbolos do corpo e do sangue de Cristo na igreja
primitiva havia também uma ceia compartilhada, um ágape. As orações que se
mencionam aqui não são as orações privadas mas sim as reuniões de oração. Existem
dois aspectos da vida de adoração da igreja primitiva que são desejáveis em uma
igreja renovada. Aqueles cristãos mostravam equilíbrio nos dois sentidos. Por
um lado a adoração era formal e informal.
Evangelização contínua
“E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar”. (Atos 2:47)
O ensinamento, o testemunho diário dos membros da igreja e sua vida
de amor aos demais, são os meios que Deus usa para fazer chegar Sua mensagem ao
mundo. Porém quem salva e incorpora novos membros a Sua igreja é Jesus Cristo.
Vivemos em uma época que confia muito no ativismo e na tecnologia.
Sem dúvida, há de se fazer uso de toda tecnologia que o Senhor tem nos dado.
Porém temos que humilharmos diante de Deus e reconhecer que somente Cristo pode
abrir os olhos dos cegos, destapar os ouvidos dos surdos e dar vida às almas
mortas. A igreja hoje necessita ser mais humilde.
Um segundo ponto sobre a evangelização é que Jesus fazia duas
coisas, e estas devem sempre estar juntas. Acrescentava cada dia à igreja os
que iam ser salvos, quer dizer, não os acrescentava sem serem salvos nem os
salvava sem os acrescentar a igreja. Salvação e pertencer à igreja são dois
atos que vão juntos.
Uma pregação alicerçada nas Escrituras:
1Co 2:4 A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em
palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de
poder.
Atualmente temos observado que muitas pregações estão repletas de
histórias, cheias de emocionalismo, nossos pregadores tem apostado mais na
emoção, do que nas forte e poderosa atuação do Espírito Santo nos momentos de
nossas prédicas.
Pregação vem com conhecimento bíblico e promovido pelo poder do
Espírito Santo.
Uma teologia bíblica:
Quando falamos em uma teologia bíblica ela carrega um pressuposto
de que a Bíblia é a Palavra de Deus, sua inerrância, e sua suficiência para
desenvolver qualquer posições para a igreja.
[1] GONZALEZ,
Justo L. Uma História do Pensamento Cristão. São Paulo: Editora Cultura Cristã,
2004.
[2] OLSON,
Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:
[3] OLSON,
Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.
[4] OLSON,
Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:
[5] OLSON,
Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:
[6] OLSON,
Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:
[7] OLSON,
Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.
[8] OLSON,
Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.
[9] OLSON,
Roger Histórias das controvérsias na teologia cristã.:
[10] A
maior divergência entre os reformadores foi sobre a Ceis do Senhor.
[11] Mark
Driscoll, um pastor de alto nível inicialmente associado ao movimento,
distanciou-se da igreja emergente (e mais tarde tornou-se um crítico vocal
dele), e os críticos começaram a abordar suas próprias preocupações sobre a
manutenção de uma discussão tão aberta sobre teologia.
[12]
Ayres, Jonas. A igreja no horizonte pós-moderno.
[13]
LOPES, Augusto Nicodemos. O Que estão fazendo com a Igreja: A ascensão e queda
do movimento evangélico brasileiro. São Paulo, ed. Mundo Cristão, 2008.
[14]
FRESTON, Paul. Breve história do pentecostalismo brasileiro. Em: ANTONIAZZI,
Albertol. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do
pentecostalismo. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994,
[15]
Neuza é Fundadora e presidente do
Ministério Ágape Reconciliação e foi
"consagrada" ao denominado ministério apostólico em Agosto de
2002. Ela possui o bacharelado em Teologia (Faculdade Metodista Livre), é também
formada em Pedagogia pela USP e doutora em Missiologia pelo Seminário
Teológico Fuller e desde 1988 vem atuando na área de Libertação, Cura Interior
e Batalha Espiritual. Postado por Renato Vargens. http://renatovargens.blogspot.com.br/2011/01/as-novas-heresias-de-neusa-itioka.html
[16] GONÇALVES,
José. Rastro de Fogo, CPAD, Rio de Janeiro, 2012.
[17]
Idem.
[18] https://www.significados.com.br/mosteiro/
[19] https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosteiro
[20] PFANDL,
Gerhard. Rapto Secreto: As surpreendentes origens da visão teológica
dispensacionalista. Disponível em: http://www.monergismo.com.br/
[21]
Clérigos da Igreja Anglicana que, insatisfeitos com a reforma da igreja
inglesa, que julgavam por demais filocatólica, romperam com a mesma em busca de
uma igreja mais “pura”. Nesse núcleo de clérigos encontram-se as raízes de
importantes grupos cristãos protestantes como os congregacionais, batistas e
presbiterianos.
[22]
DUMAS, André; BOSC, Jean; e CARREZ, Maurice. Novas Fronteiras da Teologia. São
Paulo: Duas Cidades, 1969. Em; Gerson Lourenço Pereira. O Metodismo na Cidade
do Rio de Janeiro. Uma abordagem teológico-pastoral a partir do pensamento
eclesiológico de Dietrich Bonhoeffer. Dissertação de Mestrado, PUCRJ.
[23]Dietrich
Bonhoeffer. Vida em Comunhão. São
Leopoldo: Sinodal, 2003.
[24]
Para uma análise crítica deste livro veja http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/frank-viola-fraude-ou-inconsistencia.
[25] BAUMAN,
Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
[26]
BOMILCAR, Nelson. Os sem-igreja: Buscando caminhos de esperança na experiência
comunitária. São Paulo: Mundo Cristão, 2012.
[27] CAMPOS,
Idauro. Desigrejados: teoria, história e contradições do niilismo eclesiástico.
BVBOOK 2017.
[28] http://tempora-mores.blogspot.com.br/2010/04/os-desigrejados.html
[29]
AZEVEDO, Israel Belo de. Gente Cansada de Igreja, United Press.
[30] GONZALEZ
Justo L.. Mapas para a história futura da igreja, Tradução: Mônica Guimarães de
Mesquita e Erika Batista de Souza. Revisão: Jessé Fogaça, CAPAS, 2006.